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Entenda por que cientistas brasileiros enviaram fungos para o espaço

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Por: Redação 360 | Em: | Atualizado: 20 meses atrás | 1 min de leitura

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O Brasil está mais presente na pesquisa espacial do que se imagina. Recentemente, pesquisadores brasileiros enviaram materiais com a missão CRS-26 da NASA, utilizando um foguete da SpaceX. Mas o que surpreendeu muitos foi que esses materiais eram fungos. Neste texto, o Engenharia 360 explica o motivo por trás desse envio incomum de fungos ao espaço, que tem despertado grande interesse na comunidade científica.

pesquisas com fungos
Imagem reproduzida de NASA via BBC

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Como os fungos foram transportados ao espaço?

Foi em novembro de 2022. O foguete da empresa SpaceX foi lançado do Centro Espacial John F. Kennedy da NASA. Em meio aos suprimentos enviados para os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) estava o material preparado pelos pesquisadores brasileiros. Os fungos foram encaminhados por pesquisadores da farmacêutica brasileira Cimed em parceria com pesquisadores da USP dentro de tubo de ensaio especialmente preparado para experimentos feitos fora da atmosfera terrestre. Agora, um dos membros da estação deve realizar os experimentos de acordo com as instruções dos cientistas brasileiros.

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Imagem reproduzida de NASA via BBC
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Imagem reproduzida de NASA via BBC

Quais as expectativas dos pesquisadores brasileiros?

A pesquisa brasileira deve analisar como leveduras absorvem vitaminas e minerais no espaço, com o objetivo de entender como essas substâncias afetam os genes dos microrganismos. A microgravidade constante da ISS permite que os cientistas estudem melhor as alterações genéticas em ambientes de estresse, o que pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos e fórmulas mais eficazes.

A saber, esse estudo é, na verdade, já a segunda fase de um projeto de pesquisa aeroespacial da empresa, que na primeira fase analisou a cristalização da proteína do vírus SARS-Cov-2. Os resultados preliminares foram positivos.

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Como fungos podem sobreviver ao espaço?

Os fungos podem sobreviver ao espaço devido à sua capacidade de adaptação às condições extremas encontradas na Terra.

Em outro experimento realizado por cientistas estrangeiros, fungos e liquens foram expostos durante um ano e meio às condições de temperaturas extremas e radiações eletromagnéticas e cósmicas intensas do espaço na Estação Espacial Internacional, e aqueles que sobreviveram mostraram a capacidade de proteger seu DNA contra mutações decorrentes da exposição à radiação.

Além disso, eles foram capazes de se reproduzir quando trazidos de volta à Terra. Esses organismos, que evolutivamente se adaptaram às condições extremas no nosso planeta, podem possuir o segredo para a sobrevivência fora da proteção da atmosfera terrestre. Portanto, os fungos podem ser considerados possíveis candidatos para a sobrevivência no espaço.

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Fungos que vêm do espaço de carona com as aeronaves

Uma nova espécie de fungo, chamada de Parengyodontium torok, foi descoberta em uma linha de montagem de naves espaciais. Ela pode ter sido transportada pelo espaço em naves. A nova cepa fúngica foi batizada em homenagem a um microbiologista do Berkeley Lab, Tamas Torok, que tem décadas de experiência estudando micróbios em ambientes extremos.

Esse fungo seria capaz de produzir biofilme e sobreviver aos protocolos de limpeza, o que pode levar a uma contaminação de micróbios em ambientes "imaculados" do espaço sideral. Agora, os microbiologistas estão trabalhando para desenvolver novos protocolos de limpeza para detectar e limitar o potencial de contaminação da cepa fúngica nas instalações de montagem de naves espaciais.

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Como a NASA pode explorar os fungos nas próximas missões espaciais?

A NASA vêm explorando a possibilidade de usar micélio, um conjunto de fios minúsculos de fungos, para criar tijolos de construção para futuras moradias em Marte. A tecnologia pode ser benéfica não apenas para as futuras moradias em Marte, mas também para a Terra.

Os micélios podem ser moldados e conectados para criar novas estruturas, incluindo tijolos, e os pesquisadores da NASA estão planejando uma parede de três camadas usando essa tecnologia. A primeira camada seria de gelo para proteger as pessoas da radiação. Já a camada intermediária seria composta por cianobactérias fotossintetizantes que produzem oxigênio e nutrientes para os micélios fúngicos, que formariam a parte principal dos blocos de construção.

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Imagem reproduzida de NASA - Ames Research Center, Lynn Rothschild, via Revista Galileu - Globo
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Imagem reproduzida de NASA (2018) Stanford-Brown-RISD iGEM Team, via Revista Galileu - Globo

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Fontes: BBC, CDQ, Olhar Digital, Revista Galileu.

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