Os containers marítimos são caixas construídas em aço ou alumínio, utilizadas para transporte de grandes e pesadas cargas por vários modais, incluindo não só o marítimo, mas terrestre (via caminhões e trens) e aéreo também.
Vale dizer que, com o passar dos anos, é normal que as empresas transportadoras renovem seu estoque de containers. Aqueles expostos a muitos agentes químicos, a muitos anos de maresia, dificilmente podem ser reaproveitados. Mas os demais, com a devida higienização, são hoje muito bem reaproveitados pela arquitetura e engenharia, ganhando uma nova função. Essa ação reduz o impacto sobre o meio ambiente, contribuindo para um planeta mais saudável.
Neste artigo do Engenharia 360, exploramos a evolução dessa utilização dos containers na construção civil e os tipos e medidas padrões encontrados no mercado. Confira!
A história dos containers e uso atual
A história dos containers começou na década de 1930, quando um americano chamado Malcom McLean idealizou um sistema de transporte internacional envolvendo containers. Desde então, essas caixas metálicas se tornaram peças fundamentais no comércio internacional, revolucionando o setor de logística. Como benefícios, elas evitam perdas no transporte, como quebras, deteriorações e desvios de mercadorias.
Agora, além de armazenar e transportar mercadorias, os containers são uma alternativa para a concepção e realização de diversas construções, cujos projetos focam em rapidez, economia, sustentabilidade, conforto e bem-estar. Fazendo uma rápida pesquisa na Internet, é fácil encontrar vários exemplos de arquiteturas com containers. Mas é claro que o sucesso dessas obras depende do conhecimento dos tipos e medidas padrões de containers marítimos à venda no mercado.
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As vantagens e desvantagens de construir com containers
Benefícios
A reutilização de containers para a construção oferece algumas vantagens, incluindo:
- Design atraente para as obras.
- Construção seca, mais rápida e com menos geração de resíduos.
- Montagem flexível dos ambientes no local, permitindo composições menos convencionais e rápidas ampliações.
- Redução de custos com materiais e mão de obra.
- Mais resistência e durabilidade da estrutura, resistindo a intempéries e condições adversas, garantindo segurança dos ocupantes.
Desafios
Os arquitetos e engenheiros também enfrentam alguns desafios com as construções com containers. Por exemplo, saber como manter a temperatura ideal dentro dessas caixas metálicas. Os modelos projetados para sistemas de refrigeração são os que menos exigem mudanças em seu isolamento. Também a de se pensar no esquema para luminárias e tomadas elétricas, além de canalização de água e esgoto que precisam ser acrescidas às suas estruturas.
Por fim, é fundamental os projetistas considerarem a questão da logística antes da elaboração da proposta de construção. Deve-se entender se é possível adquirir e transportar até o local da obra as caixas metálicas; qual empresa realizará o deslocamento a partir do porto e por quais estradas ela precisará passar até chegar ao destino final. Lembrando que a falta de infraestrutura de alguns municípios poderá limitar a operacionalidade e eficiência desse tipo de transporte.
Os principais tipos de containers disponíveis para construção
Modelos
Antes de tudo, vale esclarecer que os containers são classificados em diferentes categorias e usos. Os modelos convencionais são os tradicionais, usados no transporte de mercadorias em geral. Ainda podemos citar os de carga livre, projetados para o deslocamento de artigos que não precisam de cuidado especial. Estes são os mais explorados pela construção civil.
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Em contrapartida, existem vários tipos de containers que devemos evitar para obras de arquitetura e engenharia, sobretudo por conta dos contaminantes. Para começar, os containers refrigerados. Esses são projetados para o transporte de mercadorias perecíveis e, se usados, devem antes passar por um tratamento e higienização rigorosos. O mesmo vale para os containers de carga automotiva, que levam peças de reposição e outros itens específicos. E por último na escala estão os containers de carga especial, usados no transporte de eletrônicos, peças de reposição e outros itens delicados.
Oficialmente, no mercado, os containers para construção são chamados pelos seguintes nomes:
- Dry Cargo: Containers mais básicos, originalmente usados para cargas secas, com portas em uma das extremidades, ideais para projetos de pouca altura interna (como almoxarifados e celeiros), podendo serem empilhadas até 8 unidades.
- High Cube: Semelhantes ao primeiro modelo, com maior altura interna, perfeitos para projetos que necessitam de mais espaço vertical (como casas e edifícios), inclusive de comércios e clínicas médicas.
- Reefer: De refrigeração, só utilizados na construção para ambientes com controle de temperatura, como depósito de alimentos e medicamentos.
- Open Top: Com abertura no topo, funcionando bem para criação de piscinas, por exemplo.
- Flat Rack: Containers sem teto e paredes laterais, que podem ser adaptados para criação de varandas ou salas envidraçadas com ouro containers em cima fazendo o fechamento.
Medidas padrões
As medidas padrões de containers no mercado podem seguir as regulamentações impostas por algumas organizações do mundo. Por exemplo, a global ISO (International Organization for Standardization), a europeia FEFCO (Fédération Européenne des Fabricants de Conteneurs) e a australiana AS (Australian Standard).
Dry Cargo (DC)
- Container DC 20 pés:
- Comprimento: 6.058 m
- Largura: 2.438 m
- Altura: 2.591 m
- Área Útil: 14,76 m²
- Volume: 38,26 m³
- Container DC 40 pés:
- Comprimento: 12.035 m
- Largura: 2.350 m
- Altura: 2.690 m
- Área Útil: 28,28 m²
- Volume: 76,07 m³
High Clube
- Container HC 20 pés:
- Comprimento: 6.058 m
- Largura: 2.438 m
- Altura: 2.896 m
- Área Útil: 14,76 m²
- Volume: 42,77 m³
- Container HC 40 pés:
- Comprimento: 12.030 m
- Largura: 2.350 m
- Altura: 2.890 m
- Área Útil: 28,28 m²
- Volume: 76,07 m³
Outros modelos
- Comprimento: 45 pés (13,716 m) ou 53 pés (16,154 m)
- Largura: 2,438 m
Observação: As medidas internas do container variam de acordo com a espessura do revestimento e do isolamento térmico e acústico. É importante considerar uma redução de aproximadamente 10 cm em cada dimensão para garantir espaço útil dentro do container.
Escolhendo o container adequado para obra
A escolha do tipo de container adequado para a obra é fundamental, pensando em estética, transporte e composição. Mas com tantas opções disponíveis no mercado, fica mais fácil tomar essa decisão.
Em termos arquitetônicos, todo o planejamento de obra começa justamente com a escolha do tamanho adequado de container, tomando como base as necessidades de espaço - incluindo circulação interna e dimensões de terreno onde será instalado. Depois é estudado como será a disposição dos ambientes e distribuição dos cômodos de forma prática e inteligente; e instalação de sistemas de ventilação, iluminação, elétrica e hidráulica. Tudo isso respeitando normas e regulamentações locais vigentes.
Na dúvida, contrate arquitetos, engenheiros e construtores que tenham experiência nesse tipo de projeto. Eles poderão oferecer orientações técnicas, garantindo que todas as etapas da obra sejam realizadas de forma adequada e segura.
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Fontes: Dicas de Arquitetura, Lafayete Locação,
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.