Fala se não é verdade: o brasileiro ama celular! Agora imagine viver em uma região com baixa cobertura de rede, sem dinheiro suficiente para comprar créditos telefônicos ou um cartão SIM, indispensável para muitos aparelhos modernos de comunicação. Esse era um pensamento que incomodava o jovem Simon Petrus, estudante de engenharia eletrônica da Namíbia. Isso o inspirou a desenvolver um projeto de um dispositivo capaz de realizar ligações telefônicas sem chip – e o melhor, sem créditos e sem depender de operadoras. O Engenharia 360 conta mais sobre o caso no artigo a seguir. Confira!

Conhecendo o jovem Simon Petrus

Simon Petrus é um estudante engenharia no Windhoek Vocational Training Centre – agora já graduado, ver o vídeo no final deste publicação; além do mais, é uma pessoa com espírito autodidata. Ele sempre gostou de estudar televisores e celulares quebrados; isso foi o ponto de partida para uma criação revolucionária. Recentemente, sua história ganhou destaque quando ele apresentou um projeto de telefone móvel capaz de funcionar com frequências de rádio. Foram dois anos desenvolvendo o aparelho, utilizando conhecimentos básicos de ciências e muitos testes práticos. O resultado é bastante impressionante!

telefone que funciona sem cartão SIM
Imagem reprodução via Integrity Magazine

O que o telefone de Simon é capaz de fazer

Então, a invenção de Simon é um dispositivo incrível! Vale destacar que ele funciona não apenas como telefone, mas como rádio, TV e até carregador portátil. O protótipo foi feito com peças reaproveitadas de eletrônicos. Surpreendentemente, pode-se fazer com ele chamadas para qualquer pessoal (com dispositivo semelhante), em qualquer lugar, sem interrupções – desde que em uma área com frequência de rádio também, claro. A unidade ainda tem uma lâmpada, um ventilador e uma tomada.

Ou seja, o invento desse jovem da Namíbia é um meio de entretenimento, sistema de comunicação e suporte de emergência ou utilidade doméstica.

Destrinchando a engenharia do aparelho

O dispositivo projetado por Simon Petrus seria, se produzido em série, ideal para uso em comunidades rurais ou locais com infraestrutura limitada. Caso você seja um apaixonado por engenharia e queira entender melhor como tudo funciona, concluímos que trata-se de um amplificador de sinal, transformando torres de baixa frequência em pontos de sinal mais fortes para celulares ao redor. Isso poderia melhorar significativamente a comunicação em áreas remotas, onde a conectividade é um desafio.

Por questões de patente, não foram divulgados muitos detalhes aprofundados, mas sabe-se que tudo é baseado em princípios básicos de transmissão e recepção de sinais de rádio.

Reconhecimento e prêmios

A invenção de Simon Petris conquistou o primeiro lugar em uma competição nacional de tecnologia na Namíbia. Inclusive, sua professora de ciências revelou na ocasião que vários jurados acreditaram, inicialmente, que havia um engenheiro profissional por trás da criação.

O protótipo levado à escola foi financiado pelos próprios pais do jovem (valor aproximado de US$ 2.000), com intuito de apoiar o sonho de seu filho. E é claro que, hoje, ele é uma grande inspiração para a comunidade africana, mostrando que a genialidade não está presa a laboratórios sofisticados ou grandes universidades – ela pode surgir em qualquer lugar, desde que haja curiosidade, vontade de aprender e apoio mínimo.

O lado triste dessa história é que, mesmo que o invento tenha grande potencial transformador de comunidades, sua fabricação em série é um obstáculo. Há falta de incentivo público e privado para desenvolver e escalar a criação. Simon continua buscando patrocínio, mentoria e recursos para produzir mais unidades, refinar o design e registar eventualmente a patente. Vamos torcer para que ele consiga!

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Fontes: Kabum, Integrity Magazine.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Você já pensou que por trás do glamour de Hollywood existem mentes científicas trabalhando em inovações que mudaram o mundo? Pois é, nem toda estrela brilha apenas nos palcos ou nas telas. Algumas atrizes também tiveram carreiras científicas surpreendentes, contribuindo para áreas como tecnologia, neurociência, biocombustíveis e muito mais.

Prepare-se para conhecer a história fascinante de três mulheres incríveis que conseguiram unir duas paixões que pareciam opostas: arte e ciência. Veja neste artigo do Engenharia 360 como elas brilharam nas telonas e também nos laboratórios!

1. Hedy Lamarr

Se você acha que as contribuições científicas vêm apenas de laboratórios universitários, prepare-se para se surpreender com Hedy Lamarr, uma estrela de Hollywood que ajudou a construir as bases da tecnologia moderna.

De Viena para o mundo

Nascida em 1913 na Áustria como Hedwig Eva Maria Kiesler, Hedy foi considerada uma criança prodígio. Aos 10 anos, já era pianista, dançarina e falava quatro idiomas. Estreou nos cinemas aos 17 anos com o filme ‘Geld auf der Strasse’. Mas foi em Hollywood, aos 25 anos, que ganhou fama internacional, com filmes como ‘Argel’.

atrizes cientistas
Imagem de Autor desconhecido em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Hedy_Lamarr#/media/
File:Hedy_Lamarr_Publicity_Photo_for_The_Heavenly_Body_1944.jpg

A invenção que mudou tudo

Após um casamento conturbado com o traficante de armas Fritz Mandl, Hedy mergulhou em ideias para ajudar os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Ao lado do compositor George Antheil, ela desenvolveu um sistema de comunicação com salto de frequência para guiar torpedos sem interferência.

Eles usaram como base o mecanismo de rolos de pianos automáticos, e com a ajuda de um professor de engenharia elétrica do Instituto de Tecnologia da Califórnia, criaram um dispositivo revolucionário. A ideia era que transmissor e receptor pulassem rapidamente entre frequências para evitar bloqueios de sinal – o que só foi usado anos depois, durante a Crise dos Mísseis de Cuba.

A mãe do Wi-Fi?

A patente da dupla inspirou tecnologias sem fio como Wi-Fi, Bluetooth e GPS. Mesmo que a Marinha tenha ignorado a invenção inicialmente, Hedy Lamarr entrou para a história como uma das mentes brilhantes por trás da tecnologia que usamos todos os dias.

2. Natalie Portman

Quando pensamos em Natalie Portman, logo lembramos de papéis icônicos como Padmé Amidala em ‘Star Wars’ ou Nina em ‘Cisne Negro’, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz. Mas o que muita gente não sabe é que essa estrela também tem uma carreira acadêmica respeitável.

