Engenharia 360

Você sabia que o calor do seu corpo pode virar energia elétrica? Descubra como!

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por Redação 360
| 13/12/2024 | Atualizado em 06/01/2025 4 min
Imagem reproduzida de Freepik

Você sabia que o calor do seu corpo pode virar energia elétrica? Descubra como!

por Redação 360 | 13/12/2024 | Atualizado em 06/01/2025
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Aposto que você não sabia! O calor emitido pelo nosso corpo é uma fonte valiosa de energia elétrica - estamos falando na produção da casa de 60 a 80 watts por hora, o que equivale ao consumo de uma lâmpada comum. Só que grande parte disso é simplesmente desperdiçada, dissipando-se no ambiente. Imagina se pudéssemos converter em eletricidade! Será que essa ideia é futurista demais?

Olha que interessante, cientistas da Universidade de Limerick, na Irlanda, e da Universidade de Valência, na Espanha, estão aprimorando materiais, como a lignina - subproduto da indústria do papel - para capturar e converter energia térmica humana em eletricidade utilizável. Essa inovação poderia transformar a forma como usamos dispositivos eletrônicos no dia a dia. Leia mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

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O potencial do calor residual

Na engenharia, estamos acostumados a estudar sobre o calor residual, que pode ser encontrado em diversas fontes industriais e mecânicas, como máquinas de manufatura e motores de veículos. Mas o calor humano também é um tipo de calor residual. E o desejo dos cientistas sempre foi aproveitar essa energia para alimentar dispositivos termoelétricos. Hoje, perdemos demais essa oportunidade, o que é uma lástima!

conversão de calor em energia elétrica
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Mas antes precisamos explicar como funciona essa conversão de calor em eletricidade! Pois bem, esse processo se baseia no fenômeno termoelétrico, que ocorre quando há uma diferença de temperatura entre dois pontos de um elemento, com os elétrons se movendo do lado quente para o lado frio, podendo gerar eletricidade. O desafio era até agora encontrar materiais tão eficientes, baratos e sustentáveis que suportassem esse ciclo.

Vale dizer que é possível, sim, usar cádmio e mercúrio nesse processo, mas eles são tóxicos e apresentam riscos ambientais e à saúde. A boa notícia é que temos agora uma alternativa mais ecológica, abundante e renovável a esses materiais convencionais, sendo a lignina, derivada da madeira. Os pesquisadores testaram e descobriram que ela pode ser utilizada em dispositivos termoelétricos de modo bastante seguro.

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O poder da lignina na geração de energia

Vamos mais a fundo na explicação do que os pesquisadores descobriram. Pois bem, eles entenderam que era possível utilizar membranas feitas de lignina, impregnadas com uma solução salina e expostas a uma diferença de temperatura, para a geração de eletricidade. Basicamente, quando um lado da membrana é aquecido e outro esfriado, os íons se movem, criando uma diferença de potencial elétrico aproveitado como energia.

Esse é o processo que poderia capturar o calor residual de baixa temperatura do corpo humano, que normalmente é perdido na atmosfera. Aliás, segundo os estudos, a tecnologia desenvolvida tem potencial de aplicações em grande escala, especialmente em áreas remotas, onde a geração de eletricidade pode ser um desafio.

conversão de calor em energia elétrica
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Armazenamento da energia gerada

Já explicamos como seria capturada essa energia térmica. Mas e quanto ao armazenamento? A proposta seria o uso de carbono poroso derivado justamente da lignina como eletrodo em supercapacitores (dispositivos que guardam e liberam energia rapidamente) - ao invés de se depender de materiais derivados de combustíveis fósseis, como de costume. Nada de substâncias tóxicas no acúmulo de íons gerados pela conversão do calor em eletricidade! Tal abordagem seria uma solução verde para o armazenamento de energia.

As possíveis aplicações da energia derivada do calor corporal

Calma, tudo isso que contamos até agora neste texto não significa que os cientistas querem usar o calor do nosso corpo para mover carros e aeronaves - pelo menos não por enquanto. Vamos considerar uma escala menor. Isso inclui dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes ou rastreadores de condicionamento físico, tendo a vida útil de suas baterias sem mais limitações, com funcionamento infinito. Outra aplicação seria em sensores de ambientes remotos, alimentados por essa nova fonte de energia.

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conversão de calor em energia elétrica
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Concluindo, embora o uso do calor humano ainda esteja em fase de desenvolvimento, já podemos ver o enorme potencial dessa tecnologia. Se ela for amplamente implementada, poderemos estar à beira de uma revolução energética que não só atende às nossas necessidades atuais, mas também contribui para um futuro mais verde e sustentável.

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Fontes: Fast Company Brasil.

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