Todo bom plano possui começo, meio e fim esquematizados, etapas que se relacionam e apontam para um objetivo comum. Na área das engenharias não deve ser diferente.

Colaboração no ambiente de trabalho
A colaboração de todos os profissionais envolvidos é muito importante para que esse resultado seja satisfatório para quem o adquiriu, ou seja, o cliente. Todo esse plano começa a tomar forma na etapa de projetos, afinal nem sempre quem projeta é quem executa. Entretanto, um necessariamente depende do outro, pois sem um bom projeto (planejamento) como é possível garantir uma boa obra (execução)?
Etapas colaborativas no projeto
Como uma receita de bolo, que dá os passos e ingredientes exatos ao confeiteiro para que o bolo possa ser elaborado e desfrutado, assim são os memoriais desenvolvidos pelos profissionais da área de projetos.
Neste exemplo, o bolo é o produto final, a receita faz papel de memorial que já foi estudado e planejado, comprovando sua eficácia, e o confeiteiro é o profissional executor (que pode ou não ter elaborado a receita). Da mesma forma que não é possível fazer o bolo apenas olhando para sua foto e imaginando exatamente quanto de cada ingrediente será utilizado, uma obra ou serviço não podem ser executados somente com desenhos (muito menos sem eles!).

Portanto, se elabora o memorial descritivo e o memorial de cálculos conforme necessidade, visando "dar um Norte" ao trabalho. Sem estes documentos, o executor tem dificuldades na construção, e sem a construção os projetos e memoriais são meras “receitas”.
Necessidades ou facilidades?
Mas afinal de contas, o que compõe um memorial?
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Especificações, quantidades, cálculos, dimensionamentos, instruções, referências normativas são alguns exemplos dos itens que estes memoriais abrangem. São essas informações que comprovam a validade dos dados projetados.
É muito fácil e prático rabiscar paredes, portas, janelas e móveis no computador, mas sem base técnica (conhecimento) e legal (normas) fundamentadas em informações confiáveis, estes rabiscos não passam de... Rabiscos.
Porém o memorial vai além da facilidade na execução. É neste documento que se baseia a análise de órgãos para aprovação dos projetos (processos legais anteriores à construção ou alvará de bombeiros, por exemplo). Também consta a especificação dos tipos e quantidades de materiais a serem adquiridos e utilizados na obra, entre outros fatores. Em conjunto com os desenhos, o memorial explica o projeto a quem o tem em mãos, fazendo com que tudo esteja as claras. Relaciona também a responsabilidade técnica ao autor do projeto, apresentando seus dados e assinaturas de identificação.

Plano x Execução
Como visto, a boa definição das etapas de qualquer plano é essencial ao seu sucesso. Por isso é muito importante que a fase de projetos seja a mais detalhada e analisada possível. Dela derivam as fases seguintes.
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A coleta de informações iniciais, verificação de normativas, reuniões prévias, bem como o tempo de elaboração prestado em cada projeto tem que contribuir diretamente no resultado final. Países como a China, Alemanha, Japão são ótimos exemplos de investimento na etapa de planejamento/projetos. Infelizmente, esse caminho ainda não é seguido tão fielmente assim pelo Brasil.

Com base nestes exemplos, entre os pontos de destaque pode-se dizer que o investimento nessa fase evita surpresas, obras paradas, falta de conhecimento aprofundado, entre outros. Sem detalhamentos é natural que haja risco de um futuro desconhecido, com situações imprevistas e consequentemente mudança no orçamento/cronograma. Fazem parte dos detalhamentos e diretrizes os memoriais.
Lembrando que o BIM veio para integrar essas etapas iniciais e apresentar um material de mais qualidade para a execução. Essa integração e análise global do projeto permitem informações mais claras expostas nos memoriais, além de quantidades, custos e processos mais fiéis à realidade. Softwares BIM costumam gerar relatórios automaticamente a partir dos modelos, mas é obrigação do profissional a verificação de dados automáticos.
Por fim, é possível afirmar que um bom memorial traduz o projeto elaborado. Ele deve ser auto explicativo, permitindo fluidez nas etapas do serviço já desde o início.
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Gabriel Brito
Engenheiro civil de origem em São Paulo com amor por Florianópolis. Filho do Rei, relacionamento concreto com a música, apaixonado por exatas, séries, tecnologia e viagens. Criador de conteúdo, anseia por aprendizado constante, gosta de transmitir o ensino e preza por uma vida feliz.