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Imagem de Gage Skidmore em Wikipédia – https://pt.m.wikipedia.org/wiki/
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Muito além da tela

Antes mesmo de terminar o Ensino Médio, Natalie – que ainda usava o sobrenome de nascimento Hershlag – publicou um artigo científico no Journal of Chemical Education. O tema? Produção enzimática de hidrogênio a partir de açúcar. O objetivo do estudo era encontrar formas sustentáveis de produção de energia a partir de biomassa, como lixo orgânico.

O artigo destacava a importância de encontrar fontes alternativas aos combustíveis fósseis, como o petróleo. E sim, essa publicação foi feita enquanto ela ainda era adolescente!

Estudando o cérebro dos bebês

Durante sua graduação em psicologia pela Universidade de Harvard, Portman coescreveu outro artigo científico. Dessa vez, utilizou espectroscopia no infravermelho próximo para estudar o desenvolvimento cerebral em bebês. A pesquisa demonstrava que o surgimento da “permanência do objeto” (a noção de que algo continua existindo mesmo quando não é visível) está ligado a mudanças na concentração de hemoglobina no córtex frontal.

3. Mayim Bialik

Se você já assistiu ‘The Big Bang Theory’, com certeza conhece a personagem Amy Farrah Fowler, uma neurocientista brilhante e um tanto peculiar. O que muitos não sabem é que Mayim Bialik, atriz que interpreta Amy, também é neurocientista na vida real.

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Imagem de iDominick em Wikipédia – https://pt.m.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Natalie_Portman_%2848470988352%29_%28cropped%29.jpg

Uma carreira científica de respeito

Mayim começou sua carreira artística ainda jovem, participando de filmes como ‘Beaches’ e protagonizando a série ‘Blossom’. Mas sua verdadeira paixão era o cérebro humano. Em 2000, ela se formou em neurociência na Universidade da Califórnia.

Seguiu sua carreira acadêmica com um pós-doutorado no Centro de Pesquisa de Retardo Mental da UCLA e, em 2007, concluiu seu doutorado em neurociência. Sua tese? A relação entre a regulação hipotalâmica e comportamentos obsessivo-compulsivos, afiliativos e alimentares na Síndrome de Prader-Willi, uma condição genética rara caracterizada por uma fome constante.

De volta às telas com propósito

Após concluir sua formação, Mayim voltou à televisão para interpretar alguém com quem se identificava profundamente: uma neurocientista. Seu papel na série ajudou a popularizar a ciência e inspirou milhares de jovens a se interessarem por neurociência, psicologia e outras áreas acadêmicas.

Por que essas histórias importam?

Histórias como as de Hedy Lamarr, Natalie Portman e Mayim Bialik desafiam estereótipos. Elas provam que é possível ser múltipla, que arte e ciência não são opostas, e que paixões diferentes podem coexistir em uma mesma pessoa.

Em um mundo onde a representatividade ainda é um desafio, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia, essas mulheres mostram que talento e inteligência não têm limites nem rótulos.

Elas foram pioneiras em suas áreas, unindo mundos que costumam ser vistos como distantes. Mais do que atrizes ou cientistas, são inspirações vivas de que a curiosidade e a criatividade podem transformar o mundo – tanto no palco quanto fora dele.

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Fontes: Resvista Planeta, Discover Magazine.

Imagem de capa: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mayim_Bialik_at_the_36th_Annual_Gracie_Awards_Gala.jpg

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Redação 360

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A Antártica, com sua vasta cobertura de gelo, é hoje um dos ambientes mais extremos e fascinantes do planeta. Recentemente, um mapa detalhado desenvolvido pelo British Antarctic Survey (BAS) revelou como seria a região sem o gelo, trazendo à tona questões sobre o impacto climático e os desafios que os engenheiros enfrentariam em um mundo com a Antártica sem gelo. Então pensamos: “Como a engenharia poderia se adaptar a essa nova realidade?”, “Quais desafios os engenheiros precisariam enfrentar?”. Debatemos o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!

antártica sem gelo
Imagem de British Antarctic Survey reproduzida de TecMundo

O mapa da Antártica sem gelo

O mapa, chamado Bedmap3, foi criado a partir de dados coletados por satélites, navios, trenós e aviões, oferecendo uma visão detalhada da região sem a cobertura de gelo e neve. Esse mapa não apenas revela a geografia subjacente da Antártica, mas também ajuda os cientistas a entender melhor como as geleiras se movimentam e interagem com a superfície rochosa abaixo delas.

A Antártica armazena cerca de 70% da água doce do planeta em suas geleiras, com uma espessura média de 1,9 quilômetros. O Lago Vostok, por exemplo, está isolado há milhões de anos sob uma camada de gelo de aproximadamente 4 quilômetros de espessura. Se todo esse gelo derretesse, o nível do mar subiria cerca de 58 metros, causando impactos devastadores em todo o mundo.

antártica sem gelo
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Impactos climáticos e sociais

O derretimento das geleiras da Antártica não é apenas um problema ambiental; ele também tem implicações sociais e econômicas significativas. À medida que o gelo derrete, o nível do mar aumenta, ameaçando cidades costeiras e ilhas baixas. Além disso, o aquecimento global pode alterar correntes oceânicas, afetando a biodiversidade marinha e a disponibilidade de alimentos.

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Desafios para a engenharia

Nesse cenário apocalíptico, a engenharia, como força motriz da adaptação e da inovação humana, seria chamada a desempenhar um papel central e monumental. Os desafios seriam vastos, complexos e sem precedentes, exigindo soluções criativas, colaboração multidisciplinar e uma profunda reconsideração de muitas das práticas e tecnologias atuais.

Para enfrentar esses desafios, a engenharia precisaria avançar em várias frentes:

  • Materiais avançados: Desenvolver materiais mais resistentes e sustentáveis para construções em ambientes extremos.
  • Energias renováveis: Implementar sistemas de energia renovável para alimentar infraestruturas em áreas remotas.
  • Tecnologia de monitoramento: Utilizar sensores e drones para monitorar mudanças ambientais e prever desastres naturais.

