As tendências na educação superior no Brasil estão sempre no radar das empresas de engenharia. E recentemente, a divulgação dos dados do Censo da Educação Superior 2023, por parte do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), surpreendeu especialistas. Isso porque, ao invés dos tradicionais cursos de Medicina, Advocacia e até Engenharia Civil estarem em primeiro lugar na busca pelos candidatos, é Engenharia Naval o mais concorrido da vez.
A que tudo indica, em princípio, essa mudança de preferência dos estudantes e/ou de oferta de vagas nas universidades pode indicar a abertura de novas oportunidades mediante ao surgimento de tendências no mercado. Continuamos este debate no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O que dizem os números
Segundo os dados do Censo, a relação candidato/vaga para o curso de Engenharia Naval é de milhares de candidatos disputando hoje pouco mais de duzentas vagas disponíveis. Essa margem, a título de curiosidade, é pouco a mais do que no curso de Medicina, que sempre foi considerado o mais disputado. Essa revelação realmente surpreende!
Especialmente a formação médica ou de advogado e engenheiro civil esteve historicamente relacionada a fatores como prestígio social, alta remuneração e segurança no emprego. A pergunta é: será essa a realidade da Engenharia Naval? Bem, pelo menos essa estatística nos dá uma pista de que existe, sim, uma demanda crescente atual por profissionais nesta área - seria, talvez, para impulsionar a eficiência, inovação e sustentabilidade na economia relacionada ao setor marítimo?
Cursos mais concorridos na rede pública
- Engenharia Naval: 55 candidatos para cada vaga (13.329 candidatos para 243 vagas).
- Medicina: 53 candidatos para cada vaga (685.347 candidatos para 13.052 vagas).
- ABI Computação e TIC: 52 candidatos para cada vaga (3.358 candidatos para 64 vagas).
- Psicologia: 19 candidatos para cada vaga (135.043 candidatos para 7.197 vagas).
- Biomedicina: 18 candidatos para cada vaga (35.794 candidatos para 2.030 vagas).
Cursos mais concorridos na rede privada
- Artes Cênicas: 10 candidatos para cada vaga (2.417 candidatos para 235 vagas).
- Medicina: 7 candidatos para cada vaga (276.446 candidatos para 38.068 vagas).
- Programas Interdisciplinares: 4,1 candidatos para cada vaga (582 candidatos para 140 vagas).
A importância da Engenharia Naval
A Engenharia Naval desempenha um papel fundamental na economia brasileira, considerando especialmente o potencial do país em relação a suas extensas costas e recursos hídricos. Os profissionais dessa área são responsáveis pela concepção, construção e manutenção de embarcações, plataformas marítimas e outras estruturas navais.
Em constante evolução, essa área da Engenharia acompanha as inovações tecnológicas e necessidades do mercado global. Todas as tendências indicam que a demanda por especialistas navais deve, sim, continuar crescendo nos próximos anos.
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A realidade do ensino e as ofertas de trabalho
Na verdade, a Engenharia Naval tem tido poucas vagas em comparação com o número de interessados. Fato é que os estudantes estão atentos ao aumento das atividades marítimas e offshore no Brasil e se sentem atraídos pelas oportunidades. Neste momento, a carreira é vista como promissora e as perspectivas financeiras têm chamado atenção. Mas engana-se quem pensa que é fácil seguir a profissão; o ingresso nesse nicho do mercado (que está em expansão) é real, mas muito concorrido.
Em contrapartida, vale ressaltar que, segundo o próprio Censo da Educação Superior 2023, apenas 27% dos 2,3 milhões de estudantes que se formaram em 2022 conseguiram ingressar em uma faculdade no ano seguinte - este dado é muito preocupante! Já alunos que completaram o Ensino Médio Técnico apresentaram uma taxa de ingresso no ensino superior de 44%, demonstrando a importância do papel da educação profissionalizante em nosso país. Traduzindo, a boa formação técnica pode facilitar o ingresso no ensino superior.
Diferenças de ingresso entre redes de ensino
Analisando mais a fundo, percebe-se que a taxa de ingresso no ensino superior varia significativamente entre os diferentes tipos de escola. Estudantes que finalizaram o ensino médio na rede federal apresentam uma taxa de 58% de ingresso no ensino superior, enquanto aqueles que se formaram em instituições estaduais apresentam apenas 21%. Na rede privada, a taxa é um pouco melhor, chegando a 59%.
Essa discrepância entre as redes de ensino revela um desafio que precisa ser enfrentado pelas políticas educacionais no Brasil.
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Neste cenário, o papel do Censo é fazer esse balanço anual, oferecendo uma visão abrangente sobre o cenário da educação superior, fornecendo dados importantes que ajudam a calcular indicadores de qualidade como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). As informações ajudam no desenvolvimento de estratégias que possam melhorar a qualidade do ensino e aprendizado.
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Fontes: CNN, Guia do Estudante.
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Eduardo Mikail
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