Engenharia 360

Novo método de síntese pode fornecer polímeros mais facilmente degradáveis e acelerar ação de medicamentos

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 19/11/2019 | Atualizado em 30/06/2022 2 min

Novo método de síntese pode fornecer polímeros mais facilmente degradáveis e acelerar ação de medicamentos

por Kamila Jessie | 19/11/2019 | Atualizado em 30/06/2022
Engenharia 360
Você já ouviu falar de uma reação química chamada polimerização por metátese de abertura de anel, ou ROMP? Pois bem: esta é uma abordagem bastante útil para a construção de macromoléculas com de composição diversa e arquitetura complexa. Os principais usos dos polímeros sintetizados por essa técnica são a nanofabricação, produção de resinas de alto desempenho e fornecimento de drogas ou agentes de imagem para absorção pelo corpo. No entanto, uma desvantagem desse método de síntese é que os polímeros resultantes não se decompõem naturalmente em ambientes naturais, como no interior do corpo.
síntese de polímero
Imagem: news.mit.edu

Alterações nos monômeros:

A equipe de pesquisa do MIT criou uma maneira de tornar esses polímeros mais degradáveis, adicionando um novo tipo de bloco de construção” (com o perdão dos colegas da Engenharia Química) à espinha dorsal do polímero. Essa unidade formadora, ou monômero, ao ser alterado por meio da adição de um grupo funcional de silil-éter, forma ligações químicas que podem ser quebradas por ácidos, bases e íons fracos, como o flúor, por exemplo.

Pensando em coisas robustas e resistentes, pode soar
estranho que a gente esteja em busca de polímeros facilmente degradáveis. Mas é
tudo uma questão de aplicação: esse componente básico pode ser incorporado nos
polímeros para uma ampla variedade de usos, incluindo não apenas aplicações
médicas, mas também a síntese de polímeros industriais.

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Resultados preliminares e possíveis aplicações:

Em testes em ratos, os pesquisadores descobriram que,
durante a primeira semana ou duas, os polímeros degradáveis mostraram a mesma
distribuição no corpo que os polímeros originais, mas começaram a se decompor
logo em seguida. Após seis semanas, as concentrações dos novos polímeros no
corpo dos animais estavam entre três e 10 vezes menores do que as concentrações
dos polímeros originais, dependendo da composição química exata dos monômeros alterados
usados pelos cientistas.

Os resultados sugerem que a adição desse monômero modificado
aos polímeros para administração ou geração de medicamentos pode ajudá-los a
serem eliminados do corpo mais rapidamente.

Os pesquisadores também começaram a trabalhar na adição de novos monômeros às resinas industriais, como plásticos ou adesivos. A equipe acredita que seria economicamente viável incorporar esses monômeros nos processos de fabricação de polímeros industriais, para torná-los mais degradáveis.


Fonte: Nature Chemistry.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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