Infraestrutura costeira

Com a elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos, será necessário reconstruir infraestruturas como portos e rodovias, usando novos materiais e tecnologias, além de relocar comunidades inteiras para locais mais seguros.

antártica sem gelo
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Sistema hídrico e saneamento

Apesar da abundância de água salgada, a água potável será escassa. Tecnologias de dessalinização, reaproveitamento de água e novos sistemas de saneamento serão cruciais para garantir a saúde pública e a sustentabilidade.

antártica sem gelo
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Engenharia de energia

A transição energética será acelerada, exigindo fontes renováveis e redes descentralizadas e resilientes. Infraestruturas vulneráveis, como plataformas offshore, precisarão ser adaptadas ou substituídas por soluções mais seguras.

antártica sem gelo
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Engenharia de mobilidade

O deslocamento populacional e a mudança da geografia exigirão novas redes de transporte, com veículos autônomos, drones e estruturas logísticas adaptadas à nova realidade climática e territorial.

antártica sem gelo
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Um chamado à ação e à inovação

A Antártica sem gelo não é apenas um cenário hipotético; é uma realidade que pode se tornar mais provável com o aquecimento global. Os engenheiros precisam estar preparados para enfrentar os desafios que surgirão nesse novo mundo, desde a proteção costeira até a exploração sustentável de recursos. A inovação tecnológica será crucial para mitigar os impactos negativos e aproveitar as oportunidades que surgirão em um mundo com a Antártica sem gelo.


Fontes: TecMundo.

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Redação 360

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Acredite se quiser! A engenharia genética alcançou um feito extraordinário em 2025: a ressurreição do lobo-terrível (Aenocyon dirus), uma espécie extinta há cerca de 12.500 anos. Estamos falando de um predador icônico da América do Norte na era do gelo, muito semelhante àquele imortalizado na série “Game of Thrones”, lembra? Sua mandíbula era poderosa e a pelagem espessa, características que o permitiam caçar grandes presas em ambientes hostis. Para os cientistas, sua extinção foi uma perda significativa.

A empresa Colossal Biosciences de biotecnologia sediada em Dallas é que encabeçou essa empreitada. Essa pode ser a primeira desextinção de animal do mundo! Pensa bem no avanço que isso representa para a biologia, considerando todas as possibilidades para a restauração de ecossistemas antigos. Mas quais as consequências de tal manipulação na natureza? Até que ponto podemos chegar com o trabalho de clonagem e os benefícios podemos tirar disso? Comentamos o caso no artigo a seguir, do Engenharia 360!

A estratégia inteligente e ousada da Colossal Biosciences

O mundo vive hoje uma crise ambiental severa, com milhares de espécies sob ameaça de extinção. Agora a engenharia genética, tendo como suporte outras tecnologias, promete não só a possível proteção dessas espécies e restauração de seus ecossistemas degradados, mas a desextinção de espécies, restaurando a vida em nosso planeta. Esse é o poder da ciência! Certamente estamos diante de um marco na história, um novo capítulo na saga da vida na Terra.

“Mas como trazer de volta o lobo-terrível?”. Antes de responder essa pergunta, precisamos entender os motivos que levaram os pesquisadores da Colossal Biosciences a considerar reintroduzir essa espécie na natureza, sobretudo em áreas protegidas e controladas. Pois bem, a intenção seria ajudar na restauração do equilíbrio ecológico em ecossistemas degradados e aumentar a biodiversidade. Como predador de topo de cadeia, esse lobo poderia influenciar na dinâmica populacional de outras espécies e alterar a estrutura da comunidade ecológica.

Colossal Biosciences ressuscita o lobo-terrível
Imagem divulgação Colossal Biosciences via BBC

A saber, se tudo der certo, num segundo momento, poderia se considerar aumentar a diversidade genética de populações ameaçadas e até trabalhar com desextinções de outras espécies, melhorando a resiliência da natureza a doenças e mudanças climáticas.

Detalhes técnicos da desextinção do lobo-terrível

Para trazer o lobo-terrível de volta à vida, a Colossal Biosciences utilizou uma combinação de soluções da engenharia genética, biologia, biotecnologia e medicina. Tudo começou com a extração e análise do DNA antigo do animal através de fósseis com até 72 mil anos de idade, o que foi um super desafio de paleogenético complexo. Depois, os cientistas sequenciaram os genomas do velho lobo, comparando com canídeos modernos. Aliás, eles identificaram as variantes genéticas responsáveis pelas características ( morfológicas e fisiológicas) únicas desse lobo. Nesse processo, foi utilizada a tecnologia CRISPR-Cas9.

Enfim, as células foram editadas, clonadas e transferidas para óvulos de doadoras, que foram implantados em barrigas de aluguel. Após um período de gestação bem-sucedido, nasceram os filhotes de lobo-terrível.

Colossal Biosciences ressuscita o lobo-terrível
Imagem divulgação Colossal Biosciences via BBC

No total, foram realizadas 20 edições genéticas precisas no genoma das células de lobo cinzento. Isso foi feito utilizando a técnica de transferência nuclear de células somáticas. Na TNCS, o núcleo de cada célula foi transferido para um óvulo cujo o seu próprio núcleo foi removido. O óvulo resultante então estimulado a se desenvolver em um embrião, na sequência implantado no útero de uma fêmea receptora. E a gestação foi interespecífica.

O destino dos novos filhotes de lobo-terrível

Após o nascimento, os filhotes de lobo-terrível foram transferidos para um santuário de conservação de 2 mil acres, onde passaram a receber cuidados veterinários especializados e monitoramento contínuo. Os biólogos e veterinários responsáveis pelo local garantem que estão fazendo o possível para que esses animais tenham uma vida digna e saudável, com tudo o que é possível para atender suas necessidades físicas e comportamentais. Mas ainda será fundamental realizar estudos sobre esses novos lobos-terríveis de qualquer consideração sobre reintrodução em larga escala de espécies desextintas.

A opinião dos cientistas sobre a prática da desextinção

A desextinção é um assunto bastante complexo, que levanta várias questões éticas. Alguns críticos argumentam que os recursos investidos em projetos como esse poderiam ser melhor utilizados na conservação de espécies naturais ameaçadas de extinção. E tem quem expresse a preocupação com o bem-estar dos animais desextintos e seu potencial impacto nos ecossistemas modernos. Fato é que não se sabe ainda muito bem sobre as consequências desse ato. 

Será que estamos errando mais uma vez? Ou é a chance da humanidade corrigir erros do passado e restaurar a biodiversidade perdida na Terra?

Colossal Biosciences ressuscita o lobo-terrível
Imagem divulgação Colossal Biosciences via CNN

Diante do impasse, a Colossal Biosciences defende seu trabalho. Ela dá como exemplo o que está fazendo pelo lobo-vermelho (Canis rufus), uma das espécies de lobo mais ameaçadas do mundo. Utilizando uma nova abordagem de clonagem não invasiva, a empresa conseguiu produzir duas ninhadas de lobinhos, aumentando a diversidade genética da população e contribuindo para a sua recuperação.

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Fontes: CNN, BBC.

