O brasileiro Marcelo Disconzi foi notícia no mundo inteiro nos últimos dias. O pesquisador gaúcho, mas que mora nos EUA, resolveu algumas equações que levam a uma previsão sobre o fim do Universo. Mas calma, embora seja o fim do mundo, ele não parece ser tão imediatista quanto as teorias conspiratórias que vemos nos filmes.
Tudo começou em 2014, quando Marcelo Disconzi apresentou um seminário na Universidade de Vanderbilt, no Tennessee (EUA), e foi abordado por alguns pesquisadores que sugeriram que ele aplicasse sua pesquisa à cosmologia, fazendo referência a um problema elaborado em 1950 por Andre Lichnerowicz, um matemático francês.
A equação de Lichnerowicz foi criada para tentar descrever como os fluídos viscosos se comportam quando viajam a velocidades próximas a da luz. O questionamento levantado com a solução do problema encontrado por Disconzi era saber se a viscosidade poderia exercer algum impacto sobre o Universo.
A teoria que estabelece a “sentença de morte” do Universo é denominada “Big Rip” e, de acordo com Disconzi e os outros pesquisadores, calcula o fim para daqui a 22,8 bilhões de anos. O motivo será que o Universo estará tão acelerado e disperso que os átomos dos planetas e das galáxias vão começar a desintegrar. Embora seja uma teoria de 2003, todas as tentativas de determinar a data do fim do Universo falharam.
O estudo de Marcelo Disconzi e de outros pesquisadores explora uma ideia plausível da teoria do “Big Rip”. O Universo está em expansão acelerada e tende a ficar cada vez mais veloz. A tendência é de que seja gerada uma força contrária à gravidade, fazendo com que as galáxias se separem e ocorra uma “ruptura”. É como se tudo começasse a se separar.
Agora, Marcelo Disconzi e os outros cientistas continuarão investigando o fim do Universo. Ele formou-se em física e fez especializações na área de matemática e física, e estuda equações diferenciais parciais desde o doutorado. [Equações diferenciais parciais são aquelas que envolvem derivadas parciais de uma função de mais de uma variável independente.]
Referências: BBC, The Guardian, Wired.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.