Elon Musk - bilionário, polêmico, excêntrico e visionário - iniciou um novo capítulo da sua história aqui, no Brasil, trazendo para o país a SolarCity, uma de suas empresas recém-adquiridas. Segundo ele, o objetivo é ajudar a democratizar o acesso à energia renovável, se valendo da radiação solar disponível. Mas sabemos que por trás dessa “boa ação” está a intenção de aproveitar uma grande oportunidade econômica. Claro que podemos tirar dessa manobra mais uma boa solução de sustentabilidade energética. Confira detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!
A visão de Elon Musk para a democratização da energia renovável
Quando Elon Musk trouxe a SolarCity para o Brasil, ele declarou que essa era mais uma etapa do seu investimento em soluções para o mundo que viabilizem geração distribuída de energia solar. O objetivo é reduzir custos para consumidores e estimular a adoção em larga escala. E, de fato, a proposta parece ser bem vantajosa, tanto para pequenos projetos residenciais quanto para grandes empreendimentos comerciais.
Imagine um país como o Brasil, onde as necessidades energéticas variam amplamente entre regiões e setores, podendo contar com uma tecnologia que otimiza o desempenho dos sistemas fotovoltaicos, aumentando ao máximo sua eficiência e durabilidade. Parece que a SolarCity pode ser uma boa alternativa, inclusive ajudando na redução de emissões de gases de efeito estufa local.
O potencial solar do Brasil e os (des)incentivos públicos
O Brasil é um país que, como podemos dizer, possui muita abundância de radiação solar. As condições climáticas são bastante favoráveis para geração de energia (uma média de 5 kWh/m²/dia). Por isso, nosso país poderia ser um dos top líderes mundiais nesse segmento, conduzindo projetos em grande escala ou em iniciativas menores. Milhões a mais poderiam estar se beneficiando da energia limpa e renovável por aqui. Mas…
O sobe e desce nos preços dos sistemas fotovoltaicos nos últimos anos tem afastado muitos investidores. Mesmo assim, iniciativas como o Marco Legal da Micro e Minigeração Distribuída (aprovado em 2022), que visa estabilidade e incentivos fiscais para a adoção de soluções solares, têm criado condições perfeitas para que empresas como a de Musk entrem no mercado nacional.
A saber, atualmente, o Brasil possui mais de 32 GW de potência instalada em sistemas solares e mais de 2 milhões de consumidores conectados. Estima-se que até 2030 o setor possa atrair mais de R$ 40 bilhões em investimentos. Isso consolidaria a energia solar como um dos principais pilares da sustentabilidade e do futuro energético do país.
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Os benefícios da chegada da SolarCity no Brasil
O Elon Musk já obteve sucesso antes no Brasil com a Starlink - inclusive vem investindo no setor agro com a John Deere. Por isso, não é difícil de acreditar que ele ganhará mais uma vez o público no país com a SolarCity. O empresário tem muita experiência em inovação e tecnologia; então, tem a chance de revolucionar nossa indústria de paineis solares. Esse é o lado positivo dessa história, pois, afinal, vivemos tempos que a demanda por soluções energéticas sustentáveis deve crescer rapidamente.
O brasileiro precisa, de fato, de mais energia limpa. Agora, acreditar que Musk volta ao nosso mercado para democratizar nosso acesso à energia solar já é “ver para crer”!
Acontece que, se pudermos mesmo aumentar a geração distribuída de energia no país (ainda com a possibilidade da venda do seu excedente), poderemos reduzir a dependência de redes tradicionais (por meio de uma fonte mais confiável), além dos custos com eletricidade e ainda, de quebra, criar mais vagas de “empregos verdes” nas áreas de instalação e manutenção dos sistemas solares. E para quem buscava reduzir a pegada de carbono do seu consumo, melhor ainda!
As perspectivas para o futuro da energia solar no Brasil
A entrada da SolarCity no Brasil representa grandes oportunidades e também desafios. Pense bem, nosso país já possui muitas empresas estabelecidas que atuam na área de energia solar. O que vai acontecer com elas agora? A competição poderá ser desleal, ainda mais com a valorização do dólar. Se logo não houver mudanças nas políticas públicas, o crescimento e a consolidação delas será enfraquecido.
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A matemática até que é bem simples: para um aumento na adoção de sistemas solares no Brasil, precisamos de uma combinação de inovações tecnológicas, incentivos fiscais e demanda crescente por soluções sustentáveis - uma boa contribuição a favor das metas climáticas.
A presença da empresa de Musk no país pode atrair investimentos estrangeiros e até colocar nossa nação em um patamar mais alto no desenvolvimento de engenharia verde. Mas será que isso não vai quebrar as nossas empresas de energia também? Escreva sua opinião na aba de comentários logo abaixo!
Veja Também: E se fosse verdade? O cavalo robô solar de Elon Musk e a revolução no transporte sustentável
Fontes: Click Petróleo e Gás, R7, MSN.
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Eduardo Mikail
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