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Como cabos submarinos de Internet danificados comprometem a comunicação global?

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por Redação 360
| 08/11/2022 | Atualizado em 27/09/2023 4 min
Imagem de pvproductions em Freepik

Como cabos submarinos de Internet danificados comprometem a comunicação global?

por Redação 360 | 08/11/2022 | Atualizado em 27/09/2023
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Nota: O Google anunciou um novo sistema de cabos submarinos chamado "Nuvem" que conectará Portugal aos Estados Unidos através das Bermudas, com previsão de operação em 2026. O objetivo é melhorar a rede, reduzir latência e apoiar o desenvolvimento digital. Portugal se torna um ponto estratégico para cabos submarinos. O projeto é visto como um catalisador para investimentos em tecnologia.

cabos submarinos
Imagem reprodução via O Globo

Não sei se você sabe, mas sob os nossos oceanos há, hoje, muitos cabos submarinos instalados pelo homem. São cerca de 550 cabos de fibra óptica, que conectam todos os continentes do globo, com exceção da Antártica.

Para que servem? Bem, para a manutenção da Internet no mundo. Por exemplo, há o cabo Asia-Africa-Europe (AAE-1), que conecta Hong Kong a Marselha, na França, com ramificações passando pelo Sudeste Asiático, Oriente Médio, África e Europa, somando 24,94 mil km de extensão. Acontece que o mesmo, recentemente, foi danificado, cortado - acredita-se que por uma âncora. E as consequências foram as piores possíveis!

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Por exemplo, regiões como da Etiópia e Somália perderam a conectividade quase que total. Houve blecautes, lentidão e queda de serviços na nuvem de grandes companhias, como Google, Amazon e Microsoft, da Ásia até a Europa. Por sorte, foi possível corrigir estas falhas depois de algum tempo relativamente curto. Mas o que preocupa os engenheiros é que casos assim são cada vez mais comuns!

cabos submarinos
Imagem reproduzida de djibouti data center

A instalação dos primeiros cabos submarinos no mundo

Acredite ou não, os primeiros cabos submarinos instalados no mundo seriam para uso de telégrafos, ainda no século XIX. O primeiro deles, de 1850, ligava a Inglaterra com a França pelo Canal da Mancha, não tinha proteção nenhuma e só funcionou por 3 dias, quando foi cortado por um pescador. Contudo, mesmo assim, o experimento foi válido, servindo de base para futuras empreitadas. Por exemplo, não podemos esquecer do primeiro cabo transatlântico, entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, instalado em 1858. Ele funcionou por três semanas, mas pelo menos permitiu uma troca de mensagem entre a rainha Vitória e o presidente James Buchanan.

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Imagem reproduzida de Mar Sem Fim

Veja Também: O que é um satélite e como funciona a comunicação via satélite?

As novas conexões submarinas para comunicações

Com o passar dos anos, se percebeu ser preciso usar cabos mais robustos, também mais bem protegidos, até porque saímos do uso da tecnologia dos telégrafos para a dos telefones; e agora ainda usamos a Internet de alta velocidade. Acontece que os riscos não desapareceram - inclusive porque o leito dos oceanos é um lugar instável e repleto de criaturas como os tubarões. Mesmo assim, até mesmo a latência da Starlink ainda não supera a capacidade de conexões físicas submarinas; fora que, por hora, ainda é mais barato puxar cabos de rede sob as águas.

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cabos submarinos
Imagem reproduzida de TecMundo

Acontece que estamos em risco, porque temos uma alta dependência das conexões submarinas para comunicações. Resumindo, não se tem hoje como todos nós solicitarmos Internet de alta velocidade sem que se tenha instaladas estas conexões submarinas. Por mais que as posições destas sejam bem especificadas em cartas náuticas, não raras são as ocasiões em que navios soltam suas âncoras de qualquer jeito, atingindo os cabos em cheio. E as consequências você já sabe!

Aliás, a saber, o próprio Canal de Suez, uma das principais passagens marítimas comerciais, atravessa o mesmo trecho em que os cabos estão. Isso faz com que o trecho do Mar Vermelho seja um dos mais críticos do mundo em se tratando de manutenção da Internet.

As formas de evitar incidentes com conexões via cabos submarinos

Claro que os engenheiros não ficam simplesmente desenrolando cabo oceano afora, não é assim que a coisa funciona. Há vários fatores envolvidos, como custos e riscos ambientais, além de que algumas rotas simplesmente não são seguras por ameaças de conflitos entre nações. E a triste realidade é que não há solução que impeça estes incidentes com cabos submarinos. O que se pode fazer é estudar rotas alternativas, a fim de diminuir pontos críticos - onde há navegadores imprudentes, soltando âncoras de qualquer jeito. E, sim, a fibra óptica continua sendo a tecnologia mais confiável.

cabos submarinos
Imagem de wirestock em Freepik

Então, no futuro, se a sua Internet banda larga cair, consulte as notícias. Vá que alguém ancorou seu navio onde não devia!

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Fontes: Meio Bit.

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