Você já sabe como a energia é gerada e transmitida, mas e quanto à distribuição de energia? Descubra no artigo a seguir, do Engenharia 360, as tendências tecnológicas que estão mudando o setor, como a SmartGrid, o impacto nas contas de luz e as inovações em países como Alemanha e Brasil.
1. O que é SmartGrid e como ele revoluciona a distribuição de energia
SmartGrid é um conceito dentro de distribuição de energia que teve como motivação olhar a tendência de geração distribuída, em que as pessoas geram parte de sua própria energia, ao invés de concentrar a distribuição de energia em grandes centros. Com isto, será necessário existir uma rede de sensores que identificam o fornecimento e o gasto de energia.
Por definição, de acordo com o NIST (National Institute of Standarts and Technology), smartGrid é: “uma rede moderna que permite o fluxo bidirecional de energia, usando comunicação nos dois sentidos e técnicas de controle, que possibilitará novas funcionalidades e novas aplicações”.
E o objetivo de tudo isso? Aumentar a eficiência da rede de distribuição de energia, assim como diminuir gastos na produção e operação do sistema de distribuição de energia.
2. Inovações em distribuição de energia na alemanha
Na Alemanha, o projeto de smartgrid já foi implementado ao mercado. Hoje em dia, o objetivo do projeto é alcançar a confiança dos consumidores a este novo produto.
Lá os consumidores tem acesso a um display com representações gráficas de consumo, incluindo a comparação com domicílios de referencia. O sistema de SmartGrid pode ser interligado ao computador da casa, permitindo uma interface com mais informações e funcionalidades sobre a distribuição de energia.
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3. Por que a energia no Brasil é uma das mais caras do mundo?
Energia no Brasil é uma das mais caras do mundo, o que contradiz nossa diversa matriz energética.
Porém, existe uma diferença entre mercados de distribuição de energia elétrica, que pode ter nos colocado neste ranking. Hoje, a maioria dos contratos firmados de energia são de longa duração, e os consumidores em geral dependem do mercado cativo de energia.
O mercado cativo de distribuição de energia depende de uma concessão pública. Consumidores do estado do Rio de Janeiro terão energia da light, assim como no estado de São Paulo a energia será fornecida pela AES Eletropaulo.
Agora e se eu for do estado do Rio e quiser uma energia fornecida pela Cemig? Ai aumentaria a competitividade entre as empresas! Estudos indicam que se este tipo de fornecimento fosse aberto para todos os usuários de energia, o preço do produto final cairia de 10% a 20%.
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4. Horário de verão ainda é efetivo para economizar energia?
O horário de verão foi implantado para as luzes serem acendidas mais tarde durante o período em que os dias são mais longos, devido a posição da terra em relação ao sol.
Porém, com o passar do tempo, o padrão de consumo de energia elétrica mudou. Antes o sistema de distribuição de energia ficava sobrecarregado durante o fim da tarde, a hora em que as pessoas iam para casa mais cedo.
Atualmente, o sistema de distribuição de energia fica sobrecarregado no meio da tarde. De acordo com o MME (Ministério de Minas e Energia), uma das causas para este fator é o uso de ar condicionado.
De acordo com a ONS (Organização Nacional do Sistema), a economia vem diminuindo com o passar do tempo. No ano de 2013, por exemplo, a economia com o horário de verão foi de R$ 405 milhões. Enquanto no ano de 2017 a economia, embora representativa, foi de R$140 milhões.
5. Entenda as bandeiras tarifárias e como elas afetam sua conta de luz
Bandeiras tarifárias são acréscimos de energia que acontecem devido ao favorecimento ou não de geração de energia. De acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) os tipos de bandeira tarifária são:
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo.
- Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa já começa a sofrer acréscimo para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos.
- Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração.
- Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração.
Já modalidades tarifárias é a modalidade contratada para distribuir energia elétrica no local.
Elas dependem do tipo de consumidor, de alta tensão ou de baixa tensão, sendo considerado consumidor de baixa tensão o consumo inferior a 2300 V.
Escolher a modalidade tarifária correta influencia diretamente no preço final da conta de luz, em casos de consumidores de alta tensão, grupo A. Isto se da ao fato da modalidade tarifária estar diretamente ligada ao horário de maior consumo do estabelecimento.
Veja Também:
- 5 fatos sobre geração de energia que todo engenheiro deveria saber
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Fontes: MME, Swedish Smart Grid, FDR Energia, Correio Braziliense.
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Beatriz Zanut Barros
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.