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O Brasil sempre foi lembrado por ser um país majoritariamente cristão, com grandes templos religiosos espalhados por todo seu território. O Cristo Redentor, por exemplo, no alto do Corcovado, a 710 metros de altitude, no Rio de Janeiro, sempre fez parte do cartão postal que incentiva a visitação de turistas estrangeiros – um monumento idealizado ainda no século XIX. Porém, sabia que essa não é a maior estátua de Cristo por aqui? Tem obras que ultrapassam a do Rio em altura e estrutura.

Maior que o Redentor? Conheça o Cristo Protetor e as maiores estátuas de Cristo no Brasil
Imagem reproduzida de Curta A Viagem

Em 2025, foi inaugurado no Rio Grande do Sul o novo Cristo Protetor de Encantado; na celebração, estava presente até mesmo um enviado especial do Papa Francisco – o que elevou ainda mais o status do monumento. Mas essa seria, então, a maior estátua de Cristo no Brasil? Descubra a seguir!

A inauguração do Cristo Protetor

A nova estátua de Cristo no Brasil, o Cristo Protetor, está localizada no Morro das Antenas, no Vale do Taquari, a 436 metros de altitude. Ela foi construída especialmente para atrair o turismo para a região. Vale fazermos uma análise técnica dessa obra aqui, no Engenharia 360, olhando para sua construção e engenharia, comparando sua grandeza com o próprio Cristo do Rio. É, de fato, muito impressionante: 43,5 metros de altura, incluindo pedestal. Uma estrutura feita de aço e concreto armado, totalizando 1.712 toneladas, com uma envergadura de 39 metros – ou seja, a extensão de um braço ao outro.

cristo protetor versus cristo redentor
Imagem reproduzida de Encontro com Cristo

À volta dessa estátua, foram implantadas outras atrações; a começar por uma capela de vidro, em homenagem ao Santo Scalabrini. Também há fontes com jatos d’água, espaços de contemplação e reflexão, mirante panorâmico e diversas infraestruturas turísticas, incluindo uma praça de alimentação. A construção como um todo levou dois anos para ser concluída, financiada por fiéis e empresários locais, e fiscalizada de perto pelo CREA-RS, que exigiu documentação técnica, como ARTs, projetos de estrutura, além de sistemas de segurança do trabalho em altura e plano de içamento das peças de concreto.

cristo protetor versus cristo redentor
Imagem reprodução CREA-RS

Vale destacar que o responsável pela escultura é Markus Moisés Rocha Moura, também autor da estátua de São Miguel Arcanjo, em São Paulo.

Comparação com o Cristo Redentor do Rio

No fim das contas, o Cristo Protetor é maior que o Cristo Redentor? Sim, na verdade, é! O Protetor tem 43,5 metros, com seis metros de pedestal. Já o Redentor tem 38 metros, incluindo seu pedestal. Assim, em termos de altura de escultura, o monumento gaúcho ganha na concorrência. Lembrando que o elemento pedestal, para a arquitetura, não integra a escultura em si.

Vamos a outras comparações? O Cristo Protetor de Encantado, como dito antes, é de aço e concreto armado; data de 2022; tem 1.712 toneladas; e segue o estilo contemporâneo de engenharia. Sua estrutura é mais robusta, com espaços internos acessíveis ao público. Enquanto isso, o Cristo Redentor do Rio de Janeiro é de concreto armado – projeto liderado por Heitor da Silva Costa, com participação de Maximilien Paul Landowski e design final de Carlos Oswald; data de 1931; possui um peso consideravelmente menor; e representa o estilo Art Déco de engenharia.

cristo protetor versus cristo redentor
Imagem de Chensiyuan em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:1_cristor_redentor_2014.jpg

Curiosidades de engenharia

A estátua do Cristo Redentor já é uma senhorinha, com mais de 90 anos. Ela simboliza um marco na história da engenharia, sendo construída em uma época com recursos e tecnologias construtivas bem diferentes do que se tem hoje. Foi bem difícil erguê-la, mediante a desafios logísticos consideráveis para transporte de materiais e a montagem da estrutura. O próprio uso do concreto armado era muito novo na época. Optou-se por fazer uma peça com interior “oco”, com seus múltiplos “andares” e “paredes”, até o pedestal de sustentação.

A saber, a construção do Cristo Redentor foi toda feita em seções; as partes da cabeça e das mãos foram construídas separadamente utilizando moldes imersos em argamassa rala para criar o negativo, que posteriormente era preenchido com concreto mais resistente. Já in loco, o material de construção chegou por trem, com a água necessária para o concreto bombeada de uma nascente local. Quanto à estrutura, ela foi ancorada na rocha por meio de quatro vigas de sustentação, inclusive corrigindo um desnível no topo da montanha. 

cristo protetor versus cristo redentor
Imagem reproduzida de Estruturas e BIM

Hoje, o que temos é um corpo de estátua, como um edifício de 13 andares interligados por diagonais para reforçar a estabilidade. Os braços estendidos de Cristo são sem apoio aparente – um super desafio de cálculo de engenharia. E na parte de fora foi utilizada a pedra-sabão como revestimento, cortado em pequenas pastilhas triangulares e colado sobre o concreto; um material resistente às intempéries e variações de temperatura.

Lista das maiores estátuas de Cristo no Brasil

Veja abaixo a lista atualizada em 2025 das estátuas de Cristo mais altas do Brasil:

  • Cristo em Pilar (AL): 70 metros**
  • Cristo Protetor, Encantado (RS): 43,5 metros (com pedestal)
  • Cristo Redentor, Rio de Janeiro (RJ): 38 metros

**A estátua de Jesus Cristo em Pilar, Alagoas, ainda está sendo erguida. Mas ela tem grandes chances de ser não só a maior estátua de Cristo do Brasil, mas do mundo. Seu custo é de R$ 12,2 milhões e contará, assim como no projeto, com um elevador interno até um mirante de vidro, oferecendo vista panorâmica do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba.

cristo protetor versus cristo redentor
Imagem reproduzida de Prefeitura de Pilar, AL

Outros monumentos religiosos notáveis no Brasil incluem:

  • São Miguel Arcanjo – SP: 70 metros
  • Santa Rita de Cássia – RN: 56 metros
  • Nossa Senhora Aparecida – SP: 50 metros
  • Nossa Senhora de Fátima – CE: 45 metros
  • Padre Cícero – CE: 30 metros

