Você já ouviu falar de uma reação química chamada polimerização por metátese de abertura de anel, ou ROMP? Pois bem: esta é uma abordagem bastante útil para a construção de macromoléculas com de composição diversa e arquitetura complexa. Os principais usos dos polímeros sintetizados por essa técnica são a nanofabricação, produção de resinas de alto desempenho e fornecimento de drogas ou agentes de imagem para absorção pelo corpo. No entanto, uma desvantagem desse método de síntese é que os polímeros resultantes não se decompõem naturalmente em ambientes naturais, como no interior do corpo.
síntese de polímero
Imagem: news.mit.edu

Alterações nos monômeros:

A equipe de pesquisa do MIT criou uma maneira de tornar esses polímeros mais degradáveis, adicionando um novo tipo de bloco de construção” (com o perdão dos colegas da Engenharia Química) à espinha dorsal do polímero. Essa unidade formadora, ou monômero, ao ser alterado por meio da adição de um grupo funcional de silil-éter, forma ligações químicas que podem ser quebradas por ácidos, bases e íons fracos, como o flúor, por exemplo.

Pensando em coisas robustas e resistentes, pode soar estranho que a gente esteja em busca de polímeros facilmente degradáveis. Mas é tudo uma questão de aplicação: esse componente básico pode ser incorporado nos polímeros para uma ampla variedade de usos, incluindo não apenas aplicações médicas, mas também a síntese de polímeros industriais.

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Resultados preliminares e possíveis aplicações:

Em testes em ratos, os pesquisadores descobriram que, durante a primeira semana ou duas, os polímeros degradáveis mostraram a mesma distribuição no corpo que os polímeros originais, mas começaram a se decompor logo em seguida. Após seis semanas, as concentrações dos novos polímeros no corpo dos animais estavam entre três e 10 vezes menores do que as concentrações dos polímeros originais, dependendo da composição química exata dos monômeros alterados usados pelos cientistas.

Os resultados sugerem que a adição desse monômero modificado aos polímeros para administração ou geração de medicamentos pode ajudá-los a serem eliminados do corpo mais rapidamente.

Os pesquisadores também começaram a trabalhar na adição de novos monômeros às resinas industriais, como plásticos ou adesivos. A equipe acredita que seria economicamente viável incorporar esses monômeros nos processos de fabricação de polímeros industriais, para torná-los mais degradáveis.


Fonte: Nature Chemistry.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.