Engenharia 360

Entenda a relação entre engenharia e crise | 360 Explica

Engenharia 360
por Redação 360
| 18/12/2015 | Atualizado em 23/02/2021 5 min

Entenda a relação entre engenharia e crise | 360 Explica

por Redação 360 | 18/12/2015 | Atualizado em 23/02/2021
Engenharia 360

A engenharia está em crise? O que aconteceu com o vasto e promissor mercado para os engenheiros? Resposta essa que podemos tirar há 7 anos atrás na crise de 2008 nos EUA.
Um relato e vivência que nos pode trazer um amplo e profundo conhecimento sobre a crise que o pais sofreu em 2008 a qual prejudicou e afetou os engenheiros, principalmente no ramo imobiliário.

+ Crise dos EUA / 2008

Crese EUA engenharia
Imagem: questiondigital

Muitos passaram ou ouviram falar da crise de 2008, a qual o Brasil sentiu pouco. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até chegou a afirmar que a crise era um tsunami nos Estados Unidos, mas se chegasse no Brasil, não passaria de uma "marolinha".

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+ Como tudo começou

Confiantes de que o mercado imobiliário continuaria em alta, os bancos americanos, ajudados pela falta de regulamentação no mercado financeiro, investiram mais do que deviam (e podiam) em hipotecas de alto risco, os chamados subprimes. Quando o preço dos imóveis começou a cair, as instituições não tinham dinheiro para cobrir duas dívidas.
Primeiramente, haveria uma falta de liquidez mundial. Hoje, os títulos dos Estados Unidos são considerados os de maior segurança para investidores do mundo inteiro, de retorno certo. A maior parte das reservas de moeda internacionais de todos os bancos centrais também é em dólar.
O país emitiu mais papéis para ter dinheiro para evitar a falência de empresas e bancos em dificuldades, isentar e reduzir alguns impostos, e pagar benefícios sociais como seguro-desemprego, mais necessários em épocas de demissões e cortes de pessoal.
Antes disso, os EUA já haviam gastado muito dinheiro ao longo dos anos para financiar guerras e ações militares.

+ Saindo da crise (EUA 2008)

O Governo Obama, do ponto de vista econômico, não existiu. Durante 3 dos seus 4 primeiros anos de mandato o país esteve em recessão, os dados do departamento de comércio são elucidativos, o PIB americano a preços de 2005 (em trilhões de dólares) descontada a inflação do período:
 

2007 13,2
2008 13,2
2009 12,7
2010 13,1
2011 13,3

Apenas em 2012, efetivamente o país começa a “rodar para frente”, e os EUA voltou ao mesmo patamar de 2005. Uma situação clara deste movimento, é que é como se o país tivesse parado por 6 anos. O problema é que em 2005 o desemprego (força produtiva) era 4,9%, chegou a 9,1%(meados de 2011), mas com a retomada está em 8,6% (janeiro de 2012)
Com os preços deflacionados, alto desemprego, a retomada se dará em novo patamar, confirma assim que a o momento da Crise de Superprodução se deu em 2005, quando preços e empregos estavam em alta, em pleno uso das forças produtivas. Porém os sintomas reais da queda aconteceram apenas em 2008, passando por um período longo de recomposição. A taxa de lucro começa a ser recomposta apenas em 2011, com a perspectiva de crescimento em 2012
Alguns efeitos possíveis são: encarecimento do financiamento para bancos e empresas brasileiras, que precisam captar dinheiro no exterior; valorização do dólar e aumento do preço dos importados, o que geraria inflação; causaria também, consequentemente, a necessidade de se aumentar ainda mais os juros para controlar os preços.

+ Panorama do setor de construção civil

  • Panorama do mercado internacional
Engenharia e crise
Imagem: exame.abril.com.br
Brazil- em crise banner

A crise financeira mundial, desencadeada em 2008, associada, em grande parte, ao setor de construção civil americano, gerou impactos para o setor em diversos países e em empresas que atuam globalmente, levando vários empreiteiros a alterar sua estratégia. De um lado, diante do declínio de vários mercados, muitos empreiteiros com atuação internacional estão enfrentando a contração do crédito utilizando suas reservas acumuladas em vários anos anteriores, quando a demanda estava elevada.

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O engenheiro mecânico Márcio Cardoso, que palestrou no M&T Expo 2015 – evento voltado a equipamentos para canteiros de obras e sistemas construtivos -, lembra que há um quadrinômio que já é perseguido pelas empresas do setor. “Eficiência, produtividade, segurança e lucratividade é o que vai nortear as construtoras brasileiras a partir de agora, assim como foi nos Estados Unidos após a crise de 2008. Lá, hoje, há 800 mil equipamentos trabalhando nos canteiros de obras. Aqui, são 35 mil, mas com forte potencial e viés de alta. É um caminho sem volta”, avalia.
O especialista lembra que esse processo de transformação começou com o programa Minha Casa Minha Vida. “Foi com o Minha Casa Minha Vida que se introduziram as gruas nos canteiros de obras. Também foi com o impulso do programa que os fabricantes pallet seus produtos para entregá-los nas áreas em construção. Isso é um sinal evidente de investimento em produtividade”, afirma. De acordo com Márcio Cardoso, a tecnologia cada vez mais agregada à construção civil levará a execuções mais rápidas e eficientes e à redução do número de horas/homem.
O crédito restrito tem impedido a entrada de empreiteiras menores no mercado construtivo, pois estão altamente alavancadas e, nesse sentido, os bancos podem dificultar ainda mais a concessão de empréstimos para elas.

  • Panorama da construção civil no Brasil
engenharia civil
Imgem: //www.aerf.org.br/
grafico

O setor de construção civil brasileiro foi responsável por 4% do PIB em 2009 e vem acumulando sucessivas taxas de crescimento de 1995 até 2008. A taxa de crescimento média nesse período ficou em torno de 9,7% ao ano. O Gráfico abaixo mostra a relevância desse setor para a composição da formação bruta de capital fixo, embora a sua participação venha diminuindo desde 2003. A participação do setor de construção civil na formação bruta de capital fixo brasileira está em 5,2 pontos percentuais abaixo da média mundial. Podem-se ressaltar alguns problemas relevantes que ajudam a explicar essa situação: a escassez de crédito para habitação e o baixo nível de inversões em infraestrutura, que está relacionado às restrições fiscais e à inadequação dos marcos legal e regulatório do país para que sejam realizados investimentos em construção civil.

Impacto da crise econômica mundial sobre o Brasil A crise econômica mundial de 2008 teve efeitos na construção civil brasileira por meio da redução do crédito privado para esse setor. Das 21 empresas construtoras e incorporadoras que abriram seus capitais entre 2006 e 2007, oito estavam no conjunto das 30 empresas que tiveram a maior queda do preço de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2008.O volume de recursos obtido pelo setor por captações primárias entre 2005 e fevereiro de 2010 chegou a R$ 17,4 bilhões. Cabe lembrar o fato de que o período de construção é extenso, por isso o financiamento tem a função de compatibilizar a grande defasagem temporal entre as despesas operacionais e a receita operacional proveniente da venda do empreendimento. Ademais, o produto final da construção apresenta um elevado valor monetário. É necessário, portanto, que o cliente seja financiado, o que é frequente no segmento de edificações residenciais.
Muitos mergulham no estudo da crise, inclusive quando ela já aconteceu, nem percebem que um novo ciclo se abriu, eles ainda estão discutindo as “causas da crise, e não procuram maneiras de crescer”.

Fontes: BBC, Época NegociosBNDES e Arnobio Rocha.

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