2020 foi um ano realmente difícil, mas também muito revelador! Diante de uma grave crise mundial, várias empresas e profissionais precisaram repensar os seus métodos de trabalho. Uma coisa que pesou bastante foi o deslocamento e a aglomeração de pessoas, temporariamente não recomendados. Ao invés disso, muita gente preferiu tentar adaptar o máximo de tarefas ao sistema de home office, ou seja, de trabalho em casa.
Mas qual será o significado disso em longo prazo? Será que estas recentes mudanças nos levarão a novas oportunidades ou a outra crise no mercado de trabalho? O Engenharia 360 irá debater esta questão no texto a seguir! Confira!
Por que muitos apostaram no home office como uma saída para a crise de 2020?
A Covid-19 é um grande mistério para a ciência. Ainda há muito para a medicina aprender sobre esta enfermidade. Por isto mesmo é que tantas medidas drásticas foram adotadas ao longo do ano de 2020. Uma delas é a de fechar, temporariamente, estabelecimentos de trabalho que possam aglomerar uma quantidade maior de pessoas, considerada um risco extremo para a proliferação da doença. E as empresas que conseguiram permanecer funcionando neste período precisaram adotar um esquema de escala de trabalho alternada, com um efetivo reduzido.
Pois bem, diante desta situação, foi preciso ser criativo para manter a economia girando. Todos que puderam adaptar as suas operações fora das sedes das empresas o fizeram, a maioria passando os últimos meses realizando trabalho em casa. E foi neste momento que surgiram novos desafios!
Benefícios para empregado e empregador
Muitos não estavam realmente preparados para executar as suas tarefas à distância dos escritórios. A maioria precisou se aligeirar para realizar instalações de telefonia e internet em seus imóveis; além disso, adquirir mais computadores e equipamentos de suporte. E, neste meio tempo, alguns descobriram a dificuldade que é ser mais disciplinado diante das distrações do lar e não deixar que nada interfira no seu desempenho profissional.
De toda forma, apesar dos desafios, o trabalho em home office caiu na graça de muita gente! Algumas pessoas se descobriram empreendedoras, apostando em novas atividades ou em um novo nicho de mercado para fugir das complicações trazidas pela Covid – como um trabalho alternativo ou possivelmente permanente, a partir de agora. Já as corporações também viram vantagem nisso, garantindo a produtividade e, assim, os empregos de vários trabalhadores. Infelizmente, também há o outro lado disso tudo, ou seja, as falsas intenções mascaradas por trás da adoção desta medida. Por exemplo, será que é mais vantajoso para o empregado ou empregador este sistema de trabalho em casa?
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Quais os motivos que levariam algumas empresas a continuarem incentivando o trabalho em casa pós-pandemia?
Não precisar enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades todo dia já é um enorme incentivo para que vários trabalhadores optem pelo regime de home office. Mas muitos, mesmo que não queiram esta realidade, já perceberam que, justificado pela Covid-19, perderam os seus postos fixos em sedes de empresas. Quer dizer que, mesmo pós-pandemia, não deixarão de realizar os seus trabalhos em casa. E será que devem entender isto como uma vantagem? Bem, nem sempre!
Tem gente que não enxerga os problemas escondidos por trás desta situação! Primeiro, não é fácil adaptar a sua rotina doméstica com o trabalho em casa sem interferir diretamente no cotidiano da família. A própria arquitetura e decoração do imóvel da pessoa acaba sendo afetada pela criação de um espaço de home office. Há despesas com mobiliário, aparelhagem, instalações de sistemas, usos de recursos e mais. E tudo isto fica a cargo da pessoa que está trabalhando, ou seja, do empregado. Já o empregador fica no lucro de não pagar despesas de vale refeição, vale transporte ou mesmo combustível e manutenção de veículo caso o seu trabalhador precise se deslocar, oferecendo um salário líquido muito mais reduzido.
Consequências para o mercado
Nesta sistemática, várias portas se fecham no mercado. Muitas empresas reduzem as suas instalações físicas e operam apenas em sedes distantes de capitais ou mesmo países. E, para diminuir a burocracia, várias delas até terceirizam os serviços para aqueles que atuam de modo independente – como os que realizam trabalho em casa. Já estes, por sua vez, para poder exercer as suas atividades, precisam se formalizar de algum modo – como realizando cadastros de ME e MEI -, ficando responsáveis por emissões de notas, declarações, registros e pagamentos de seguro social e impostos – até mesmo, por vezes, assumindo responsabilidades legais pelos serviços prestados. Então, voltamos a perguntar novamente, vantajoso para quem?
Por que outros setores do mercado já pensam em chamar os seus trabalhadores de volta para as sedes das empresas?
Agora, a terceirização excessiva de serviços – acompanhada de falta de treinamento qualificado, monitoramento e gerenciamento das atividades - pode levar a erros irreparáveis a qualquer empresa. Infelizmente, tivemos vários exemplos terríveis disso em 2020, incluindo o lamentável "caso Carrefour" - que não é um caso isolado e, certamente, pode acontecer com qualquer empregado ou empregador que siga o mesmo caminho. Estando à distância, mesmo com o auxílio das avançadas tecnologias de comunicação que temos nos dias de hoje, muitos trabalhadores podem cometer erros sem o conhecimento de seu superior ou podem ficar sem explicações básicas de suas funções.
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Melhor caminho a seguir
Para conscientizar e informar melhor os seus trabalhadores da situação da empresa, muitos empregadores gastam fortunas com relações públicas. Mas nem isto garante que as informações se percam no caminho! Estando juntos, num único ambiente corporativo, estes trabalhadores poderiam ser mais bem treinados, participando constantemente de programas de conscientização e capacitação. Também ter acesso a bancos de dados virtuais, backups de arquivos digitais, arquivos físicos e opinião de colegas no exato momento da dúvida. E, dependendo da área profissional que atuem, este pode ser um grande diferencial!
De fato, muitos serviços não podem ser executados de casa, através das redes digitais! Vários trabalhadores precisam ir a campo, visitar terrenos e fazer contato direto com os clientes. Por isto, é provável que muitas empresas – sobretudo nos diferentes setores da indústria – voltem a chamar os seus empregados pós-pandemia. Grandes e pequenas corporações têm a chance, neste momento, de ponderar os prós e os contras dos dois modelos de sistema. Mas é preciso que todos os atores, empregados e empregadores, estejam atentos ao que é mais vantajoso para eles e para a sociedade como um todo!
E você? Sonha em realizar trabalho em casa ou ainda prefere o modelo tradicional – em ambientes de escritórios, lojas, fábricas e mais? Conte-nos nos comentários, logo abaixo!
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Fontes: UOL, O Tempo, G1, Valor Econômico.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.