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Fontes: UOL, Correio Braziliense, CREA, G1, Metrópoles.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Imagina se as cidades praianas mais icônicas do nosso Brasilzão sumissem de vez ou tivessem parte de seus territórios devastados por conta do avanço das águas. Terrível não é? Mas saiba que isso pode acontecer. Claro que essa realidade deixou de parecer ficção depois de casos como o de Porto Alegre, com as enchentes de maio de 2024. E agora, para completar, um estudo recente da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, aponta que, até 2100, o nível do mar pode subir até 1,9 metro, caso as emissões de gases de efeito estufa continuem em ritmo acelerado.

engenharia brasileira
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Acha que essa medida é pouca coisa? Pois saiba que esse número é suficiente para transformar completamente o nosso mapa-múndi. E já podemos esperar que isso afete diretamente a engenharia brasileira e a infraestrutura do nosso país. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O cenário na engenharia civil e urbana

Se o nível dos oceanos chegar nessa marca, como é previsto pelos cientistas de Singapura, a engenharia global deverá enfrentar desafios inéditos! Aqui no Brasil, as cidades já com áreas vulneráveis são aquelas próximas ao mar e a rios, como o Rio de Janeiro. O avanço poderá comprometer seus sistemas de drenagem e saneamento básico, além de estruturas de pontes, túneis e rodovias; comprometer redes elétricas e de abastecimento de água – sobretudo pela salinização e inundações – e levar de arrasto moradias populares em zonas de risco.

Diante disso, seria preciso repensar por completo o planejamento urbano e os códigos de obras dessas cidades. Lembrando que a adaptação não será apenas uma escolha, mas uma questão de sobrevivência.

engenharia brasileira
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

A engenharia ambiental no centro da crise

Se a engenharia civil e urbana do Brasil será afetada, só imagine a ambiental. Certamente, ela estará no centro do enfrentamento desses impactos da elevação do mar. Inclusive, além de enfrentar os efeitos, terá de atuar na prevenção e mitigação do problema. Por exemplo, monitorando tal elevação e a qualidade das águas; desenvolvendo sistemas de alerta; recuperando áreas de manguezais e alagadas (barreiras naturais); e contribuindo com feedbacks para obras de expansão urbana em áreas sensíveis.

A infraestrutura crítica e possíveis colapsos em cadeia

O foco das atenções dos cientistas está na infraestrutura crítica das cidades costeiras. Estamos falando de hospitais, escolas, estações de tratamento de água, portos, aeroportos, centros de dados, etc. Essas são as peças chaves para o funcionamento de qualquer cidade, e sua paralisação pode causar colapsos em cadeia. Aliás, Porto Alegre sabe bem como é isso! As enchentes de 2024 colocaram em cheque sua cadeia de engenharia; é preciso reforçar urgente seus diques e canais de escoamento, além de melhorar seu sistema de bombeamento, para manter habitáveis as áreas abaixo do nível do Rio Guaiba.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

A engenharia brasileira como protagonista de uma mudança

O avanço do mar é real, crescente e cada vez mais próximo – até porque o ser humano parece não aprender com seus erros. Mas vamos pensar positivo; a engenharia brasileira pode servir de exemplo para o mundo – se ela se empenhar bem -, liderando a resposta técnica e prática à maior crise ambiental da nossa era. É assim: ou encaramos essa missão com seriedade e urgência, ou a próxima geração de engenheiros poderá estar calculando não como construir, mas como abandonar o que foi feito até aqui.

engenharia brasileira
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Cabe a você, engenheiro, a missão de criar projetos mais resilientes, promover o planejamento urbano sustentável, conscientizar a sociedade e antecipar possíveis riscos – tudo isso com o objetivo de preservar vidas e minimizar impactos econômicos.

Algumas medidas possíveis incluem:

  • Mapear áreas de risco com pesquisas e simulações locais.
  • Inovar em materiais e tecnologias resistentes ao clima.
  • Reduzir emissões em todos os setores produtivos.
  • Construir barreiras costeiras inspiradas em modelos internacionais.
  • Revisar o zoneamento urbano e evitar áreas de risco.
  • Elevar estruturas essenciais com soluções como fundações profundas.
  • Planejar áreas de refúgio para emergências.
  • Usar tecnologias de monitoramento em tempo real.

Reengenharia das cidades

Num primeiro momento, caso o ser humano não mude de rota e continue destruindo o planeta na mesma velocidade, o Brasil poderá enfrentar uma onda de migração climática interna. Os esforços da engenharia podem não ser suficientes para barrar os efeitos das mudanças climáticas. Milhares de pessoas vão se ver forçadas a sair de áreas litorâneas rumo a regiões mais elevadas. Assim sendo, devem ser construídas novas cidades para acolher os migrantes, e construídas novas redes de apoio, como de saneamento e transporte.

Enfim, os engenheiros precisarão trabalhar com outros profissionais e políticos para conseguir reduzir a pressão sobre as cidades que receberão esse contingente populacional.

Veja Também: Como defender cidades do aumento do nível do mar


Fontes: O Globo.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O setor de engenharia no Brasil enfrenta um desafio significativo com a tramitação do Projeto de Lei 4069/2024, que propõe permitir que advogados atuem em atividades de perícia imobiliária, tradicionalmente realizadas por engenheiros. Este artigo do Engenharia 360 explorará a história por trás desse projeto, suas implicações para a profissão e as reações do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e de outros setores afetados. Acompanhe!

Introdução ao PL 4069/2024

O Projeto de Lei 4069/2024, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, tem como objetivo regulamentar a atuação de advogados especializados no setor imobiliário. A proposta permite que esses profissionais intermediem a compra, venda e aluguel de imóveis, emitam pareceres técnicos de avaliação imobiliária para fins judiciais e prestem consultoria na área. Para isso, os advogados precisariam estar inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e possuir formação específica em transações imobiliárias ou gestão imobiliária.

A autora do projeto, deputada Missionária Michele Collins, argumenta que a medida visa eliminar barreiras regulatórias, promovendo um mercado mais inclusivo e competitivo. No entanto, essa proposta enfrenta forte resistência de várias entidades profissionais, que veem nela uma ameaça às suas prerrogativas e à qualidade dos serviços prestados.

Veja Também: Qual a diferença entre CREA e CONFEA?

O papel do CONFEA/CREA

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é uma das principais entidades a se posicionar contra o PL 4069/2024. O CONFEA defende que as atividades de perícia imobiliária devem ser realizadas por profissionais devidamente habilitados e registrados junto ao Conselho, garantindo a segurança, a qualidade e a credibilidade desses serviços.

