Desde o lançamento do T-Cross estávamos ansiosos para testá-lo. Afinal, para nós, brasileiros e apreciadores de carros, ter um SUV nacional para enfrentar máquinas já super potentes no mercado é de grande importância.
Sendo assim podemos dizer que esse momento é nosso! Preparamos um review completo sobre o novo queridinho da VW em duas versões: 200 TSI e 250 TSI.
O que motivou a VW a lançar um SUV compacto
Primeiramente, é bacana contextualizar o projeto da Volkswagen para o público do Brasil. A empresa alemã descobriu a necessidade dos brasileiros por carros maiores e mais confortáveis para a família.
Muitos têm procurado de um veículo diferente dos típicos sedãs e dos populares hatches. E a partir daí que foi pensado o T-Cross nacional, primeiro SUV compacto da marca criado em solo tupiniquim, e com diferenças visíveis do modelo europeu.
A saber, o T-Cross foi construído com base no Virtus, que conta com entre-eixos mais longo (2,65 m) em relação a, por exemplo, o Polo, que é inspiração para o mesmo modelo na Europa. Por conta disso, nasceu um carro familiar expansivo com cerca de 4,20 metros de comprimento.
Comfortline 200 TSI
Sobre a versão 1.0 TSI, com 128 cv, 20,4 kgfm de torque e câmbio automático, podemos dizer que se trata do topo de linha dos “1000” por conta da quantidade e qualidade de seus acessórios. Mas ainda assim é a versão mais simples entre os T-Cross disponíveis.
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Em um primeiro momento percebemos que esse modelo tem um comportamento dinâmico, lembrando bastante o que encontramos no Polo e no Virtus, por exemplo.
Realmente dá para notar que a Volks se preocupou em dar mais atenção ao motor dessa vez, pois apesar de ser 1.0 ele é potente e cumpre seu papel, principalmente para uso do dia a dia.
Na estrada, vale dizer, em certos momentos é possível sentir que ele dá uma enfraquecida. No caso de ultrapassagens ou para uma velocidade mais alta você vai precisar ter um pouquinho de paciência.
No entanto, isso não deve ser motivo para espanto, afinal, não se esqueça que estamos falando de um carro SUV moderno, porém, com motor 1.0.
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Consumo de combustível
Como a proposta de um carro urbano ele atende às expectativas normalmente.
Para se ter uma ideia, você não sente a vibração de três cilindros, o que lhe dá uma agilidade espontânea. Isso também faz com que ele economize combustível.
Em média, o T-Cross Comfortline consome 10 km por litro de gasolina na cidade e 15 km por litro na estrada. E no caso do etanol, 7 km/l na cidade e 12 km/l na estrada - lembrando que os carros da Volks sempre “bebem” mais álcool mesmo.
Suspensão - Firme na medida certa
Com relação à suspensão, esse modelo tem as mesmas rodas que o 250 TSI 1.4, se mostrando somente um pouco mais firme, mas que não atrapalha em nada na performance geral.
O engraçado é que mesmo sendo robusto não faz barulho de suspensão. Seu silêncio predomina, sendo interrompido em alguns casos, como quando ultrapassamos 120 km/h.
Outro ponto bacana da suspensão é a facilidade para absorção de buracos, que já é algo característico dos SUV’s e que também pode ser enxergado facilmente no T-Cross 1.0.
Modos de condução variáveis
Temos que assumir que o TSI 1.0 é gostoso para dirigir. Muito se deve ao fato de ter a direção elétrica e mais amplitude de entre-eixo - são 9 cm a mais de o Polo, para citar um exemplo.
Algo que garante ainda mais personalidade é a possibilidade de escolher o modo de condução. É um item opcional, mas que pode ser interessante para motoristas versáteis.
O destaque fica para o modo Eco, para privilegiar o consumo, reduzir as rotações e anestesiar o acelerador. É ideal para quem vive no trânsito caótico de metrópoles, como São Paulo, sobretudo naqueles dias com chuva nos quais se tem o famoso “anda e para” em todos os horários.
Também há o modo Comfort, Sport e o Individual.
Em qualquer modo, se compararmos com outros SUV’s da mesma classe o T’Cross 200 TSI é ligeiramente mais pesado. Todavia, na hora de calcular a performance na prática perto dos concorrentes não mostra diferenças drásticas.
Espaço interno
Como falamos anteriormente o entre-eixos é maior que o Polo e semelhante ao Polo. Possui 373 litros de capacidade na parte traseira, o que significa que acomoda, em média, duas malas de viagem. Mais que isso digamos que é impossível.
Você pode ter uma folga a mais se colocar o banco de trás reto, resultando em quase 40 litros a mais.
Os passageiros da parte traseira até ficam confortáveis, mas algo que chama atenção é a medida para os ombros que é visivelmente mais tímida que os demais SUV’s da categoria. Sendo assim, pode ser que incomode em algum momento para encostar,
Vale o preço?
O T-Cross 200 TSI automático está disponível a partir de R$100 mil.
Como há uma série de opcionais, você pode chegar a gastar uns 10 / 15 mil reais a mais no preço final e comprar um carro que seja mais completo, bem próximo do Highline 1.4.
