Em 22 de janeiro de 2025, lemos no jornal a triste notícia de que um idoso morreu no centro de São Paulo por conta da queda de uma marquise. Manchetes como essa infelizmente são bastante comuns em nosso país, por conta das construções precárias e falta de vistoria e manutenção em imóveis antigos. Mas, neste momento, a melhor saída para o problema que podemos adotar é compartilhar conhecimento.
Afinal, como são construídas as marquises? Que alternativas temos de materiais de construção? E que sinais devemos estar atentos que indiquem possíveis riscos à segurança? Encontre respostas no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O que são marquises na construção civil?
Marquises são estruturas arquitetônicas projetadas para valorizar fachadas, marcar acessos e proteger pessoas contra intempéries como chuva e sol. A título de curiosidade, o termo “marquise” tem origem no francês, referindo-se a saliências ou coberturas em balanço em edificações cobrindo entradas, janelas ou áreas externas de convivência. E desse modo, desde o passado até os dias de hoje, sua funcionalidade prática e estética são valorizados, agregando valor às construções.
No fim das contas, as marquises são utilizadas em diversas situações de projeto. Tais estruturas também são feitas em diferentes materiais - sendo que hoje, na contemporaneidade, o vidro é a opção mais popular, permitindo uma fácil limpeza e a passagem de luz natural.
Quais os principais tipos de marquises utilizadas pela engenharia?
As marquises podem ser construídas em diferentes materiais, cada uma com suas qualidades e benefícios.
Concreto
O tipo mais comum de marquise é o de concreto armado, combinando com estruturas robustas, suportando cargas pesadas, e sendo mais durável e resistente - embora exija muita manutenção, pois sofre demais com problemas como a corrosão das armaduras.
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Vidro
As estruturas de vidro são mais modernas e sofisticadas - também mais caras -, frequentemente exploradas em fachadas de lojas e residências. O modelo temperado suporta mais impactos, variações climáticas e pressão do vento. Já o laminado, composto por camadas de vidro unidas por uma película plástica, oferece maior segurança em caso de quebra.
Metal
Por último, as marquises metálicas, bem mais leves e versáteis - com melhor robustez em comparação ao concreto -, combinam bem com residências e comércios. Dentre as opções, o alumínio tem a melhor resistência à corrosão. Já o aço se destaca por sua durabilidade. As peças pré-fabricadas oferecem mais agilidade na instalação, além de redução de resíduos na obra.
Como é realizada a instalação de marquises?
Seja em concreto, vidro ou metal, as marquises só podem ser instaladas por profissionais qualificados, sempre seguindo as normas da ABNT, garantindo a segurança e eficácia dessas estruturas.
Especialmente as marquises de vidro são as mais delicadas. Antes da instalação, seu projeto precisa ser muito bem detalhado, considerando fatores como tamanho da estrutura, tipo de vidro a ser usado e condições climáticas da região. Os perfis metálicos de suporte devem ser instalados nas fachadas das edificações - ah, e é importante garantir que haja elementos que evitem o atrito entre o vidro e as partes metálicas, como tensionadores de borrachas. As placas transparentes são então acomodadas entre os perfis metálicos, com isolamento para evitar infiltrações.
Marquises de metal também precisam ser bem projetadas, sobretudo considerando fatores como vento e o peso do próprio material. É importante que todas as peças cortadas estejam livres de ferrugem ou imperfeições. No local, as peças são montadas segundo o design, utilizando parafusos ou soldas para unir as partes e fixá-las firmemente à edificação.
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Enfim, as marquises de concreto precisam da construção de uma “cama” de ferro dentro de uma caixa de madeira ou plástico para despejar a massa e construir a peça. É crucial que a fôrma seja bem nivelada e alinhada. Não podem ficar bolhas de ar! E após o despejo, o concreto deve ser alisado e nivelado. A cura adequada - que pode durar semanas - vai garantir a resistência máxima, podendo receber acréscimo de acabamentos adicionais, como pintura ou revestimento - e, às vezes, pode ser preciso realizar reforços com o passar dos anos.
Quais os problemas comuns em marquises de concreto?
Embora sejam as mais resistentes, as marquises de concreto não estão isentas de problemas. Elas apresentam falhas graves se não forem devidamente mantidas - é bem provável que esta seja a causa do incidente em São Paulo. Isso inclui corrosão de armaduras, muito provavelmente pela exposição constante à umidade, comprometendo a integridade interna das peças, resultando em fissuras e infiltrações.
Variações térmicas também podem fazer surgir rachaduras. O acúmulo de água - e até entupimento de ralos - também é um problema. Em casos de umidade excessiva, sais se acumulam na superfície do concreto, podendo causar degradação estética. Para completar, o dimensionamento inadequado de laje pode causar flechas excessivas, comprometendo a segurança e a funcionalidade da marquise.
Garantindo a longevidade das estruturas
- Manutenção preventiva: Inspeções regulares para identificar danos estruturais, como fissuras ou corrosão.
- Limpeza adequada: Retirada periódica de sujeira e detritos que possam obstruir os ralos ou prejudicar a drenagem.
- Reparos imediatos: Corrigir infiltrações ou danos visíveis para evitar problemas maiores.
- Tratamento impermeabilizante: Aplicar produtos impermeabilizantes pode ajudar a prevenir infiltrações.
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Fontes: Abravidro, Núcleo do Conhecimento, Depec, Estrututas metálicas, Arch Glass Brasil.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.