A saber, a Lei 5.194/1966, que regulamenta o exercício profissional da engenharia e da agronomia, estabelece que avaliações, vistorias, perícias e pareceres são atribuições exclusivas desses profissionais. Portanto, a tentativa de ampliar essas competências para advogados é vista como uma grave ameaça às boas práticas profissionais e coloca em risco a confiabilidade de laudos técnicos.

perícia imobiliária
Imagem de CONFEA, via CREA-SC

O presidente do CONFEA, Vinicius Marchese, enfatiza que o PL 4069/2024 enfatiza diretamente o marco regulatório da profissão de engenharia, ao conceder a advogados atribuições que exigem conhecimentos técnicos especializados. Marchese destaca que a normatização do setor imobiliário deve respeitar os limites da atuação de cada profissão, garantindo a qualidade e a segurança dos serviços prestados.

perícia imobiliária
Imagem de Presidente do Confea, Vinicius Marchese, via CONFEA

A metodologia técnica em avaliações imobiliárias

As avaliações imobiliárias realizadas por profissionais do Sistema CONFEA/CREA seguem metodologias rigorosas, baseadas em normas técnicas como a NBR 14.653. Essa norma estabelece diversos métodos de análise, incluindo o comparativo direto de dados de mercado, involutivo, evolutivo, capitalização da renda, comparativo direto de custo e quantificação de custo. A escolha do método depende da natureza do bem, da finalidade da avaliação e da disponibilidade de informações.

Esses métodos garantem que os laudos técnicos sejam precisos e fundamentados, proporcionando uma visão confiável do valor dos imóveis. Permitir que profissionais sem formação técnica atuem nessa área coloca em risco a confiabilidade desses serviços e compromete a segurança da sociedade.

Impacto na profissão de corretor de imóveis

Além de afetar a engenharia, o PL 4069/2024 também tem implicações significativas para a profissão de corretor de imóveis. A proposta permite que advogados atuem na intermediação de compra, venda e aluguel de imóveis sem a necessidade de registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI). Isso é visto como uma distorção da legislação vigente.

A profissão de corretor de imóveis é regulamentada pela Lei Federal nº 6.530/1978, que estabelece a obrigatoriedade de formação específica e registro profissional. Permitir que advogados exerçam funções de corretagem sem cumprir essas exigências cria um precedente perigoso e desvaloriza a profissão.

O CRECI-SP, em conjunto com o Sistema COFECI-CRECI, se posiciona também firmemente contra essa proposta, argumentando que ela coloca em risco a segurança das transações imobiliárias. Sem um controle adequado, abre-se espaço para a atuação irregular no mercado, prejudicando não apenas os profissionais devidamente registrados, mas também os consumidores que buscam segurança e transparência na aquisição de imóveis.

Conflitos de interesse e legislação

Olha que interessante, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) proíbe expressamente a publicidade simultânea da advocacia com qualquer outra atividade, justamente para evitar conflitos de interesse e a descaracterização da profissão. No entanto, o PL 4069/2024 propõe diferente, o que pode gerar conflitos de interesse e comprometer a integridade da advocacia.

Além disso, a proposta de permitir que advogados atuem em atividades de perícia imobiliária sem a necessidade de registro em conselhos de classe específicos é vista como uma violação da legislação vigente. A fiscalização da atuação dos advogados no setor imobiliário seria feita pela OAB, o que pode não ser suficiente para garantir a qualidade e a segurança dos serviços prestados.

Veja Também: CONFEA: Registro Único para Engenheiros no Brasil


Fontes: CONFEA, Câmara dos Deputados.

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Engenharia 360

Redação 360

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O setor da construção civil no Brasil enfrenta um cenário desafiador em 2025, marcado por uma desaceleração no crescimento econômico e por obstáculos estruturais que precisam ser superados para garantir a sustentabilidade do setor. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta um crescimento moderado de 2,3% para o ano, uma redução significativa em comparação ao crescimento de 4,1% em 2024. Este artigo do Engenharia 360 explorará as principais expectativas e desafios que o setor enfrentará em 2025, considerando fatores econômicos, sociais e regionais.

Principais desafios econômicos da Construção Civil

Os principais desafios econômicos que a construção civil enfrentará em 2025 incluem a alta carga tributária, o alto custo da construção e as taxas de juros elevadas. Esses fatores impactam diretamente a margem de lucro das empresas e dificultam o acesso ao crédito, essencial para investimentos em novos projetos. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada continua a ser um obstáculo significativo, afetando a eficiência e a qualidade dos serviços prestados.

O cenário econômico nacional também é menos dinâmico, com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado para crescer cerca de 2% em 2025, uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,39% em 2024. Essa desaceleração pode adiar investimentos privados e concessões, resultando em uma desaceleração mais acentuada na atividade da construção a partir do terceiro trimestre de 2025.

perspectivas setor da construção civil
Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Perspectivas regionais

No Ceará, o setor da construção civil apresenta um cenário otimista, impulsionado pela revitalização de áreas estratégicas e pela diversificação dos lançamentos imobiliários. Fortaleza e sua região metropolitana consolidam-se como pólos de inovação e desenvolvimento, com um aumento significativo nas vendas de imóveis e um Valor Geral de Vendas (VGV) que ultrapassa R$ 6,2 bilhões até outubro de 2024. A construção de edifícios de grande porte e a adaptação às mudanças demográficas são fatores-chave para esse otimismo.

Mercado imobiliário em alta, com riscos no crédito

O mercado imobiliário brasileiro deve continuar aquecido em 2025, sustentado por programas como o “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV), que continua a ser um protagonista no setor. No entanto, há preocupações com a contração do crédito habitacional para as classes média e alta, o que pode afetar o ritmo de lançamentos e vendas. A possibilidade de aumento nos custos com mão de obra e insumos também pressiona o setor, exigindo monitoramento constante do teto de preços do MCMV para garantir a continuidade dos investimentos.

Perspectivas para o futuro com a qualificação da mão de obra

A qualificação da mão de obra é um tema prioritário para o setor da construção civil. Iniciativas como a parceria entre o SindusCon-SP e a Secretaria Estadual de Educação para criar cursos técnicos em construção nas Etecs, previstos para começar em 2026, são essenciais para elevar a qualidade técnica do setor. Atualmente, apenas 12% dos trabalhadores do setor são mulheres, e há esforços para aumentar essa participação.

Impacto das taxas de juros no setor

As taxas de juros elevadas não afetam diretamente as obras já contratadas, mas podem adiar investimentos privados e concessões, resultando em uma desaceleração mais acentuada na atividade da construção a partir do terceiro trimestre de 2025. Esse cenário pode levar a uma redução na demanda por novos projetos, impactando negativamente o crescimento do setor.

