Engenharia 360

A inovadora abordagem de design iterativo da SpaceX para lançar a Starship

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por Kamila Jessie
| 02/03/2020 | Atualizado em 20/04/2023 3 min
Elon Musk Twitter, via Space – https://www.space.com/spacex-assembles-starship-mk1-photo.html

A inovadora abordagem de design iterativo da SpaceX para lançar a Starship

por Kamila Jessie | 02/03/2020 | Atualizado em 20/04/2023
Elon Musk Twitter, via Space – https://www.space.com/spacex-assembles-starship-mk1-photo.html
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Atualização: A SpaceX adiou a primeira tentativa de lançamento da Starship devido a um problema técnico, mas agora está programada para a quinta-feira (20) de abril de 2023. A empresa terá uma janela de lançamento que abre às 7h28 (BRT) e fecha às 8h30 (BRT). O lançamento será transmitido ao vivo no site da SpaceX. A tentativa de lançamento original foi cancelada devido a um problema de pressurização.

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A polêmica abordagem da SpaceX com design iterativo seguiu explodindo veículos espaciais durante algum tempo. A missão atual da empresa é acelerar o processo de tentativa e erro para tornar seu projeto Starship pronto para um voo orbital.

Starship MK1. Fonte: SpaceX.
Starship MK1. Fonte: SpaceX.

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O design iterativo da SpaceX

Em novembro de 2019, o primeiro protótipo de um veículo Starship foi danificado durante um teste de pressurização, os funcionários da SpaceX estavam trabalhando em uma nova versão do veículo chamada SN1. A empresa adotou essa nomenclatura porque Elon Musk prevê que a SpaceX siga construindo grandes naves espaciais rapidamente, com cada nova iteração melhorando na última - seja por meio de processos de fabricação mais suaves, eliminando massa desnecessária, melhorando o desempenho, ou outros.

"Construir muitos foguetes permite aproximações sucessivas", disse Musk no Twitter, aplicando uma equação simples ao processo: progresso em qualquer tecnologia é o número de iterações multiplicadas pelo progresso entre iterações. Basicamente, seguir na tentativa e erro até convergir para o design ideal.

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Sob essa abordagem ao design do hardware de voos espaciais, sem dúvida haverá mais contratempos como o acidente de 2019. O vídeo gravado em uma rodovia próxima às instalações da SpaceX em Boca Chica no final de fevereiro é um indicativo disso:

Mas antes que a gente se impressionasse, Michael Baylor, da Space Flight, publicou que não há nada a se preocupar, dizendo que esse negócio de “testar, falhar, consertar, testar, falhar, consertar é o esquema da SpaceX. Eles aprenderão com isso e acertarão”.

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Starships are meant to fly

Por mais que a explosão pareça dinheiro sendo jogado pelos ares, a SpaceX está disposta a tolerar algumas falhas para avançar rapidamente. Com o "design iterativo", a empresa constrói veículos, testa seu desempenho, identifica as falhas e voa o mais rápido possível.

Essa abordagem contrasta fortemente com a indústria
aeroespacial mais tradicional, na qual são gastos anos refinando o design de um
veículo antes de construí-lo. Isso normalmente resulta em menos explosões, mas
requer muito mais tempo e financiamento. Nós, visualizadores externos, também
ficamos impressionados com a disposição da SpaceX em deixar que seus protótipos
explodam.

Musk explicou que a iteração no programa de foguetes Falcon 9 desacelerou entre 2010 e 2018, pois suas cargas úteis para a NASA e clientes comerciais se tornaram "importantes demais" para se arriscar. No entanto, durante a fase inicial do programa Starship, a SpaceX buscou construir veículos por “apenas” US $ 5 milhões cada, usando principalmente materiais de aço inoxidável. Além disso, não foi colocada nenhuma carga útil nesses trials.

Enquanto a Starship não é lançada de fato em órbita, a gente admira a animação e torce para que não sejam “desperdiçados” muitos protótipos até que as iterações venham a convergir para o ideal.

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Fonte: Arstechnica.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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