As casas flutuantes são um exemplo de moradia e tendência de arquitetura que tem ganhado cada vez mais adeptos em todo mundo. Há diferentes tipos, desde pequenas embarcações até grandes edifícios, construídos nos mais variados materiais. Oferecem uma vida mais próxima da natureza, com muita liberdade e autonomia, mas também uma alternativa para quem sofre com as consequências das mudanças climáticas.
A saber, com o aquecimento global, o aumento do nível dos oceanos cresce de modo acelerado e já está afetando todo o planeta. Muitas comunidades estão sujeitas a inundações e outros eventos climáticos extremos. Nesse cenário, as casas flutuantes surgem como uma solução sustentável para a construção de moradias, edifícios comerciais e até mesmo cidades inteiras. Confira mais informações no texto a seguir, do Engenharia 360!
Como funcionam as casas flutuantes?
As casas flutuantes são construções capazes de flutuar na água. Elas podem ser feitas de madeira, aço ou concreto, apoiadas em pilares, estacas ou estruturas capazes de flutuar livremente. Sua física é relativamente simples: para não afundar, seu peso deve ser menor do que o volume de água deslocado. Essa relação é conhecida como densidade, e é a mesma que determina se um objeto flutua ou afunda na água.
Para erguer esse tipo de arquitetura, o projetista deve dominar conceitos diversos do mundo das engenharias. Por exemplo, como as estruturas podem suportar as forças das águas; como se comportam em correntes e marés; e até como são os efeitos das ondas e erosão em áreas costeiras. Na hora de projetar, deve-se considerar o tamanho da casa; o peso de sua estrutura; e se será usada em lago, represa ou oceano; e os requisitos básicos de segurança, como sistemas de ancoragem e evacuação em caso de emergência.
Quais são os tipos de casas flutuantes?
Existem basicamente duas categorias de casas flutuantes. O primeiro tipo possui base fixa, ou seja, é ancorado ao fundo do mar ou rio, por isso mais estável; porém, é mais limitado em termos de mobilidade. E o segundo tipo possui base móvel, ou seja, capaz de se mover livremente na água, por isso mais flexível; porém, é mais complexo de construir e manter.
Quais são as vantagens e desvantagens das casas flutuantes?
As casas flutuantes são arquiteturas resistentes. Podem até ser construídas em materiais reciclados. E, por fim, ser facilmente transportadas para diferentes locais. Por outro lado, elas também apresentam alguns desafios. Para começar, podem ser mais caras que casas convencionais, estar sujeitas a regulamentações específicas - diferente de barcos -, e limitadas em termos de acessibilidade.
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Exemplos de casas flutuantes
Retainer, Reino Unido
A casa de Max McMurdo é uma prova da grande variedade de casas flutuantes que surgiram na última década. Cerca de sete anos atrás, ele converteu um contêiner de metal de 12 por 2 metros que comprou por R$ 12.286,50 em uma propriedade industrial de Londres e criou sua nova casa, que agora flutua no rio Ouse, em North Yorkshire.
Le Cid, França
Em 2018, Agnès Combes Bernageau mudou-se do seu "apartamento acolhedor" em Paris para uma barcaça de transporte atracada no Sena – entre a Ponte Alexandre III e a Pont de la Concorde – que partilha com os seus dois filhos e o buldogue francês.
Mini, Argentina
Viver em uma casa flutuante às vezes pode ser desencadeado por uma decisão existencial de abandonar uma vida monótona por outra que traga maior autodeterminação. Anibal Guiser Gleyzer é um exemplo disso. Cerca de 30 anos atrás, ele achava a vida na cidade insatisfatória.
Casa flutuante Zazi, Holanda
Durante anos, Jeanne de Kroon, que tem uma empresa de roupas vintage chamada Zazi Vintage, viajou pelo mundo, adquirindo têxteis e roupas feitas por artesãs. Mas recentemente ela criou raízes alugando uma casa-barco num subúrbio de Amsterdã.
Oldemburgo, Dinamarca
Quando Lis e Ove Nilsson viram pela primeira vez a sua casa-barco, Oldenburg, que data de 1908, foram conquistados pelo seu grande tamanho – ideal para receber a família e amigos.
Soggybottom Shanty, EUA
Uma experiência formativa para Siva Aiken, dona de uma casa-barco excentricamente chamada Soggybottom Shanty, foi sua fixação pelo passeio temático dos Piratas do Caribe na Disneylândia em Anaheim, que sua família frequentava durante sua infância.
Altar, Brasil
Para Rodrigo Martins, sua família e dois amigos, sua casa-barco compacta, mas espaçosa, ecológica e isolada – ancorada em uma boia no reservatório de Jaguariúna, duas horas ao norte de São Paulo – é um refúgio de sonho.
De Walvisch, Reino Unido
O interior do De Walvisch, um veleiro holandês, agora atracado em Wapping, no leste de Londres, é potentemente atmosférico. Possui paredes de madeira em tons de mogno e uma infinidade de objetos marcantes de antiga proveniência marítima, todos provenientes de seus ocupantes – os artistas Zatorski e Zatorski (um casal conhecido como Thomas e Angel pelos amigos).
O futuro da arquitetura flutuante
Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas todos os dias no setor da construção civil, incluindo para resolver os problemas ainda presentes nos projetos de casas flutuantes. Levando isso em consideração, podemos dizer que a arquitetura flutuante é uma área promissora, com potencial de resolver alguns dos desafios mais urgentes do mundo, inclusive a falta de moradia. Por certo, logo essa será uma solução cada vez mais viável para o futuro.
Conhece outros exemplos emblemáticos de casas flutuantes que mereciam entrar nesta lista? Escreva para nós na aba de comentários!
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Fontes: Casa Vogue, Jornal Comunidade em Destaque, Hometeka, BBC, BBC 2.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.