Influência do cenário internacional

O cenário internacional traz incertezas que podem impactar os custos e preços das commodities utilizadas na construção civil. Questões como as políticas econômicas dos Estados Unidos e os conflitos geopolíticos têm potencial para influenciar negativamente os preços dos insumos, aumentando os custos para as empresas do setor.

Setor formal versus setor informal da construção civil

O setor formal da construção civil deve alavancar o crescimento em 2025, com um aumento projetado de 3,5% no PIB das construtoras, enquanto o setor informal deve crescer 2,5%. A atividade no mercado imobiliário continuará aquecida, mas há previsão de retração no crédito habitacional para média e alta renda, o que pode afetar o consumo.

Veja Também: Tendências que Transformarão a Construção Civil em 2025


Fonte: Terra, UAI, Diário do Nordeste, Valor Globo.

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Engenharia 360

Redação 360

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Como pode, num mundo de tantas inovações tecnológicas, termos ainda tantas pessoas passando por necessidades? Como bem sabemos, a educação sempre levou “luz” e esperança para aqueles que vivem em comunidades carentes. Ao mesmo tempo, hoje em dia, milhões de crianças enfrentam a escuridão – literalmente a escuridão – como obstáculo ao aprendizado, dependendo até de lamparinas de querosene para poder estudar à noite. Infelizmente, isso acaba limitando demais o futuro desses jovens e o progresso da sociedade.

Assim é a história de Innocent James, que cresceu em uma zona rural no norte da Tanzânia. Sua família não tinha acesso à eletricidade; e como muitos outros estudantes, precisou superar vários desafios para poder estudar e se formar. Um dia, ele teve uma ideia genial: reciclar sacos de cimento descartados para criar mochilas solares. É isso mesmo que você leu: mochilas solares! Confira mais sobre essa história no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O que inspirou o trabalho de Innocent James

Um dia, James refletiu sobre a situação das crianças de sua comunidade; elas pegavam livros na biblioteca de sua escola, mas não conseguiam ler em casa, depois das aulas, pela falta de iluminação. Ao mesmo tempo, ele viu uma reportagem falando de um professor universitário que usava uma jaqueta equipada com painel solar para carregar seu celular. Então, ele juntou os dois casos e resolveu bolar uma alternativa que fosse acessível, prática e sustentável. Assim surgiu a ideia das Soma Bags ou “mochilas de leitura”.

Vale destacar que o conceito central das Soma Bags é o upcycling, que é transformar resíduos que seriam descartados em produtos de valor.

O processo de criação das Soma Bags

James teve a ideia, para criar as Soma Bags – leves e duráveis -, de utilizar sacos de cimento coletados nas ruas e canteiros de obras. Essa solução parece ser perfeita, pois não gera custos adicionais e ainda reduz o lixo das ruas da cidade! E aí vem o “pulo do gato”, cada mochila é equipada com um pequeno painel solar flexível, costurado na parte externa, que carrega uma bateria durante o dia. Já à noite, essa energia é usada para alimentar uma lâmpada de LED (funcionamento de cerca de oito horas), permitindo que as crianças  leiam e façam deveres depois das aulas, mesmo sem eletricidade em casa.

Podemos dizer que a engenharia por trás das mochilas solares de James é tão simples quanto genial, não é mesmo? Isso elimina a dependência das famílias de terem lanternas a querosene, que além de custosas, representam risco de incêndios e problemas respiratórios.

mochilas solares
Imagem de UNDP Tanzania, KumiMedia, reproduzida de Só Bia Notícia
mochilas solares
Imagem de UNDP Tanzania, KumiMedia, reproduzida de Ciclo Vivo

O impacto social e ambiental do projeto

A saber, atualmente, cerca de 200 mil sacos de cimento são reaproveitados pelo projeto conduzido por Innocent James. A fábrica montada por ele está localizada na vila de Bulale, na região de Mwanza, empregando em torno de oitenta pessoas, majoritariamente mulheres, impulsionando o desenvolvimento econômico local. São aproximadamente 13 mil mochilas feitas por mês – e a demanda continua superando a capacidade de produção, refletindo a necessidade e relevância do produto.

Só em 2024, a empresa Soma Bags vendeu 36.000 mochilas para toda a África, distribuídas também como parte de bibliotecas móveis em carrinhos de livros. Até então, cada mochila era vendida entre US$ 4 e US$ 8 em xelins tanzanianos, valor semelhante ao custo de operar uma lanterna de querosene por apenas 15 dias. Porém, ao contrário da lanterna, a mochila solar é reutilizável por anos, segura e amiga do meio ambiente.

mochilas solares
Imagem de UNDP Tanzania, KumiMedia, reproduzida de Ciclo Vivo

Reconhecimento internacional

Duas notícias animam demais James. A primeira é a quantidade de lixo que ele consegue recuperar via reciclagem. Depois, o desempenho escolar das crianças, que parece estar melhorando por conta das mochilas solares, que se mostraram uma fonte confiável de luz para que elas possam estudar à noite. Tem-se, enfim, uma maior facilidade de acesso à informação e à comunicação, permitindo que os jovens mantenham contato com amigos e familiares.

O impacto positivo da ideia de James chamou a atenção de grandes instituições; sua iniciativa ganhou muitos prêmios internacionais. Agora, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Programa de Inovação Funguo do PNUD, com apoio da União Europeia e do governo britânico, apoia financeiramente o projeto.

mochilas solares
Imagem de PNUD reproduzida de Só Bia Notícia

As perspectivas para o futuro das mochilas solares

Esse exemplo de caso de Innocent James prova que a combinação ‘engenharia e propósito’ é mesmo poderosa para superar desafios sociais e ambientais. Ele nos mostra que uma inovação nem precisa vir de um plano complexo ou caro para transformar vidas.

Por hora, a Soma Bags pretende explorar ainda mais o sol como fonte de energia e toda solução sustentável e ecológica que vier. Suas peças devem continuar a ser vendidas como parte de uma franquia de carrinhos de biblioteca móveis; o plano é expandir a produção e levar luz para milhares de famílias em áreas rurais com energia acessível e sustentável. Ademais, tem-se o desejo de inspirar jovens empreendedores africanos a desenvolver suas ideias criativas.

Como disse Joseph Manirakiza, do PNUD: “Há uma safra de jovens na Tanzânia que percebeu que precisa tomar o futuro em suas próprias mãos. James representa um grupo de jovens usando seu talento para fazer algo significativo.”.

Veja Também:

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Fontes: Ciclo Vivo, Só Notícia Boa.

