Engenharia 360

Engenheiros desenvolvem o revestimento mais preto já apresentado

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 07/10/2019 | Atualizado em 30/06/2022 2 min

Engenheiros desenvolvem o revestimento mais preto já apresentado

por Kamila Jessie | 07/10/2019 | Atualizado em 30/06/2022
Engenharia 360

Engenheiros do MIT declararam ter desenvolvido um material 10 vezes mais preto do que qualquer coisa que foi relatada anteriormente. O material é feito dos versáteis nanotubos de carbono (CNT) alinhados verticalmente em uma superfície de papel alumínio gravado com cloro. A película captura mais de 99,96% de qualquer luz que entra, tornando-a o material mais preto já registrado.

Arte engenhosa ou engenharia artística

Enquanto a gente se contenta em apresentar pôster em congresso, os pesquisadores publicaram suas descobertas em um artigo científico na revista ACS-Applied Materials and Interfaces. Mas, em questão de exibir o material, investiram em apresentá-lo como parte de uma exposição na Bolsa de Nova York, intitulada "The Redemption of Vanity". É um imenso viés art-science, olha só:

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O material foi implementado como parte de uma obra de arte, uma colaboração entre Brian Wardle, professor de aeronáutica e astronáutica do MIT e seu grupo, e o artista residente Diemut Strebe do MIT. A obra consiste em um diamante amarelo natural de 16,78 quilates, estimado em 2 milhões de dólares americanos (!), que a equipe revestiu com o novo material de CNT ultrablack. O efeito é impressionante: a gema, normalmente facetada de maneira brilhante, aparece como um impressionante vazio preto.

preto
Imagem: the-redemption-of-vanity.com

Aplicações podem pintar

Deixando a parte artística de lado e incorporando a visão
utilitária da engenharia, o pessoal do MIT indicou que o material tem suas aplicações.
Alguns exemplos seriam cortinas ópticas que reduzem o brilho indesejado, para
ajudar os telescópios espaciais a localizar exoplanetas em órbita. Bem
específico, mas o material também vai além do preto convencional, logo,
esperam-se aplicações sofisticadas.

De onde veio a luz

A ideia inicial da equipe de pesquisadores era testar algumas propriedades de condutividade elétrica usando CNTs. Contudo, em meio aos experimentos, sempre se deparavam com inconvenientes relacionados à deposição de óxido de alumínio quando exposto ao ar. Uma forma de remover essa camada seria adicionar sal (o famoso cloreto de sódio). Funcionou, mas a surpresa foi a cor do material resultante.

revestimento preto
Imagem: pubs.acs.com

All black

A equipe de pesquisadores avaliou a quantidade de luz refletida
pelo materialde qualquer todos os ângulos possíveis. Os resultados mostraram
que o material absorveu mais de 99,995% da luz que entra, de todos os ângulos.
Em essência, se o material contivesse sulcos, não importa de que posição fosse
visto, essas características seriam invisíveis, obscurecidas em um vazio de
preto.

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Os engenheiros não têm muita certeza do mecanismo que contribui para a opacidade do material, mas suspeitam que possa ter algo a ver com a combinação de alumínio gravado, que é um pouco enegrecido, com os nanotubos de carbono e sua disposição.


Fonte: MIT News.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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