Pode parecer estranho, mas um inseto tem servido de inspiração para estudos em engenharia. A partir da análise do funcionamento da mandíbula de baratas e da força de suas mordidas, os cientistas fizeram observações úteis para a micro-engenharia.
A relação não é tão estranha quanto aparenta. Ao estudar a força das mandíbulas e da mordida de baratas, além da importância biológica e ecológica, o objetivo é chegar a conclusões mais detalhadas sobre a geração de alta tensão em um pequeno espaço, na utilização de micro-motores elétricos. Isso porque as baratas, ao contrário de animais vertebrados, possuem o exoesqueleto e um conjunto de fibras musculares que, uma vez que as mandíbulas são contraídas, permitem que o animal quebre materiais bem resistentes, como a madeira.
Para o estudo foram realizados experimentos após o inseto ser colocado em um equipamento para medir a força de sua mandíbula. De acordo com um dos autores do estudo, o professor Tom Weihmann, entomologista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a barata pode exercer uma pressão de até 50 vezes o seu peso, o que equivale a até 5 vezes mais do que a pressão exercida pelas mandíbulas humanas.
Os testes foram realizados em 10 espécies adultas distintas de baratas, em diferentes ângulos de abertura das mandíbulas, e no total foram necessárias 300 mordidas para garantir que uma quantidade suficiente de forças haviam sido testadas. O dispositivo construído para os experimentos é constituído por dois suportes que funcionam como uma mola, e um sensor, que responde conforme a carga imposta pelas mordidas.
Pesquisas como esta são apontadas pelos cientistas como importantes por se relacionarem ao estudo de mecanismos cada vez menores, como por exemplo, o estudo de micro-sondas inseridas em artérias ou micro-ferramentas cirúrgicas.
Imagens: Plos One
Referências: G1, Plos One
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Luciana Reis
Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com experiência como jornalista freelancer na produção de conteúdo para revistas e blogs.