As abelhas estão morrendo no mundo inteiro e em uma velocidade alarmante, fato que já vem ocorrendo há alguns anos pelo menos. O que você vai ler agora pode parecer um pouco "Black Mirror", mas - acredite - é verdade!
Mas por que a morte das abelhas é tão importante assim?
Bem, nós dependemos fortemente de abelhas e algumas outras espécies para polinizar as plantas e a taxa de mortalidade desse inseto já está se tornando uma preocupação generalizada. Pensando em reverter essa situação ou ao menos amenizar o problema, uma equipe de cientistas do Instituto Nacional de Ciência Industrial Avançada e Tecnologia (AIST) do Japão desenvolveu uma solução inovadora: drones portando uma espécie de adesivo especialmente projetado que pode pegar e depositar o pólen das plantas.
A equipe japonesa não está procurando substituir de fato os polinizadores naturais, mas sim ajudá-los em seus esforços de polinização. Eles pensam que, no futuro, quando as populações de abelhas estiverem reduzidas, os drones podem ser capazes de aliviar o árduo trabalho de ter que fazer toda o polinização.
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Por incrível que pareça, remover ou mesmo depositar o pólen não é uma tarefa das mais complicadas, no entanto o que acaba sendo difícil é o desenvolvimento do material capaz de escolher os esporos corretos e realizar o deslocamento para a próxima planta de forma estável e segura, permitindo que o ciclo de vida das plantas seja completo.
O grupo realizou uma série de testes com um gel iônico para auxiliar nessa missão, utilizando primeiramente em formigas e moscas e hoje a equipe garante que a solução é funcional e viável.
“Ficamos muito surpresos que, após 8 anos, o gel iônico não se degradou e ainda era tão viscoso. Os géis convencionais são principalmente feitos de água e não podem ser usados por muito tempo, por isso decidimos usar esse material para pesquisa”, disse Miyako, um dos fundadores do projeto.
Segundo Miyako, quando perguntado se seria possível que abelhas e drones trabalhassem juntos, a resposta foi positiva, complementando que se espera que com o tempo as abelhas se acostumem cada vez mais com a presença dos drones em seu habitat natural.
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+Ponto de vista contrário
Outros cientistas não vêem drones como uma solução realista para o problema polinizador da humanidade. O biólogo David Goulson da Universidade de Sussex, no Reino Unido, apontou que o que deve ser feito é cuidar corretamente das abelhas, e não simplesmente "planejar sua morte".
"Eu diria que é extremamente improvável que poderíamos produzir algo tão barato ou tão eficaz como a polinização das abelhas, algo que por sinal já ocorre há mais de de 120 milhões de anos. Considere apenas os números: existem cerca de 80 milhões de colmeias de abelhas em todo o mundo, cada uma contendo talvez 40.000 abelhas através da primavera e verão. Isso adiciona até 3,2 trilhões de abelhas. Alimentam-se de graça e ainda nos dá o mel como um bônus. Qual seria o custo de substituí-las efetivamente por robôs?", disse Goulson.
Independentemente disso, sabemos que temos um problema de polinizadores, e contamos com esses pequenos insetos para polinizar 70 por cento das nossas culturas, de acordo com um relatório elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Sendo ou não os drones parte da solução, algo deve ser feito, já que sabemos as abelhas estão morrendo em todo o mundo a um ritmo alarmante e isso pode ser extremamente prejudicial para todos.
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Fonte: Gizmodo
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Bernardo Lopes Frizero
Redator de conteúdo voluntário do Engenharia 360. Contribuiu para o site com a elaboração de textos diversos com temas relacionados ao mundo das engenharias.