Pela primeira vez na história, houve a ancoragem de um satélite em órbita. A empresa Northrop Grumman relatou que essa missão de atracar um satélite a 36.000 km acima da superfície terrestre foi uma conquista.
Uma alternativa para aumentar a vida útil de satélites
Lançado em um foguete Proton em outubro, o Mission Extension Vehicle-1 (MEV-1) tem uma história bastante longa de desenvolvimento em várias empresas. Ele foi trazido ao espaço pela SpaceLogistics, uma subsidiária da Northrop Grumman (que é uma grande empreiteira para a NASA). Após o lançamento deem outubro, MEV-1 usou propulsores elétricos para elevar sua órbita 290 km acima da órbita geossíncrona, isto é, centrada na Terra e compatível com nossa rotação.
Enquanto isso, um satélite de comunicações lançado em 2001
(Intelsat-901) foi retirado de operação em dezembro de 2019, devido à falta de
combustível. Os operadores ordenaram que o satélite se movesse para uma
"órbita de cemitério" acima do espaço geoestacionário. E foi nessa
órbita que MEV-1 se conectou ao satélite de comunicações.
Pode dizer-se que esta foi uma primeira missão de
demonstração, uma vez que o MEV-1 tem que ficar acoplado ao IntelSat 901 para seguir
fornecendo combustível adicional que o este, anteriormente descartado,
necessita. Por esta razão, MEV-1 vai ficar ancorado ao IntelSat durante pelo
menos 5 anos, até que o cliente deixe de pagar pelos serviços de extensão de
vida útil do satélite.
A Northrop diz que sua espaçonave MEV-1 usa um sistema de
acoplamento mecânico que se conecta aos recursos existentes em um satélite, e
foi projetada para vários acoplamentos e desencaixes e pode oferecer mais de 15
anos de serviços. O vídeo a seguir mostra a missão e, enquanto isso, a empresa
planeja lançar o MEV-2 ainda este ano.
Manutenção de satélites e manejo do que seria lixo espacial
A Northrop Grumman também disse que este é o primeiro passo para estabelecer uma frota de veículos de manutenção via satélite, no sentido de robôs espaciais mesmo. No caso, eles não apenas prolongariam a vida útil de satélites que já estão em órbita, mas também forneceriam mudanças de inclinação e inspeções de veículos espaciais, realizariam reparos e montagens em órbita.
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À medida que a órbita terrestre se torna mais congestionada (vide os polêmicos Starlinks), várias empresas estão trabalhando para desenvolver tecnologias tanto para veículos de serviço quanto para remover detritos orbitais do espaço. A ancoragem bem-sucedida que ocorreu no mês passado parece ser um passo positivo em direção a um futuro em que os voos espaciais se tornem mais sustentáveis e os veículos espaciais operem de forma mais ordenada.
Fonte: The New York Times.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.