Você sabia que, desde 2010, o acesso à água potável é um direito humano fundamental, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU)? Um pedido da Assembleia Geral da ONU a seus Estados-Membros e outros organismos internacionais foi que financiassem e oferecessem tecnologia e outros recursos para que os habitantes de países mais pobres pudessem ter água limpa.
Desde então, muitas empresas e instituições mundo afora têm pesquisado maneiras funcionais e baratas de transformar água imprópria para o consumo em potável. Uma das invenções mais recentes é um projeto em conjunto das universidades de Buffalo, no estado de Nova York, e a chinesa Fudan, em Shangai.
O princípio para o projeto já é bastante conhecido: a evaporação da água ajuda a mantê-la limpa, pois substâncias, como o sal, e bactérias, não permanecem no líquido após ele se tornar gasoso. Na condensação, quando o vapor se torna líquido, a água se torna aceitável para consumo.
Isso tudo pode ser feito por meio de um aparelho bastante simples, composto de pedaços de plástico e de papel coberto de carbono, que consegue água limpa sem o uso de energia elétrica ou a gás, como a maioria dos equipamentos.
Como funciona?
Uma alternativa à eletricidade e ao gás é o uso de espelhos, que criam focos de luz para esquentar e evaporar o líquido. Porém, é uma medida bastante cara para utilização em larga escala. Uma opção mais barata é o papel revestido de carbono: utilizando a ótica a seu favor, o aparelho aproveita o fato de que a cor preta absorve mais luz e calor.
Soma-se a isso a capacidade que o papel tem de absorver a água e o resultado é um produto barato e que consegue separar pequenas quantidades do líquido e evaporar. Como a estrutura é de plástico transparente, a luz penetra facilmente e o vapor é retido dentro dela. Por fim, uma mangueira acoplada transporta a água filtrada para uma bolsa separada, que só precisa ser destacada para retirar o líquido potável.
Por meio do equipamento, é possível filtrar até 10 litros de água por dia - produtos semelhantes conseguem apenas a metade disso. Os pesquisadores observam que ele é ideal para pequenas comunidades, que podem a gerar a própria água potável. Mesmo com materiais extremamente baratos, o sistema utiliza o máximo de energia solar durante a evaporação, minimizando a perda de calor durante o processo.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA, pala Fundação Nacional de Ciências da China e pelo Conselho Chinês de Bolsas de Estudo.
Fonte: Nações Unidas no Brasil, Superinteressante, University at Buffalo.