Isso tem gerado dúvidas sobre o real custo x benefício do modelo 200 TSI, pois com pouca diferença você leva o modelo topo de linha. De fato é algo a se pensar antes de bater o martelo.
Manual pode ser uma boa opção
Para quem quer economizar e gosta de ter aquela sensação de controlar o carro há a opção manual do 200 TSI.
Em tempos de transmissão automática, esse modelo apresenta um preço bem melhor e competitivo. E isso pode ser um atrativo bem interessante, não é mesmo? O T-Cross 200 TSI manual custa a partir de R$85 mil.
Highline 250 TSI (com sistema de som Beats)
Se o 200 TSI é o mais básico e já surpreende, o que esperar da versão Highline 250 TSI 1.4 do T-Cross?
Bom, há quem diga que não há muita diferença, não justificando o preço superior: a partir de R$109,990.
Porém, nossa impressão é que os pacotes que nele podem ser inseridos garantem um resultado atraente para quem procura um SUV com certo luxo.
Não é à toa que em junho deste ano as concessionárias já puderam constatar que se trata da versão do T--Cross mais procurada do que o 1.0 até agora.
Parece brincadeira, mas a galera está preferindo pagar um pouco a mais, não para superar na performance - pois o 1.4 não está muito à frente do modelo mil -, mas para ter determinados itens opcionais.
Equipamentos de série
Entre os principais componentes de série, o Highline oferece central multimídia, chave presencial, rodas de liga leve aro 17, bem como câmera de ré.
Também dá para citar o interessante sistema Connect, acessado pelo motorista por meio do App Connect para obter dados úteis do veículo, por exemplo: consumo de combustível, histórico de rotas e lembretes de manutenção.
Para essa versão há diversos opcionais que podem complementar o veículo com maestria. É o caso do painel digital, a central multimídia com GPS, tela touch e comandos de voz, faróis full-led e teto solar panorâmico.
No entanto, para se ter tudo isso - e mais um pouco que não citamos aqui - o valor final sobe para quase R$125 mil.
Para citar algo que deixou a desejar em relação aos concorrentes Jeep e Honda, foi o freio de mão, que é tradicional. Poderia ser eletrônico para dar um upgrade a mais.
Sistema de som Beats
A versão topo de linha, isto é, com a adição de todos os opcionais, tem um dos diferenciais que mais valem a pena na nossa opinião, sobretudo para condutores que curtem viajar ouvindo música.
Trata-se do sistema de som premium da marca Beats. Ele vem em um pacote com os faróis full-led e o park assist que custa um adicional de exatos R$6.050.
Design do T-Cross 200 e 250
Uma vantagem do desenho do interior do T-Cross é que o acabamento das peças, bem como o encaixe é exemplar. Nesse quesito o SUV está muito próximo do Polo e do Virtus.
Por outro lado, o material predominante é o plástico rígido, que não garante um aconchego que esperamos em um carro assim. Para se ter uma ideia, somente na versão Highline encontramos uma base macia que imita couro, que é o descanso para braço no interior das portas.
Achamos que eles poderiam seguir a linha do Renegade, por exemplo, que conta com o painel emborrachado e demais detalhes mais confortáveis tanto física quanto visualmente.
E então, vale a pena ou não ter um T-Cross na garagem?
Para finalizar, elaboramos um top 5 com os pontos positivos e negativos do T-Cross da VW.
Positivos:
- Desempenho
Na cidade, o 1.0 supera expectativas, o que não ocorre na estrada. Nesse caso, o melhor resultado fica com o 1.4 de 150 cv. Destaque para as acelerações e retomadas.
- Espaço interno
Na fita métrica as medidas do T-Cross ficam atrás de outros carros da categoria. No entanto, eles ainda apresentam um ótimo espaço interno, sobretudo no banco de trás, no qual se acomodam dois adultos sem problemas.
- Painel virtual
O Highline 250 possui o painel virtual como opcional exclusivo. É um dos componentes que mais valem a pena por conseguir facilitar a rotina do motorista.
- Suspensão
A suspensão do T-Cross foi pensada com carinho pela Volks. A eficiência em curvas, buracos e desníveis é ótima e quase não gera ruídos. Também podemos citar a redução do barulho alto do vento em altas velocidades, como é sentido em demais carros da montadora.
Negativos
- Material simples
O plástico simples e duro incomoda um pouco na versão de entrada do T-Cross. Mas como falamos, isso não interfere na qualidade dos acabamentos, tampouco nos encaixes, que são eficientes.
- Preço de uma versão para outra
Algo que não pudemos deixar de constatar é a pouca diferença de preço entre a versão 200 TSI manual 85 mil para a Comfortline 99.990, bem como desta para a Highline, que é de somente R$10 mil reais. Bom, deve ser por conta disso que o modelo 1.4 tem vendido mais.
- Design externo simples na versão de entrada
Os modelos do T-Cross 200 TSI de entrada têm visual diferente dos que recebem o upgrade ds adicionais. Apresentam uma carroceria “plastificada” em excesso, com rodas simplórias e até pequenas demais para a imponência do veículo.
Bom, para saber mais sobre o T-Cross nas duas versões, entre no site da Volkswagen.
Galeria de Fotos: VW T-Cross 200 TIS e 250 TSI
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Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.