Se você estuda Engenharia de Produção, provavelmente já ouviu falar do TPS (Toyota Production System), ou, em português, Sistema Toyota de Produção. O TPS surgiu na década de 50 em um esforço da indústria do Japão de se manter no ramo automobilístico; os japoneses, ao observar grande discrepância no seu rendimento em relação aos americanos – que eram mais produtivos e utilizavam o sistema de produção em massa fordista – concluíram que uma das razões eram as perdas sofridas durante os processos. Assim, a Toyota começou a estruturar processos para eliminação de perdas e, através de tentativas e erros, desenvolveu um sistema de produção que mudou o olhar da indústria.
O TPS é uma filosofia e estratégia de gerenciamento sob a perspectiva da manufatura enxuta e é orientado a pessoas, pois são elas que operam os sistemas. O pilar desta filosofia é a eliminação completa de todo e qualquer desperdício, o que leva à busca por métodos cada vez mais eficientes. As perdas podem se manifestar de várias formas: excesso de inventário, produtos defeituosos, processos ineficientes, perda de tempo da mão-de-obra, etc. Sendo assim, todas as áreas – como Qualidade, Planejamento e Controle da Produção e Manutenção, por exemplo – devem ser observadas.
Os objetivos do sistema desenvolvido pela Toyota são, entre outros:
- Eliminar desperdício de tempo e recursos;
- Construir uma cultura de aprendizado para melhoria contínua;
- Aperfeiçoar processos de negócios;
- Oferecer ao consumidor produtos da mais alta qualidade ao menor custo possível, em tempo hábil e com os menores prazos;
- Ter flexibilidade para responder ao mercado e gerar lucros através da redução de custos.
Para tanto, o TPS dispõe de 3 princípios básicos:
Kaizen – melhoria contínua
Todas as tarefas, humanas ou mecânicas, devem ser precisamente definidas e padronizadas para garantir qualidade máxima, eliminar desperdícios e aumentar a eficiência. Os trabalhadores têm a responsabilidade de sempre buscar melhorias, e essas melhorias diárias promovidas por membros e líderes de times são conhecidas como kaizen
Just in Time
Produção just in time da Toyota consiste em permitir que todo o processo produtivo seja regulado por leis naturais de oferta e demanda. Por exemplo, a demanda do consumidor estimula a produção de um veículo, que por sua vez estimula a produção e entrega de partes necessárias e por aí vai. O resultado é que as partes e materiais corretos são produzidos na quantidade necessária e são entregues quando e onde são necessários.
Jidoka – automação com um toque humano
Jidoka significa, na prática, fazer com que as máquinas possam por si só detectar as peças defeituosas sem precisar da ajuda de um humano. Nesta prática, o trabalho é interrompido quando há alguma anormalidade, o que garante a qualidade do produto em todas as etapas do processo.
Assim, o Sistema de Produção da Toyota elevou a qualidade de seus produtos e levou a empresa ao topo. Hoje, muitos dos conceitos desenvolvidos pela companhia são replicados em organizações pelo mundo inteiro.
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Fontes: Toyota.com.au, Lean.org.br, Toyota-global.com.