O mecanismo (ou máquina) de Antikythera possui mais de 2000 anos e é o primeiro computador analógico do mundo. Feito de bronze, o objeto foi encontrado em Antikythera, uma ilha grega que originou seu nome, em 1902 (embora haja quem afirme que a data não é exata, podendo ser entre 1900 e 1902).

Estrutura do Mecanismo de Antikythera
Levou muitos anos para entender algumas funções do mecanismo. A máquina possui várias engrenagens e, em algumas delas, os cientistas encontraram dois números de dentes que fazem sentido para a astronomia: 235 (número de meses nos 19 anos solares - ciclo metônico) e 223 (ciclo de periodicidade dos eclipses - ciclo de Saros).
De frente, o mecanismo de Antikythera representa a forma como os gregos viam o mundo: a Terra no centro, com cinco planetas ao redor (os cinco vistos a olho nu: Mercúrio, Vênus, Júpiter, Marte e Saturno). A Lua, com órbita elíptica, viaja mais rápido quando está mais perto da Terra e, para simular isso, a máquina possui uma pinça em uma das engrenagens menores para controlar a velocidade de rotação.

Funcionalidades do Mecanismo de Antikythera
Inicialmente, determinou-se que a engenhoca era usada pelos gregos para traçar o movimento do Sol, da Lua e dos planetas, prever eclipses e sinalizar os jogos olímpicos. Além disso, permitia realizar contas de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Porém, alguns pesquisadores acreditam que o mecanismo de Antikythera é um tipo de guia de filosofia da galáxia, não algo para fazer cálculos. Tal descoberta surgiu depois que os textos inscritos em partes do objeto começaram a ser desvendados.

Acredita-se que o mecanismo de Antikythera pertenceu a Arquimedes, um engenheiro, matemático, físico, astrônomo e inventor grego, mas não é possível garantir, visto que alguns outros gregos também são cogitados na lista de inventores. Nós, engenheiros/futuros engenheiros, sabemos o quanto as descobertas de Arquimedes são importantes para a engenharia.
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Independentemente do inventor, o mecanismo de Antikythera é uma ferramenta brilhante que poderia ter revolucionado a ciência de sua época, mas que se perdeu no caminho e ficou soterrada por muito tempo. Os pesquisadores trabalham até hoje para desvendar seu verdadeiro significado e a tecnologia por trás do seu funcionamento.
Fontes: Telegraph; MentalFloss; BBC, The New York Times.
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Larissa Fereguetti
Engenheira, com mestrado e doutorado. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.