O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é representado em 20%, em média anual, pelas indústrias segundo dados da Confederação Nacional das Indústrias, sendo que, desta parcela, 18% é referente à participação correspondente da indústria automotiva. Entretanto, no ano de 2020, essas estatísticas já apresentaram baixas (devido à Covid-19) que são preocupantes para todas as grandes empresas do setor automobilístico atuantes no território nacional. Com acúmulo de dívidas, as empresas começam a sentir os prejuízos e obrigam-se planejar estratégias pós-pandemia.
Os números de 2020
No Brasil, o único grande setor não prejudicado foi a agropecuária, que apesar da alta do dólar, apresentou um crescimento de 1,9% no primeiro semestre de 2020, de acordo com o IBGE. Já na Indústria automotiva, nota-se uma grande baixa no mesmo período com a produção de 1847 veículos - número semelhante ao que se era produzido na década de 50. As vendas caíram em 76%, comparado a 2019, podendo encerrar o ano com uma queda de 40% ao todo.
Ainda mês passado, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) anunciava que o setor apresentava falta de liquidez, o que estimava no fechamento definitivo de 30% das concessionárias, sendo 2,2 mil das 7.300 lojas existentes no Brasil que empregam 1,2 milhões de brasileiros.
O setor da mobilidade durante os anos de 2010 e 2018 viveu uma série de oscilações no mercado, segundo informações da Fenabrave, tendo alta em 2012 com 3,6 milhões de vendas e baixa em 2016 com 1,98 milhões. Após o declínio, as empresas começaram a reagir a partir de 2017 e vinham apresentando leves altas a cada ano.
Como o setor imagina a retomada pós-pandemia
As empresas, desde o início do atual cenário, preocupam-se com as estabilidade financeira das concessionárias devido às baixas vendas e a preservação dos empregados, uma vez que cada funcionário, em média, contém 9 meses de capacitação nas áreas atuantes, logo, possibilitam um teor competitivo grande com suas experiências dentro das empresas.
Além disso, as montadoras e fornecedoras não podem recorrer sequer às empresas internacionais, como as da China e da Europa, por conta da crise de liquidez ser global. Portanto, não há alternativas a não ser buscar estratégias de negócios no âmbito nacional para superar o mal momento.
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Os especialistas, acreditam que, com a retomada do mercado, haverá vendas principalmente com as extremidades dos modelos disponíveis, sendo os produtos mais populares, de menor preço, e os mais premiums, de valor elevado.
Essa estimativa tem explicação. Por um lado temos a classe mais rica, aqueles que tinham caixa e ainda tem durante a quarentena, que com toda a crise foram afetados com a privação de mobilidade e de prazeres em viajar, resultando num efeito na compra de veículos de luxo, motivados pelo fim de toda a situação perturbadora. Por outro lado, vejamos os mais prejudicadas pelo cenário da covid-19, que perderam renda ao longo do período. Estes poderão tomar a decisão de compra de carros mais baratos, sendo os dominantes do mercado automobilístico antes mesmo do vírus. Acredita-se que, além desses motivos, as pessoas vão utilizar menos o transporte público nos meses iniciais da retomada, por medidas de precaução que enquanto não surgir uma vacina, estará presente entre nós.
Portanto, as empresas tendem a elaborar estratégias, seja em marketing ou preços com modelos principalmente destes segmentos.
E como o grande berço automotor está enfrentando a crise?
Por mais que o mercado europeu também enfrenta forte crise no segmento, o olhar é muito mais de oportunismo para a entrada de vez dos carros elétricos nas ruas do continente. A União Europeia (UE) afirmou que está considerando incentivo para as montadoras de “carros verdes” produzirem e venderem carros limpos e investimentos na infraestrutura de cobrança de veículos elétricos.
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O projeto afirma que: “O apoio maciço à indústria automotiva colocará uma dívida significativa nas gerações futuras. Esse apoio deve respeitar as expectativas de nossos jovens em relação às mudanças climáticas e por um futuro mais saudável e limpo."
O grande destaque desta iniciativa é a possibilidade de eliminar o IVA, imposto agregado sobre tudo que é comercializado nos países membros da União: em média 20%.
Já o Emmanuel Macron, presidente da França, país que sedia grandes marcas mundialmente, destinou € 8 bilhões para a recuperação das fábricas nacionais. Deste valor, € 1,3 bilhões é destinado a vendas de carros elétricos em um programa de renovação de frota no país, € 1 bilhão para manutenção e renovação das montadoras e € 600 milhões para startups e outras empresas com potencial no setor automobilístico.
Os outros € 5 bilhões foram cedidos como empréstimo para a Renault, já que a marca está apresentando dívidas além do esperado. Para se ter noção, a empresa anunciou a demissão de 12 mil funcionários almejando economizar cerca de € 2 bilhões até 2023.
E você, como acredita que vai ser a recuperação desse setor? Conta para a gente nos comentários!
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Comentários
João Paulo Pinzon
Engenharia de Produção na UFRGS em formação e Técnico em Automação Industrial. Não sou inteligente, mas sou disciplinado e acredito que unicamente a disciplina é o que leva-nos ao sucesso. Para mim, a base da sociedade moderna é a conjuntura da educação e inovação.