Engenharia 360

Entenda como alguns drones poderão ser usados para salvar vidas

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 21/01/2020 2 min

Entenda como alguns drones poderão ser usados para salvar vidas

por Kamila Jessie | 21/01/2020
Engenharia 360

Em eventos catastróficos, drones têm sido usados ​​para mapear a destruição e ajudar os socorristas a encontrar possíveis sobreviventes. Agora, um novo sistema pode levar isso para o next level, analisando automaticamente as imagens capturadas para determinar se as pessoas avistadas estão vivas ou não.

Como detectar sinais vitais através de drones

A tecnologia é delicada a tal ponto que utiliza visão
computacional, procurando por pequenas mudanças associadas a movimento, tais
como o ritmo respiratório. Isso foi explicado por Javaan Chahl, pesquisador em
sistemas de sensores da Universidade do Sul da Austrália.

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O sistema usa o aprendizado de máquina para analisar um videoclipe de 30 segundos de um corpo humano, medindo as mudanças na luz refletida na parte da região do peito onde o movimento seria mais aparente. Em seguida, esses padrões são analisados para determinar se as mudanças de intensidade são consistentes com uma pessoa viva e que respira. Os pesquisadores testaram o sistema em imagens de nove sujeitos: oito humanos vivos e um manequim com peruca e maquiagem.

Os “objetos” do teste não foram estavam bastante visíveis,
mas Chahl diz que o sistema também pode funcionar com pessoas parcialmente
cobertas por entulho, o que é de se esperar em infelizes cenas de desastres.
Vale apontar que é necessário que o torso das pessoas esteja visível.

Duas pessoas (objetos de estudo) deitadas sobre a grama, enquanto ocorre uma footage por drone para analisar sinais vitais. University of South Australia. Engenharia 360.
footage por drones para detecção de sinais vitais. Imagem: University of South Australia.

Alternativas à tecnologia de detecção de movimento

Tentativas anteriores de identificar sinais vitais usando
drones voltaram-se para medidas de mudanças sutis na cor da pele, o que poderia
indicar o fluxo sanguíneo. Mas esses sistemas precisam visualizar a pele
exposta sobre os pontos de pulso, o que significa que os drones devem pairar
muito mais perto.

Drones não vão substituir profissionais no chão ou nos ares

Os cientistas ainda não testaram seu sistema em campo, mas
tiveram o cuidado de mencionar que o programa opera em condições muito
controladas: corpos estáticos, drones pairando entre quatro e oito metros no ar
e com capturas de vídeo em boas condições de luz. Em cenários de catástrofe,
não se esperam condições ideais. Em situações reais de resgate de vítimas de
desastres, devem ser consideradas particularidades inconvenientes como vento,
chuva, flutuações de temperatura e água corrente, que podem interferir na luz
refletida.

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A proposta ainda não inclui um sistema de detecção de sinais
vitais em níveis de Star Trek, mas o ponto foi feito a partir do momento em que
a versão atual provou conceitos básicos. No momento, o drone busca pessoas no
chão e tenta entender, a partir da análise de alguns parâmetros, se essas
pessoas estão vivas. Ainda se espera que a tecnologia avance muito mais e a
maior perspectiva é que o oposto seja feito: a partir da detecção de sinais
vitais, encontrar as pessoas, o que poderá facilitar e agilizar serviços de
resgate, já direcionados.

Fonte: Scientific American.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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