No interior da Pensilvânia, nos Estados Unidos, existe uma cidade fantasma chamada Centralia, cuja trágica história atrai quem estuda engenharia. É que, ainda na década de 1960, uma decisão mal planejada de eliminação de resíduos de um aterro sanitário levou a consequências catastróficas, fazendo com que uma região - até então próspera - queimasse por décadas, e assim ela deve continuar pelos próximos 250 anos. Saiba mais sobre a história desse caso emblemático no artigo a seguir!
O incêndio que começou tudo
Em maio de 1962, autoridades de Centralia estavam lidando com um grande problema: o que fazer com o lixo acumulado em um aterro sanitário recém-inaugurado na cidade. O aterro em questão estava localizado próximo a uma antiga mina de carvão desativada - um fato que parece ter sido completamente ignorado. Então, eles tomaram a pior decisão de todas, incendiá-lo. Sim, parece até piada! Esses gestores nem sequer chegaram a considerar as implicações de segurança; é claro que a coisa não terminaria bem.
No começo, o incêndio parecia ter dado certo, os bombeiros só precisavam apagar algumas poucas chamas visíveis. Acontece que as brasas incandescentes se espalharam, ocupando a vasta rede de minas de carvão nos túneis subterrâneos. Ironicamente, esse era o dia do Memorial Day, um feriado importante no país, quando se fazem homenagens aos soldados mortos em combate. Irônico pois a intenção era melhorar a atmosfera da cidade nesta data. Claro que não deu certo! O fogo que começou naquele dia continua até os dias de hoje.
A escalada do desastre
Pode-se dizer que a negligência das autoridades de Centralia foram evidentes desde o início. Por exemplo, não houve inspeções prévias no terreno antes da criação do aterro. Depois, as regulamentações estaduais, que exigiam o selamento das minas de carvão existentes, foram ignoradas. Em menos de um mês do Memorial Day, os problemas começaram a se manifestar. O clima seco, somado ao calor e resíduos da mina no subterrâneo, fez o incêndio se alastrar sem controle por um verdadeiro labirinto abaixo da cidade.
Ninguém estava preparado para enfrentar um incêndio de tal magnitude e complexidade. Por isso, medidas inadequadas e atrasadas só contribuíram ainda mais para a continuidade da catástrofe. Hoje, o fogo subterrâneo em Centralia percorre aproximadamente 15 quilômetros de túneis, liberando gases tóxicos e tornando o solo extremamente quente, impossível de ser habitado, cultivado ou usado para a criação de animais.
A transformação em cidade fantasma
Foi muito difícil para os moradores de Centralia perceberem e admitirem toda a gravidade da situação. Só que não teve jeito! Logo começaram a aparecer fissuras por todo lado, nas ruas, calçadas e mais. Com o tempo, mais de 600 construções precisaram ser demolidas e os residentes tiveram de deixar as suas casas. No censo de 1992, foram contabilizados apenas sete moradores nas cidades; hoje não há mais ninguém, nem as plantas crescem.
O ar de Centralia é agora insalubre; quase nada sobrou das construções e infraestrutura da cidade, o asfaltamento das ruas está completamente rachado e muitas edificações estão abandonadas. O governo americano reconhece a zona como inabitável. Quem persistir em tentar morar na região deve enfrentar riscos à saúde pela exposição ao monóxido de carbono e outros gases tóxicos. E o fogo só deve se extinguir após séculos!
Destino turístico inusitado
Vale destacar que, apesar do abandono, Centralia atrai curiosos e turistas interessados na história do incêndio subterrâneo e nas ruínas da cidade. As estradas rachadas e as fumaças que emergem do solo criam uma atmosfera fantasmagórica que fascina muitos visitantes.
As lições de Centralia para a Engenharia
Este caso de Centralia captura demais a imaginação popular. Por outro lado, ela também ensina lições valiosas para engenheiros e outros planejadores ou gestores urbanos.
Cumprimento das normas
Antes de tudo, ela destaca a importância de considerar todos os aspectos de segurança e as possíveis consequências de certas ações aparentemente inofensivas. Também de se seguir todos os protocolos de segurança no planejamento urbano e construção. Até porque a falta de inspeções adequadas e o desrespeito às normas são as prováveis causas desse desastre ambiental e social!
Gestão de riscos
Existe um campo hoje da engenharia chamado 'gestão de riscos', que diz respeito a identificar e se preparar para qualquer evento, depois agir de modo acertado, com base em dados. Se fossem feitas avaliações geológicas detalhadas antes da implementação do projeto de aterro, com todo o histórico de mineração e outras atividades industriais, Centralia não teria sofrido tudo isso. E é claro que queimar o lixo foi mais uma falha crítica de avaliação de riscos.
Planos de contingência e treinamentos
Toda decisão tem um impacto! Os cientistas afirmam que a lentidão e ineficácia da resposta ao incêndio contribuíram para a perpetuação do desastre. Planos de contingência eficazes e treinamentos regulares para responder a emergências teriam feito a diferença nesse caso - e, na verdade, são essenciais em qualquer projeto de engenharia e gestão urbana.
Sustentabilidade e planejamento futuro
Por último, Centralia ensina sobre a importância da sustentabilidade nas práticas de engenharia. Porque, sim, as decisões tomadas hoje podem ter consequências duradouras. Precisamos considerar mais os impactos ambientais antes de realizar qualquer projeto.
Em um mundo que enfrenta desafios crescentes como as mudanças climáticas e o aquecimento global, é vital que engenheiros e outros profissionais priorizem soluções inovadoras e ecológicas, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma responsável e que o meio ambiente seja preservado para as próximas gerações.
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Fontes: Wikipédia, Aventuras na História, Superinteressante, Fatos Desconhecidos.
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