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Engenharia 360

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Já pensou em como serão os canteiros de obras no futuro? Você pode não ter percebido, mas a engenharia está passando por uma revolução silenciosa com a Realidade Aumentada na construção civil. Uma nova era começa, impulsionada pelos avanços tecnológicos. A exemplo da empresa XYZ Reality, sediada em Londres, com sua solução “The Atom”, um headset de RA projetado especialmente para a construção civil, pensando nos engenheiros e operários. A promessa é permitir que esses profissionais visualizem e posicionem modelos 3D holográficos no canteiro de obras com o máximo de precisão.

Então, o que o Engenharia 360 apresenta neste texto não é “apenas” mais um gadget tecnológico, mas uma solução criativa que une segurança, poder computacional e precisão milimétrica. Confira mais detalhes no artigo a seguir!

Tecnologia da XYZ Reality para Engenharia Civil
Imagem divulgação XYZ Reality via AEC Magazine

Conhecendo o gadget futurista “The Atom”

O “The Atom”, segundo a equipe XYZ Reality, é um gadget que lembra bastante um capacete de bicicleta futurista. Esse dispositivo pode ser uma ferramenta poderosa para quem trabalha em canteiro de obras. Ele vem com displays de Realidade Aumentada de alta resolução – “nível de engenharia”, com precisão milimétrica – e uma robusta capacidade de processamento (HoloSite).

Todo o sistema, impulsionado por rastreamento a laser, foi desenvolvido para permitir que as pessoas possam sobrepor informações digitais complexas ao mundo real. Por exemplo, visualizar, via hologramas 3D, instalações (cabos e ventilação) e estruturas (como de metal) de um edifício idealizado sobre a área de sítio, tudo precisamente alinhado assim como deve ser erguido. O resultado é uma visão completa e integrada do projeto, sobreposta ao ambiente de construção.

Tecnologia da XYZ Reality para Engenharia Civil
Imagem divulgação XYZ Reality via Premier Construction News

Benefícios da tecnologia para a construção civil

Será que estamos diante do fim do retrabalho na engenharia? Bem, pode ser! Uma tecnologia como essa, da XYZ Reality, poderia contribuir para que os profissionais da construção civil identifiquem precocemente conflitos entre diferentes sistemas (como elétrico e hidráulico), validando o trabalho em tempo real, tudo isso antes que os erros se tornem problemas caros e demorados. Infelizmente, nos dias atuais, é comum erro de interpretação de plantas, falhas de execução de obras e incompatibilidade entre sistemas, o que sempre gera atrasos e custos adicionais significativos – e isso não é bom!

Há hoje um esforço grandioso desperdiçado nos canteiros de obras, impactando a rentabilidade dos serviços de engenharia; a causa de 7% a 11% disso é por retrabalho. Por exemplo, um erro na fundação de uma edificação, detectado ainda na fase inicial da construção, pode evitar embargo de obra ou adaptações dispendiosas, mas necessárias para resolver a questão. Ademais, ao visualizar as instalações subterrâneas, é possível evitar escavações acidentais que podem danificar tubulações de gás ou cabos de eletricidade.

Com a tecnologia XYZ Reality, os trabalhadores podem entender melhor o projeto e tomar decisões mais informadas. Isso pode levar a uma execução mais rápida e precisa, reduzindo o tempo total de construção.

A importância da precisão milimétrica

A precisão é um dos fatores mais decisivos para o uso de Realidade Aumentada na construção civil – sem isso, não faz muito sentido usar a tecnologia ao nível profissional, só entretenimento mesmo. Infelizmente, algumas câmeras, suscetíveis a interferências externas, como a luz solar, podem apresentar visão com desvios da ordem de 100 milímetros.

Agora, a proposta da XYZ Reality parece ser diferente, se valendo de um sistema de posicionamento a laser que, em conjunto com as coordenadas certas do canteiro de obras – e sua validação através de escaneamento -, garante a precisão milimétrica. Desse jeito, é possível sobrepor os hologramas ao mundo real da melhor forma possível. Isso seria especialmente benéfico para diferentes disciplinas de engenharia – civil, mecânica, arquitetônica e estrutural.

Tecnologia da XYZ Reality para Engenharia Civil
Imagem divulgação XYZ Reality via AEC Magazine

Razões que impulsionaram a criação da XYZ Reality

“Como arquiteto, às vezes eu tinha dificuldade em entender meus próprios desenhos.” – David Mitchell, da XYZ Reality.

Mitchell vivenciou pessoalmente os desafios e as complexidades da construção civil. Ele sempre enxergou o grande potencial das tecnologias para a transformação da engenharia. E, com o passar dos anos, questionava as limitações do uso de desenhos 2D em um ambiente tridimensional. Em 2025, ele chegou a liderar a implementação de soluções para o acesso facilitado dos operários aos dados BIM (Building Information Modeling).

Uma coisa levou a outra, chegando à fundação da XYZ Reality. Agora, anos depois, seus headsets já foram utilizados em projetos com um valor total de quase 2 bilhões de dólares, impulsionados por um investimento de 26,5 milhões de dólares.

O futuro da construção com o novo capacete

As perspectivas são muito positivas para a engenharia. Contudo, apesar do grande potencial transformador, a adoção da Realidade Aumentada na construção civil ainda deve enfrentar, a curto prazo, muitos desafios. O custo relativamente elevado de tecnologias como a XYZ Reality ainda é um problema para empresas menores. Sem contar que é necessário treinar constantemente os trabalhadores para utilizar headsets de RA e integrar tais modernidades aos fluxos de trabalho existentes.

Então, por que investir no “The Atom”? Bem, para começar, o sistema permite colaboração remota. E um possível benefício desse dispositivo – pouco citado – é sua capacidade de realizar testes de aceitação de fábrica remotamente. Ou seja, com ele, os engenheiros podem verificar se os equipamentos estão sendo fabricados de acordo com as especificações, mesmo que estejam localizados em outro país. Isso pode economizar tempo e dinheiro, além de garantir a qualidade dos equipamentos.

Segundo David Mitchell, a próxima fase de desenvolvimento da tecnologia envolve justamente a realidade assistida. Estamos falando do monitoramento contínuo, via modelos 3D, dos canteiros de obras. Agora, a XYZ Reality está expandindo sua atuação globalmente, colaborando especialmente com grandes empreiteiras, como PM Group e a Mace,

Tecnologia da XYZ Reality para Engenharia Civil
Imagem divulgação XYZ Reality via Data Center Dynamics

Veja Também: Cores dos Capacetes na Construção: Proteção e Hierarquia


Fontes: AEC Magazine, XYZ Reality.

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