Nota 1: Antes de falar sobre geoengenharia e ideias de bloquear o sol, queremos contar que a chuva de meteoros Perseidas, a maior do ano de 2023, terá seu pico de visibilidade no Brasil neste fim de semana, 12 e 13 de agosto, com até 100 meteoros por hora. O fenômeno poderá ser visto até o dia 24, mas com menor intensidade. Condições ideais de visualização devido à Lua se afastando, tornando o céu noturno escuro. Melhores cidades para observar incluem Manaus, Cuiabá e Belém, enquanto São Paulo e Curitiba podem ter baixa visibilidade devido a nuvens e chuva.
Meteoros Perseidas fazem parte do cometa Swift-Tuttle, último aparecimento em 1991, núcleo de 26 km. Aparecerá novamente somente em 2125. Para observar, procure a constelação de Perseus ou Cassiopeia, que se assemelha a um 'w'. Aplicativos gratuitos para celular podem ajudar a identificar. Próximos eventos astronômicos incluem superluas, eclipses solares e lunares, e várias chuvas de meteoros como Taurids, Draconids, Orionids, Leônidas, Geminidas e Ursids.
Nota 2: Na atualização deste texto, no início de setembro de 2023, a Índia lançou um satélite para estudar o Sol após realizar na mesma semana um pouso histórico no polo sul da Lua, revelando a presença de água, oxigênio e outros elementos. A ideia é entender os ventos solares e os efeitos da radiação solar em satélites. A missão, chamada Aditya-L1, visa também investigar os impactos do Sol nos padrões climáticos da Terra.
Nos últimos anos, o planeta tem enfrentado recordes de temperatura. Essa tendência é atribuída a diversas razões, como as mudanças climáticas naturais, reconhecidas pela comunidade científica, o aquecimento global causado por atividades humanas e a deterioração da camada de ozônio. Diante desse cenário, muitos pesquisadores têm defendido uma solução: bloquear o sol como forma de reduzir as temperaturas globais. Expomos algumas soluções neste texto do Engenharia 360!
Antes, vale destacar que, recentemente, dezenas de cientistas assinaram um manifesto pedindo a proibição da geoengenharia solar. Eles estão preocupados com os possíveis efeitos imprevisíveis sobre populações e ecossistemas. Os riscos e impactos são mal compreendidos e variam entre regiões, afetando padrões climáticos, agricultura e suprimento de alimentos e água. A especulação sobre a geoengenharia solar pode desencorajar a descarbonização. Teme-se que seja usado como argumento para atrasar ações contra as mudanças climáticas.
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Bolhas de silicone para bloquear a radiação solar
Os testes iniciais, de James Early e Roger Angel, foram realizados com bolhas de silicone em condições similares as do espaço. Essas bolhas, do tamanho do Brasil, seriam colocadas em um dos Pontos de Lagrange, entre a Terra e o Sol, impedindo que parte da radiação solar atingisse o nosso planeta. O objetivo seria bloquear cerca de 1,8% da radiação solar, o que potencialmente poderia reverter os efeitos das mudanças climáticas nos próximos anos. No entanto, é importante ressaltar que essa seria apenas uma solução paliativa, pois não aborda a raiz do problema das mudanças climáticas.
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Técnica polêmica do aerossol refletor do sol
Em 2021, Bill Gates começou a apoiar o desenvolvimento de uma tecnologia controversa chamada "dimmer solar", que busca reduzir o aquecimento global ao refletir a luz solar da atmosfera da Terra. O Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPEx), liderado por cientistas da Universidade de Harvard, propôs a pulverização de poeira atóxica de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera como um aerossol refletor do sol.
No entanto, há receios de que as mudanças climáticas resultantes possam ser semelhantes aos padrões de aquecimento já observados. Além disso, os ambientalistas temem que essa abordagem possa permitir a continuidade das emissões de gases de efeito estufa sem a necessária mudança nos padrões atuais de consumo e produção.
Embora existam preocupações legítimas sobre a geoengenharia solar, os cientistas envolvidos, incluindo David Keith da própria Universidade de Harvard, acreditam que pesquisas adicionais podem reduzir os riscos e aumentar a eficácia desses métodos. Eles sugerem que a poeira de CaCO3 pode ter benefícios, como ajudar a reabastecer a camada de ozônio por meio de reações com moléculas que a destroem, mas ainda são necessários estudos adicionais para avaliar os impactos e a viabilidade dessa abordagem.
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Balão de ar quente
Em 2020, o Grupo Keutsch anunciou que vem realizando um experimento inspirado na erupção do Monte Pinatubo de 1991. A saber, durante essa erupção, cerca de 20 milhões de toneladas de dióxido de enxofre foram lançadas na estratosfera, resultando em uma diminuição de aproximadamente 0,5°C na temperatura média da Terra por 18 meses.
O objetivo do experimento é enviar um dispositivo semelhante a um balão de ar quente, em parceria com a Swedish Space Corporation, para fora do Centro Espacial Esrange, na Suécia. Uma quantidade muito pequena de material, entre 100 g e 2 kg, seria liberada para criar uma massa de ar com um quilômetro de comprimento e cem metros de diâmetro. E nesse momento, a ideia é medir as mudanças resultantes na massa de ar afetada, densidade do aerossol, química atmosférica e dispersão da luz.
Defesas mais recentes para bloquear o sol
Em 2023, especialistas dos Estados Unidos e da União Europeia também defenderam nas mídias estudos vinculados à medidas para reduzir a incidência dos raios solares e minimizar os impactos das mudanças climáticas. Essas medidas incluem, além da injeção de aerossol estratosférico já citada, instalação de certos objetos no solo ou em altitudes elevadas que possam refletir a radiação solar, clareamento de nuvens - para que elas rebatam, em vez de absorver, os raios solares -, e métodos baseados no espaço.
No entanto, os europeus demonstraram ter preocupação com os potenciais efeitos de intervenções radicais. O governo dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre a modificação da radiação solar, mas afirmou que isso não representa uma mudança na política ou atividade do governo e que não há planos em andamento para estabelecer um programa de pesquisa abrangente focado nessa área.
Conclusão
A questão é que bloquear parcialmente a radiação solar como solução para reverter o aquecimento global não é tão simples como pode parecer. Embora possa parecer uma solução fácil, os efeitos a longo prazo podem ser catastróficos e até mais danosos do que o próprio aquecimento global.
Em vez de depender de medidas paliativas como essa, o foco principal deve ser diminuir a emissão de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).
Essa redução nas emissões é a tarefa crucial que precisa ser realizada para realmente enfrentar o futuro sombrio do nosso planeta e preservar a vida na Terra!
Portanto, é importante buscar soluções sustentáveis que envolvam a transição para fontes de energia limpa e renovável, o aumento da eficiência energética, o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono, bem como mudanças nos padrões de consumo e estilo de vida. Essas medidas têm o potencial de fazer uma diferença significativa na luta contra as mudanças climáticas e proteger nosso planeta para as gerações futuras.
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Fontes: Galeria do Meteorito, CNN Brasil, Forbes, Globo.
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