Muitos devem lembrar que, quando conheceram a internet, além de ser tudo mato, havia uma verificação que pedia para você identificar palavras bagunçadas/riscadas/estranhas por um processo chamado CAPTCHA. É provável que boa parte de nós não fazíamos muita ideia sobre o motivo daquilo, embora as palavras “prove que você não é um robô” ou algo parecido sempre estivesse por perto. Atualmente, com o avanço tecnológico, a verificação está invisível, mas ainda existe. Saiba como foi a evolução do CAPTCHA.
O que é o CAPTCHA e por que provar que você não é um robô?
O CAPTCHA é um acrônimo para Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart (teste de Turing público completamente automatizado para diferenciação entre computadores e humanos). Ou seja, é um teste de Turing para descobrir se o usuário é um robô ou não. Se você nunca ouviu falar sobre o teste de Turing, nós já falamos sobre ele aqui no Engenharia 360.
A identificação de letras e números distorcidos é só um tipo de CAPTCHA. O uso desse teste é para impedir a ação de softwares mal-intencionados. Por exemplo, ele impede que spams, mensagens ou comentários sejam disparados por robôs.
Como foi a evolução do CAPTCHA
Os primeiros CAPTCHAs surgiram em 1997, para impedir que os bots inserissem URLs à ferramenta de busca do site AltaVista. Depois de um tempo, esse CAPTCHA ficou um pouco obsoleto porque muita gente resolvia os desafios em troca de dinheiro ou até mesmo voluntariamente.
Em 2008, aproximadamente, o processo evoluiu para um em que os usuários deveriam identificar textos. Isso ajudava a decifrar arquivos digitalizados, como nós explicamos nesse texto. Quem fazia isso era a empresa reCaptcha, comprada pela Google em 2009.
Em 2014, o processo evoluiu mais uma vez. Aconteceu quando a Google descobriu que a inteligência artificial era perfeitamente capaz de decifrar os textos. Então, o reCAPTCHA sofreu uma atualização e passou a consistir em provar que você não é um robô apenas selecionando uma caixa que diz que “eu não sou um robô”. Isso funciona porque, quando é um robô, ele tende a clicar exatamente no meio da caixa. Se o sistema desconfia de você, ele abre um novo desafio: identificar as imagens semelhantes ao que ele demanda.
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No início de 2017, a Google lançou uma tecnologia, onde um robô prova que você não é um robô. Uma perfeita ironia, mas torna a vida mais simples. Para isso, eles usaram análise avançada de risco e machine learning.
No fundo, o CAPTCHA ainda existe, mas é chamado reCAPTCHA invisível. Mas, quando o sistema não consegue identificar se você é ou não um robô, é preciso voltar aos métodos tradicionais e que ainda vemos hoje: o de selecionar imagens. Também vale ressaltar que não são todos os sites que usam a tecnologia da Google, ou seja, existem diferentes CAPTCHAS.
Referências: Google; Mental Floss.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.