Engenharia 360

Entenda como Drones podem ser usados para fazer chover em áreas remotas do planeta

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por Redação 360
| 09/08/2021 | Atualizado em 10/08/2023 5 min
Imagem extraída de Portal Ekko Green

Entenda como Drones podem ser usados para fazer chover em áreas remotas do planeta

por Redação 360 | 09/08/2021 | Atualizado em 10/08/2023
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Nota: Em agosto de 2023, foi divulgada na Internet a informação de que bombeiros do Amazonas enfrentam 4 incêndios diários em média no "Arco do Fogo", na Amazônia. Municípios como Humaitá, Lábrea e Boca do Acre tiveram mais atendimentos. E a corporação monitora, previne, fiscaliza e combate incêndios, contando com apoio da Força Nacional.

E o fogo também chegou a outras partes do mundo. Um megaincêndio atingiu o Havaí no mesmo mês, impulsionado por ventos fortes e seca. A Ilha de Maui foi a mais afetada. O combate foi dificultado por condições geográficas e limitados recursos de combate a incêndios. Geografia e seca exacerbam situação, ligadas às mudanças climáticas e aumento de temperaturas.

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Em 2021, autoridades meteorológicas dos Emirados Árabes Unidos divulgaram na mídia que cientistas haviam conseguido fazer chover em regiões do seu país usando drones. Bem, esta notícia chamou muita atenção dos brasileiros. Como se sabe, o nosso país está sofrendo hoje uma das suas piores crises hídricas dos últimos noventa anos. Regiões como o norte, centro oeste e sudeste são as mais impactadas. E se pudéssemos usar esta tecnologia também ao nosso favor para combater queimadas na Amazônia, severas estiagens e preencher os reservatórios das hidrelétricas?

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Imagem extraída de Stoodi

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A situação dos Emirados Árabes Unidos

Lá nos Emirados, em cidades como Dubai, é comum as temperaturas em torno de 50º Celsius. Imagina suportar este calor todo e com pouca água! Terrível, não é mesmo?! Por lá, cai apenas 101 milímetros de chuva por ano — como comparação, as regiões mais áridas do sertão nordestino do Brasil recebem cerca de 700 milímetros de chuva por ano. Ou seja, é uma situação ainda muito diferente da Amazônia brasileira.

E o que eles fizeram? Nos últimos anos, investiram dinheiro em estudos diferentes na área da Ciência e Engenharia. Cogitaram, por exemplo, cercar Dubai com montanhas artificiais para estimular a formação de nuvens. Também construiu um encanamento gigante do Paquistão até Dubai para importar água. Ou "importar" blocos de gelo do Ártico. Por último, usar tecnologias de dessalinização para transformar água do mar em água potável removendo o sal - aliás, cerca de 40% de toda a água consumida hoje nos Emirados Árabes, potável ou não, vem de usinas de dessalinização. Agora, estão apelando para chuvas artificiais geradas por drones!

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Imagem extraída de Engenharia é

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A tecnologia usada em Dubai

Vídeos publicados na internet mostram uma chuva torrencial em Ras al Khaimah, a cerca de 115 km de Dubai. Autoridades do Centro Nacional de Meteorologia dos Emirados Árabes dizem que ela foi provocada com a ajuda de um grupo de drones de quase 2 metros de envergadura cada um, catapultados para o céu com carga suficiente para 40 minutos de voo. Mito ou verdade?

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Imagem extraída de O Globo

O experimento de Dubai é verdade - e talvez poderíamos usar na Amazônia, vamos ver! Ele foi calculado durante muito tempo por pesquisadores ingleses das universidades de Bath e de Reading. Os detalhes desse estudo foram publicados em um artigo científico em janeiro. A explicação é que os aparelhos podem estimular nuvens com pequenas descargas elétricas, de modo a "empurrá-las" umas às outras e fortalecer as gotas de água lá dentro, que costumam evaporar com o calor antes de formar uma chuva. Durante o voo, os drones medem a temperatura, níveis de umidade e carga elétrica dentro das nuvens. Com esses dados, os cientistas decidem qual delas precisa de um "empurrãozinho".

"O que estamos tentando fazer é tornar as gotículas dentro das nuvens grandes o suficiente para que, quando caírem da nuvem, sobrevivam à superfície." - meteorologista e pesquisadora Keri Nicoll, em reportagem da CNN Internacional.

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Imagem extraída de CNN Brasil
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A situação do Brasil

Por conta das secas, o Governo Federal já precisou acionar diversas vezes as termelétricas. Mas isso demanda um custo muito alto, refletido nas Bandeiras Tarifárias aplicadas sobre as contas de luz dos consumidores. As crises hídricas ainda afetam o abastecimento de hidroelétricas, que corresponde por mais da metade da matriz elétrica brasileira. E não podemos nos esquecer das queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) foram identificados 2.308 focos de incêndios florestais só no mês de junho de 2021 - um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período em 2020.

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Imagem extraída de DomTotal
Entenda como Drones podem ser usados para fazer chover em áreas remotas do planeta

A Amazônia e a distribuição de chuva no país

Mas por que será que está chovendo menos no Brasil? Bem, por dois fatores principais: Aquecimento Global e desmatamento! Exatamente!

Funciona assim, a massa verde da Amazônia é a principal responsável pela precipitação de umidade no ar. As árvores drenam a umidade e a devolvem ao ar, num ciclo constante. Essa nuvem é carregada pela corrente de ventos até outras regiões do país, onde descarregam sua água. Essa chuva hidrata o solo e é absorvida pelas raízes das plantas cultivadas nas lavouras também. Entendeu a matemática da coisa? Menos árvores, menos chuva, menos alimento!

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Imagem extraída de Rede Brasil Atual

A ação dos drones

Será mesmo que os drones utilizados em Dubai poderiam ajudar o Brasil? Veja bem, como citamos antes, esses drones só conseguem aumentar essa precipitação porque já há nuvens no ar. Por isso é a ação ser chamada de "empurrãozinho"! Sem nuvens, sem chuva; sem árvores, sem nuvens!

Então, o segredo da coisa é NÃO DESMATAR - sobretudo a Amazônia! E, além disso, fazer chover através de drones não resolveria a questão do calor, que pode ser resultado do Aquecimento Global. Porém, tirando isso, sempre que fosse possível, poderíamos, sim, atender às demandas pontuais do nosso país com a geração de chuvas artificiais!

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Imagem extraída de Portal Ekko Green

Fontes: UOL, Click Petróleo e Gás.

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