Com a projeção de agravamento da crise gerada pela pandemia de Covid-19 na cidade de São Paulo - tendo em vista a primeira morte ocorrida em 17 de março, uma engenheira decidiu que devia partir para a ação.
A engenheira Juliana Fernandes Alves, de 41 anos, executiva da cervejaria Ambev, iniciou contato com alguns parceiros de negócio. Seu objetivo era encontrar ideias e elaborar projetos que pudessem auxiliar no combate ao novo coronavírus.
Um dos primeiros contatos veio da empresa Brasil ao Cubo - através de Michel Rodrigues, que sugeriu um layout de leito hospitalar em módulo. A sugestão logo evoluiu para a construção de um hospital inteiro.
Em cinco dias, Juliana apresentou o projeto à diretoria, e se reuniu com outros parceiros. Entre eles, a Prefeitura Municipal de São Paulo, o Hospital Israelita Albert Einstein, e a produtora de aço Gerdau.
O projeto se torna realidade
A iniciativa deu certo. O projeto de um hospital com 100 leitos permanentes feito através da construção modular foi concluído em 33 dias a partir do início da obra. O prédio se tornou um anexo do Hospital Municipal M'Boi Mirim, que foi sugerido pela prefeitura e pelo Hospital Albert Einstein.
O projeto se tornou um ponto fora da curva no Brasil, especialmente pelo tamanho do prédio e pela capacidade de atendimento. E ainda é surpreendente pelo incrível prazo estabelecido (apenas 40 dias previstos, mas concluído em 33 dias).
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A execução da obra em tão pouco tempo, foi um enorme desafio encarado por Juliana e outros engenheiros que estavam no gerenciamento do projeto. Durante a execução, o efetivo de colaboradores chegou a ser de 150 operários, trabalhando em turnos alternados de 10 horas.
Tendo em vista o risco de contaminação dos colaboradores, houve uma preocupação e monitoramento para que as pessoas ficassem seguras. E o empenho surtiu efeito, uma vez que não foram registrados casos ou suspeita de infecção entre os colaboradores.
Além do desafio do projeto, Juliana ainda precisou conciliar sua rotina com a família. Mora com o marido e o filho de 4 anos em Jacareí, onde lidera um time de 90 pessoas. Ela teve sua rotina alterada pelo isolamento social e, precisou algumas vezes se reunir com o filho no colo. Em entrevista à Uol, ela diz: "Expliquei a todos o que estava acontecendo, pedi para outra pessoa do time conduzir a conversa e saí. Todos entenderam. Tem sido uma experiência diferente na vida de mãe, mas ficar em casa tanto tempo é ruim. Gosto de me arrumar para sair e estar junto com a equipe. Espero que isso tudo passe logo".
Conclusões
A iniciativa de Juliana nos mostra muito sobre a importância do senso comunitário, da preocupação com as pessoas e a imprescindível participação da sociedade na solução dos problemas.
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A região sul do estado é uma das mais carentes por leitos. Independentemente da pandemia, o hospital é uma obra permanente e irá atender as necessidades da população local.
A parceria das empresas e instituições foi primordial para que o projeto acontecesse. A agilidade também é algo de brilhar os olhos, e foi proporcionada pela tecnologia empregada na engenharia. Houve uma iniciativa e a união fez a força.
Juliana ainda diz na entrevista: "Acredito que, depois que a pandemia passar, o mundo será mais humano, ágil e daremos mais valor aos momentos felizes."
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Fontes: Uol, Prefeitura Municipal de São Paulo.
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Matheus Alves Martins
Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.