Você conhece o Palácio Gustavo Capanema ou só Palácio Capanema, no Rio de Janeiro? Não? Deveria, pois esse é um dos maiores ícones da Arquitetura Moderna. Representando o estilo internacional, ele é fruto de projetos de Affonso Eduardo Reidy, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Le Corbusier. Ficou fechado por dez anos e chegou a ser cogitado para venda pelo Governo Federal, mas foi mantido público e agora voltará a abrir as portas em 2025, sob o comando do Ministério da Cultura.
Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar a importância do Palácio Capanema para a história do Brasil e o que esperar para sua reabertura no ano que vem, considerando todas as mudanças que estão por vir. Confira!
A história do Palácio Gustavo Capanema
O Palácio Gustavo Capanema está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. O edifício começou a ser projetado em 1939 e oficialmente inaugurado em 1945, abrigando primeiramente os Ministérios da Educação e da Saúde Pública.
Segundo especialistas em arquitetura, os projetistas, em especial Costa e Niemeyer, se basearam demais nas obras do franco-suíço Le Corbusier, que havia visitado o Brasil em 1936. Desde o início, a ideia era criar um edifício com espaços que refletissem ideais modernistas de funcionalidades e estética - o que explica as janelas em fita, o térreo com pilotis e circulação pública, além dos jardins suspensos lindamente criados por Roberto Burle Marx e o toque final com as pinturas de Candido Portinari e esculturas de Adriana Janacópulos.
Enfim, o resultado foi tão ousado para a época, que o Palácio Capanema acabou se tornando uma obra famosa, considerada como divisor de águas na história da arquitetura, influenciando até as gerações futuras de engenheiros. Não à toa é chamado de "exemplo vivo" do casamento perfeito entre funcionalidade e arte, da integração entre construção e ambiente urbano. E desde 1948 é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), reconhecendo sua relevância histórica e cultural.
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A reabertura do Palácio Capanema em janeiro
A reforma do emblemático Palácio Capanema durou, na verdade, cerca de uma década. Mas finalmente o edifício deve ser reaberto no próximo mês de janeiro, marcando também um momento de reposicionamento de sua função. O espaço como um todo está mais dinâmico. O objetivo dos projetistas era transformar garantir que esse layout administrativo se tornasse um centro cultural ideal. Veja como ficará a distribuição de funções nos seus dezesseis andares:
- Térreo: Sala Sidney Miller para espetáculos de teatro e música.
- 1º andar: Auditório Gilberto Freyre e salão de exposições.
- 2º andar: Jardim projetado por Roberto Burle Marx e sala de exposição.
- 3º ao 5º andar: Biblioteca Nacional.
- 9º ao 11º andar: Funarte.
- 14º e 15º andares: Salas multiuso para exposições e atividades artísticas.
- 16º andar: Terraço com café e jardim.
Mudanças esperadas
A expectativa para a reabertura do Palácio Capanema entre arquitetos e engenheiros é mesmo muito alta. A promessa é de que esse seja um dos maiores polos culturais do país, adequadamente acessível ao público, promovendo atividades que resgatem sua importância histórica e enfatizando sua relevância para o modernismo brasileiro. Haverá alas especiais para realização de eventos, exposições e oficinas. E o ponto de encontro para os visitantes se dará no café e área de convivência.
Especialmente a Fundação Nacional de Artes (Funarte) já ocupa parte do edifício e ainda trará, em breve, cerca de 300 funcionários para trabalhar no local. Além dessa instituição, outras também devem instalar suas equipes no palácio. Os espetáculos teatrais serão realizados no primeiro andar, no Auditório Gilberto Freyre. Já as exposições, com as obras de artistas mais renomados, como Portinari, vão ocorrer no segundo andar.
O incentivo internacional para a preservação do palácio
Toda a reforma do Palácio Gustavo Capanema saiu dos cofres públicos, contando com parcerias estratégicas. Porém, vale destacar que a iniciativa só ganhou contornos depois de muita pressão de órgãos internacionais, que vinham pedindo há anos para que o governo brasileiro cuidasse melhor da obra, considerando sua importância para a história da engenharia e arquitetura. Levando isso em consideração, a reforma focou em preservar as características originais do edifício.
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E o que deve acontecer após janeiro de 2025? Bem, com esta previsão de reabertura, já foi encaminhada uma solicitação à Unesco para que o palácio seja reconhecido como Patrimônio Mundial Cultural, reforçando sua importância global.
Fontes: O Globo, Diário do Rio, Folha de São Paulo.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.