A Google, gigante de tecnologia, sempre está envolvida em planos audaciosos. Recentemente, foi noticiado que a empresa firmou um acordo com a startup Kairos Power, especializada em energia nuclear. O objetivo, pelo que parece, é garantir que suas operações de Inteligência Artificial (IA) sejam alimentadas por uma fonte de energia limpa e constante. A saber, esse acordo envolve a construção de sete reatores nucleares modulares (SMR) para a geração de 500 megawatts de energia até 2035. Saiba mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!
A necessidade de energia para IA
A estratégia da Google de investir em energia nuclear tem uma explicação simples: esse é o reflexo de uma mudança de mercado, onde as empresas trabalham para suprir suas necessidades energéticas. Acontece que, pelo que já se sabe, estamos consumindo muito mais energia elétrica por conta da geração, armazenamento e processamento de dados do que a indústria consegue produzir. Imagina então a demanda agora, com o impulsionamento pelo avanço das inteligências.
Claro que, por conta das mudanças climáticas e atual crise energética global, se tem um consenso de que os novos investimentos em produção de energia precisam focar em fontes limpas, confiáveis e de baixo carbono, sobretudo as renováveis. É claro que a Google deseja estar na vanguarda dessa inovação. O problema é que os modelos de engenharia solar e eólica não atendem bem uma necessidade crescente de eletricidade em horários críticos. Por sua vez, a energia nuclear é vista como uma solução mais viável.
Resumindo, se a IA está impulsionando grandes avanços em várias áreas, dentre elas a engenharia, sua inovação também exige na mesma proporção uma fonte capaz de fornecer eletricidade 24 horas por dia, sete dias por semana.
Veja Também: Usinas nucleares: tudo o que você precisa saber sobre elas
As metas da Google para transição energética
Nos últimos anos, as operações digitais e sistemas de processamento em nuvem das empresas cresceram demais. Especialistas garantem que estamos quase à beira de um colapso no sistema elétrico. Reconhecendo essa possibilidade, a Google está se adiantando e já começa a colocar em prática o plano de construir seus reatores nucleares. Além disso, ela também vem investindo pesadamente em outras fontes de produção, como solar e eólica.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
A decisão de investir em energia nuclear está bem alinhada com as metas ambientais da Google. Seus gestores trabalham para que a empresa seja um dos principais players na adoção de fontes renováveis, tendo o sistema nuclear como complemento importante nesse mix que, combinando modelos, terá sua demanda totalmente suprida em questão de poucos anos; o foco é acelerar a transição para uma matriz energética completamente limpa. A saber, o primeiro reator está previsto para entrar em operação até 2030 e todos os sete até 2035.

Mas é claro que essa transição não será fácil! Desde 2019, as emissões da Google aumentaram cerca de 50% - por isso essa corrida por soluções eficazes -, e já se sabe que, até 2030, o uso de energia pelos data centers só nos Estados Unidos deve triplicar. Assim, o modelo de contrato com a Kairos Power deve servir de modelo para outras parcerias com empresas tecnológicas e startups especializadas em energia.
Os benefícios dos reatores nucleares modulares
A Google optou em investir nos SMRs devido às suas características inovadoras e promissoras. Esses reatores são compactos, fáceis de instalar e de operar em comparação com as usinas nucleares tradicionais. Além disso, elas utilizam um sistema de resfriamento diferenciado, feito com sal de flúor fundido em vez de água, o que permite um funcionamento com baixa pressão e num design mais simples e acessível, com menos riscos operacionais.
Veja Também: A Engenharia Nuclear na Produção de Eletricidade
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
O futuro da energia nuclear no setor de tecnologia
É claro que a Google não é a única empresa do setor tecnológico que está correndo contra o tempo na produção de energia. Outras gigantes do setor, como Amazon e Microsoft, também estão explorando essa alternativa para garantir a energia necessária para suas operações de IA.
A Amazon, por exemplo, comprou um campus de data centers que funciona com energia nuclear. Já a Microsoft anunciou recentemente um acordo para reativar uma usina nuclear desativada, a Three Mile Island, na Pensilvânia, para alimentar seus próprios centros de dados. Aliás, essas iniciativas provam que a energia nuclear está ganhando cada vez mais espaço entre as big techs como uma solução para a crescente demanda energética.
A questão é que, embora investimentos como o da Google representem uma inovação significativa, elas também vêm recebendo críticas. Ambientalistas se preocupam com o descarte de resíduos radioativos, o potencial para acidentes (mesmo com uso de sal de flúor fundido ao invés de água) e os altos custos associados à construção e possível desativação dessas usinas. Mas a tendência parece estar, por hora, consolidada, com os SMRs transformando a indústria de informática e, talvez, em outras indústrias.
Veja Também: Bill Gates investe em usina nuclear de ponta
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários
Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.