O câncer é uma das doenças mais tristes e sofridas. Seu tratamento pode ser bastante doloroso, inclusive com utilização de radiação, que pode, quando em excesso, comprometer as células saudáveis, causar fibrose e aumentar o risco de novos cânceres. Agora imagine uma tecnologia mais precisa, eficiente e menos prejudicial. Ela já existe! Trata-se de um novo tratamento em desenvolvimento pela ciência chamado histotripsia, que se vale de ondas de ultrassom altamente focadas para romper ou destruir “células defeituosas”. Confira mais sobre essa história no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Explicando o que é histotripsia
Vamos tomar como base o tratamento de radioterapia para o câncer. No passado, ele cobria uma área mais abrangente, necessitando de várias seções para o médico garantir melhor cobertura da área afetada pela doença. O problema é que, assim, muitos pacientes ficavam com a pele queimada, com tecidos saudáveis ao redor do tumor danificado pela exposição excessiva à radiação. Por isso, com o passar dos anos, os médicos buscaram desenvolver novas técnicas menos invasivas.
Então, agora temos a boa notícia de um método que se vale de ondas ultrassônicas concentradas em um ponto extremamente pequeno (algo equivalente ao tamanho de um grão de arroz). Quando essas ondas atingem o “alvo”, elas criam bolhas microscópicas que explodem, destruindo as células tumorais quase que instantaneamente, como explicou o Dr. Kevin Burns, chefe de radiologia intervencionista no Providence Mission Hospital, na Califórnia, em entrevista à ABC News.
A saber, a histotripsia é considerada um método menos agressivo e com menos efeitos colaterais.
Como funciona a histotripsia
No tratamento com histotripsia, o médico usa no paciente um transdutor de ultrassom para emissão de ondas sonoras contra o tumor. Nesse caso, as ondas criadas basicamente viram bolhas que geram uma pressão intensa no tecido afetado, garantindo a eficácia do procedimento. E para que todo esse processo dê certo, é preciso haver um meio aquoso entre o transdutor e o paciente - pode ser uma banheira com água desgasificada -, pois o som se dissipa no ar.
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Novo tratamento x tratamentos convencionais
Comparada a tratamentos tradicionais como radiação e ablação por radiofrequência, a histotripsia oferece várias vantagens:
- Menor invasividade: Não há incisões ou uso de radiação, reduzindo os efeitos colaterais.
- Recuperação rápida: O órgão tratado pode se regenerar completamente após cada sessão.
- Repetibilidade: O procedimento pode ser repetido conforme necessário, sem prejudicar os tecidos saudáveis.
- Precisão: O uso de água desgasificada como meio condutor garante a precisão das ondas ultrassônicas.
Essas características tornam a histotripsia uma opção atraente para pacientes que não respondem bem a tratamentos convencionais ou que desejam evitar os efeitos colaterais associados à quimioterapia e radioterapia.
Estudos iniciais mostram que, além de destruir os tumores, a histotripsia deixa para trás material genético benigno que pode ajudar o corpo a fortalecer suas defesas contra o câncer.
O caso inspirador de Chris Donaldson
A histotripsia está há cerca de 20 anos em desenvolvimento - passando por pesquisas e testes clínicos. Já os primeiros resultados foram promissores, com taxa de sucesso de 80%. E só depois disso é que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aprovou a técnica para utilização em humanos em centros médicos especializados. Corta para o ano de 2022, quando o paciente Chris Donaldson, diagnosticado com melanoma ocular, com metástase para o fígado, optou por testar esse método de tratamento.
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As opções de Donaldson estavam se esgotando; os médicos lhe davam apenas três anos de vida. Então, ele viu na histotripsia uma esperança de renascer. Dois meses após o início do tratamento, seu fígado já estava bem outra vez.
"Se eu puder inspirar alguém a não desistir e ter um vislumbre de esperança, já terei cumprido meu papel." - Chris Donaldson resume a importância desta inovação.
O futuro da histotripsia na medicina
Vale destacar que, embora a técnica esteja focada neste momento do tratamento de câncer do fígado, a histotripsia pode, no futuro, ser usada em outros órgãos, como tireoide e mama. Os médicos estão bem otimistas! Podemos estar diante de uma nova forma de combater o câncer, eliminando a necessidade de tratamentos invasivos e radiação através dessa nova opção, mais segura e eficaz, para pacientes em situações críticas.
Fontes: ABC 7.
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Eduardo Mikail
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