As emissões de gás carbônico, um dos gases que mais contribuem para o buraco na camada de ozônio, são a grande preocupação quando o assunto é a preservação do meio ambiente. E não faltam pesquisas e tentativas de mudar este cenário, e foi na Islândia, o pequeno país localizado no Atlântico Norte e com pouco mais de 300 mil habitantes, que os cientistas alcançaram resultados animadores em pesquisas e experimentos que transformam o dióxido de carbono em pedras.
As pesquisas e o trabalho dos cientistas tiveram origem a partir da iniciativa da estatal Reykjavik Energy, que é a provedora de energia elétrica, hidrotérmica e geotérmica ao país. Isso porque são geradas cerca de 40 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2), número bem abaixo do que é emitido por grandes potências como os EUA, mas que preocupa - e muito - os islandeses.
O Projeto CarbFix, como foi denominado, começou a ganhar destaque por seus objetivos e resultados após publicação de matéria na revista Science. A ideia consiste em combinar o gás carbônico e a água que são injetados nas rochas basálticas, abundantes no país e formadas após o esfriamento da lava vulcânica. A expectativa dos cientistas era que o CO2 se transformasse em carbonato, se ligando às partículas de cálcio, magnésio e ferro. O experimento deu certo, não ocorreram vazamentos, e foi possível armazenar o dióxido de carbono de maneira segura.
Outro resultado que merece destaque é a rapidez com que o processo já mostrou resultados. Foram necessários menos de dois anos para que 95% do dióxido de carbono submetido aos experimentos fosse transformado em pedra. É evidente que, para a expansão da descoberta para outros países, o processo precisaria de ainda mais estudos e adaptações, pois a quantidade de dióxido de carbono que necessitaria passar pelo procedimento seria bem maior. Mas a grande vantagem é que as rochas basálticas, necessárias para o processo, podem ser encontradas em diferentes continentes e até mesmo no fundo do mar.
A diferença para outros experimentos que já teriam sido realizados é que no CarbFix o CO2 é dissolvido em grandes quantidades de água para, posteriormente, as reações químicas levarem ao armazenamento do dióxido de carbono. Os experimentos reais, e não apenas em laboratório, permitiram o acesso a melhores resultados, sendo que os progressos em outros países dependerão da adaptação do projeto às condições físicas e econômicas distintas. Mas sem dúvidas já é um passo importante, e que tem continuidade através do processo contínuo de injeção de CO2 por uma geotérmica local.
Referências: BBC, Revista Galileu, Washington Post, CarbFix
Comentários
Luciana Reis
Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com experiência como jornalista freelancer na produção de conteúdo para revistas e blogs.