Quando se teve a ideia da produção do Boeing 747, no final da década de 1960, a empresa decidiu abrir um novo complexo ao norte de Seattle, perto de uma base militar, numa área de 315 hectares. Até a própria construção da fábrica já foi um tremendo desafio - aliás, a saber, o local é descrito como o maior prédio do mundo em termos de volume. Mas talvez nada comparado ao desenvolvimento do design da aeronave a jato, que seria usada no âmbito civil e militar, para transportes de passageiros e cargas.
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Como reconhecer um Boeing 747
Ah, esta é fácil para os amantes da aviação! Sua corcunda na parte superior frontal da fuselagem - desenhada pensando nos passageiros da primeira classe - faz com que o Boeing 747 seja uma das aeronaves mais reconhecíveis do mundo. Claro que a versão original era diferente, tendo duas vezes e meia mais capacidade de passageiros - distribuídos em dois andares - sem contar as áreas de cabine, carga e combustível. Trata-se de um quadrimotor, com algumas variantes com porta para carga frontal.
Esperava-se que este modelo de aeronave logo se tornaria obsoleto no mercado, mas tudo foi diferente! No ano de 1993, já havia sido atingida a marca de mil exemplares de Boeing 747 fabricados. Em junho de 2020, 1556 exemplares haviam sido construídos, com encomendadas de 15 aeronaves 747-8F. E, hoje, a versão mais vendida é a 747-400, que pode atingir uma velocidade de cruzeiro subsónica de Match 0,85, com um alcance intercontinental de 13 450 km e acomodando 416, 524 ou 660 passageiros a depender. E ainda tem os modelos 747-8, 747-8F e 747-8I.
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Um breve resumo da sua história de sucesso
O Boeing 747 - assim como seu concorrente Douglas DC-8 - foi desenvolvido nos anos 60, em decorrência do aumento pela busca de passagens aéreas, em parte pela pressão do presidente da Pan Am, Juan Trippe, um dos mais importantes compradores de aeronaves da época. Ele desejava que o mercado apresentasse uma resposta mais rápida de como levar mais passageiros para o ar, focando em viagens de longas distâncias e em amenizar o congestionamento dos aeroportos.
Foi o designer Joe Sutter, juntamente com a Pan Am e outras companhias aéreas, que liderou a equipe de projetos do Boeing 747, em 1965. E foi por desacreditar no potencial de aceitação do seu produto que a equipe apresentou junto uma alternativa para transformar a aeronave para uma versão transporte, podendo variar seu comprimento de 6 a 12 metros. Mas a surpresa é que, na oportunidade, a própria Pan Am fez uma grande encomenda, no valor de 525 milhões de dólares. E nas décadas seguintes, o 747 inspirou muitos outros projetos ambiciosos, como o MD-11 ou o Airbus A340 e A380.
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O fim para as aeronaves Boeing 747
Em dezembro de 2022, após 54 anos de história, o Boeing 747 deixou de ser produzido. Foram 1574 aeronaves construídas. E até 2020, 61 Boeing 747 foram perdidos em acidentes e incidentes, nos quais um total de 3 722 pessoas morreram. Agora é o momento de dizer adeus! As últimas unidades fabricadas nos Estados Unidos, por encomenda da Atlas Air, devem ser usadas como cargueiros em 2023. No mais, só 44 unidades ficarão transportando passageiros, até serem aposentadas também.
Na verdade, o fato é que já estávamos nos despedindo deste modelo de aeronaves há algum tempo. Nos últimos anos, os 747 se tornaram mais escassos nos céus, principalmente nos voos de passageiros. Inclusive, o modelo para transporte de pessoas já havia deixado de ser produzido em 2017. Em seguida, as companhias Delta e United aposentaram suas unidades. Na sequência, a Qantas e a British Airways. E após a pandemia, estas empresas passaram a buscar aeronaves mais econômicas e sustentáveis, que consomem menos combustível.
"Era um ótimo avião. Serviu-nos brilhantemente. Há muita nostalgia e amor por ele, mas quando olhamos para o futuro, tratam-se de aeronaves modernas, mais eficiência, soluções mais sustentáveis também." - Sean Doyle, CEO da British Airways, em reportagem de NBC.
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Fontes: Globo.
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