O que precisa ser feito para identificar as causas do acidente da ponte metálica que caiu no Rio Pinheiros? Listamos perguntas-chaves para essa análise!
Recentemente, aconteceu mais um acidente de Engenharia: a ponte metálica sobre o Rio Pinheiros, em São Paulo, que era uma ampliação da plataforma de embarque e desembarque na estação Santo Amaro, linha 5 lilás da CPTM, ruiu. O consórcio informou que a obra tinha seguro e os prejuízos serão cobertos. Por sorte, não houve perdas de vidas humanas, apenas dois funcionários ficaram levemente feridos.

Como saber o que ocorreu? Quais perguntas devem ser respondidas de modo a se esclarecer o ocorrido e evitar que ocorra novamente acidentes dessa natureza? Acompanhe na matéria a seguir!
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Quem são os personagens envolvidos num projeto dessa natureza?
Durante a construção de um empreendimento dessa magnitude, há uma gama muito grande de áreas da Engenharia Civil envolvida. Veja quais:
- equipe geotécnica – responsável pela análise do solo;
- escritório de projeto – responsável por projetarem a estrutura, bem como realizar a análise de construtibilidade;
- construtora – responsável por seguir o projeto e executar a obra.
É muito comum também a contratação de um segundo escritório de projeto, independente do projetista, que irá realizar a verificação desse projeto. A essa etapa, é dado o nome de CQP ou ‘controle da qualidade de projeto‘.
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Que perguntas devem ser respondidas pelos especialistas?
Em relação ao projeto da ponte
As primeiras perguntas que devem ser feitas são: “O projeto, estava adequado?”, e “Foram previstas nas etapas construtivas escoramentos e ligações com resistência suficientes?”.
Já as respostas a esses questionamentos podem direcionar as investigações. Caso o projeto não tivesse “CQP”, é possível que tenha havido alguma falha ou erro de projeto que levou ao acidente.
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Em relação à construção da ponte
Supondo que o projeto estivesse adequado, outras perguntas são importantes: “A construção seguiu as recomendações do projeto?”, e “Houve alguma recomendação negligenciada?”.
Em relação a esses questionamentos, devem ser coletadas informações em canteiro, como a qualidade do material utilizado para escoras temporárias, qualidade das soldas realizadas, e se alguma sequência prevista não foi seguida.
Que conclusões podem ser tiradas desse incidente?
É fundamental que projeto e construção estejam plenamente alinhados, dado que um fornece diretrizes para o outro.
A prática de adoção de CPQ por parte das construtoras também é recomendada, visto que é possível que os projetos contenham falhas.
Obras como essa, além do projeto final, devem ter o projeto de construtibilidade, onde são indicados o método construtivo e o sequenciamento da execução da obra.
Para você ter consciência das proporções desse acidente, assista aos vídeos a seguir:
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Cristiano Oliveira da Silva
- Engenheiro Civil (Poli-USP/2003) - Pesquisador colaborador UFABC - Capacitação e disseminação de BIM - Gerente de Engenharia / BIM Manager - Projetos, Planejamento e Qualidade na empresa BEN - Bureau da Engenharia - INEXH - Instituto Nacional de Excelência Humana - MasterPractitioner e Coach Sistêmico - Analista Corporal - O Corpo Explica - Músico, pai e curioso por natureza