Um dispositivo experimental desenvolvido por pesquisadores da universidade UCLA, na Califórnia, permitiu a recuperação da percepção visual e garantiu mais independência a Jason Esterhuizen. O paciente, que antes não tinha nenhum tipo de visão devido a um acidente de carro, após o implante cerebral chamado Orion, obteve percepção do ambiente.
O dispositivo Orion é voltado para pessoas que outrora
podiam ver, mas perderam a visão devido a ferimentos ou doenças. Embora não
forneça visão normal, Orion aprimora a independência e segurança dos usuários,
restaurando sua capacidade de detectar movimento e distinguir a luz e a escuridão.
Readquirir esse tipo de percepção pode ser revolucionário para alguém que
estava completamente imerso no escuro.
Como funciona o implante cerebral Orion:
Designado pela Food
and Drug Administration dos EUA como um "Dispositivo Avançado", o
sistema Orion converte as imagens capturadas por uma pequena câmera de vídeo
montada em óculos de sol em uma série de pulsos elétricos. Os pulsos estimulam
um conjunto de 60 eletrodos implantados no topo do córtex visual do cérebro,
que percebe padrões de luz e os interpreta como “pistas” visuais.
Juntamente com os óculos, o sistema também inclui um cinto equipado com um botão, que os pacientes podem pressionar para amplificar objetos escuros ao sol e pressionar novamente para visualizar objetos claros no escuro, como os faróis de um carro à noite, por exemplo.
Até o presente, seis pessoas receberam o implante Orion: as
três primeiras na UCLA Health, duas na Baylor College of Medicine e a sexta na
UCLA. Sem tratar da questão científica, os pacientes que receberam o implante
expressaram principalmente o prazer ao poder desfrutar novamente de fogos de
artifício e soprar velas em um bolo de aniversário, coisas aparentemente
singelas que foram representativas para os receptores do Orion.
Atualmente, o implante estimula o lado esquerdo do cérebro do paciente que porta o Orion. Como resultado, eles percebem pistas / indicações visuais apenas do seu campo de visão do lado direito. Futuramente, o objetivo é implantar os dois lados do cérebro com o dispositivo, permitindo que os receptores possam recuperar um campo de visão completo. Enquanto isso, a gente admira o papel da engenharia na medicina e o valor das universidades na pesquisa.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.