Inovação pode ser considerada a palavra que mais está atrelada à tecnologia e aos processos que envolvem a argamassa armada. Sua descoberta se deu ainda em no século XIX, atribuída ao agricultor francês Joseph-Louis Lambot, e sua a disseminação e constante inovação na construção civil ocorreram ao longo dos anos, permanecendo nos dias de hoje.
Mas afinal, o que é argamassa armada? Nada mais do que um tipo de concreto armado, mas seus componentes apresentam uma espessura menor, ou seja, à mistura de agregado miúdo, cimento, areia e água (estes três últimos, que formam a argamassa), está associada uma armadura de aço com fios de pequeno diâmetro.
O fato de seus componentes apresentarem menor espessura traz vantagens como uma maior flexibilidade, elasticidade e versatilidade. Entretanto, a menor espessura das peças também leva à necessidade de cuidados ainda mais rigorosos. Mas ao mesmo tempo, os resultados são também melhores. Quando seguimos a Teoria do Concreto Armado observamos que quanto menor o diâmetro das barras da armadura, aumentamos a taxa de armadura e a aderência ao concreto, possibilitando um controle das fissuras.
O engenheiro italiano Pier Luigi Nervi, na década de 40, também observou estas características na argamassa armada, passando a utilizá-la em elementos pré-moldados. Com as telas de aço, a argamassa armada ganhava alongabilidade e infissurabilidade. A argamassa de bom desempenho seria possível com uma armadura densa, com várias subdivisões e cobertura. Entretanto, pela inviabilidade econômica, as experiências não cessaram e mostraram que mesmo nos casos de argamassas com armaduras menos densas é possível obter bons resultados. Por isso é fundamental pensar no desempenho da argamassa conforme as necessidades de utilização do material.
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Onde é possível usar a argamassa armada?
Seu uso é muito comum em estruturas de pequeno porte, como reservatórios de água, paineis de divisão e peitoris. Na zona rural, pode ser utilizada na construção de estábulos, bebedouros e telhados. Os elementos de pequeno porte permitem a utilização do material, com elementos mais delgados.
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Além da construção civil, o uso da argamassa armada pode ser feito também em barcos e pequenas embarcações marítimas. A argamassa armada pode ser utilizada inclusive como reforço em alvenarias que estão sujeitas a ações verticais e horizontais, melhorando a resistência das paredes.
A argamassa armada também é utilizada na construção de formas pré-moldadas para estruturas de concreto armado, pois há uma aderência e colaboração entre os dois materiais, a argamassa e o concreto, tornando a construção mais eficiente e econômica.
No Brasil
Atualmente, à argamassa armada não se emprega apenas o agregado miúdo (que corresponde a elementos com dimensões até 4,8 mm), mas também os chamados agregados graúdos (que chegam aos 9,5 mm).
Por sua vez, a armadura é formada por telas soldadas de aço, fios e barras de aço, assim como telas construídas especificamente para a produção de argamassa armada.
No Brasil, o trabalho do arquiteto João Figueiras Lima é destaque. Seus projetos são focados na utilização de componentes leves e com elementos pré-moldados de concreto armado e protendido, principalmente na cidade de Brasília. Conhecido como Lelé, o arquiteto trabalhou então com a argamassa armada até chegar ao sistema leve de aço. Entre as construções que são exemplo de seu trabalho estão fábricas em Salvador, prédios da UnB e mobiliários dos hospitais Sarah Kubitschek.
Grandes repercussões
Novas visões, que possibilitam usos mais abrangentes e eficientes. O desenvolvimento da argamassa armada, o qual vem ocorrendo já desde o século XIX, e suas diferentes aplicações tornam esta inovação técnica um dos destaques na área da construção civil e também no meio acadêmico. E as descobertas e desenvolvimento prometem não parar por aqui, já há estudos acerca de inovações do concreto armado, como o concreto têxtil, em que as armaduras de aço são substituídas por polímeros, fibras de carbono, vidros e resina. Vale acompanhar cada novidade sobre o tema!
Fontes: Tecnhné; “Argamassa Armada Vol2: Projeto Estrutural e Dimensionamento de Argmassa Armada com Telas Soldadas”, Eng. João Bento
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