Caso polêmico! Quem já visitou o Rio de Janeiro, por certo, ficou bastante encantado com o Porto Maravilha. Esse é um dos melhores exemplos de intervenção urbana, uma iniciativa que tinha como objetivo a transformação estrutural, melhoria social e valorização ambiental da Zona Portuária da cidade, com foco na realização da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 - aliás, o processo começou com a derrubada do Elevado da Perimetral, há uma década. Mas agora a prefeitura projeta o Parque do Porto, uma espécie de ampliação desse projeto.
Mesmo antes das obras começarem, as pessoas já estão questionando a relevância desse plano. De fato, diante de tantos problemas que o carioca enfrenta em seu dia-a-dia, fica difícil convencer a população sobre as vantagens dessa ideia. Afinal, quais benefícios valeriam mais investir no Parque do Porto ao invés de outros projetos propostos para o Rio? Refletimos sobre isto e mais no texto a seguir, do Engenharia 360!
Um novo conceito de orla flutuante
Vamos começar este artigo explicando a ideia ambiciosa lançada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A partir do ponto onde está localizado o Museu do Amanhã, bem onde hoje existe o embarque nos transatlânticos, um longa faixa da Zona Portuária receberia uma transformação por meio de revitalização arquitetônica, para poder ser um centro vibrante de convívio público, lazer, cultura e eventos. Seria um espaço multifuncional, combinando inovação e sustentabilidade. Interessante, não?
Segundo as imagens do projeto, é previsto para o Parque do Porto, por exemplo:
- construção de praças flutuantes,
- áreas verdes e para piquenique,
- hortas comunitárias,
- faixas de plantio de árvores,
- quadras poliesportivas,
- ciclovias,
- longa via suspensa para pedestres e bicicletas,
- museu a céu aberto,
- espaços para eventos,
- equipamentos para tratamento de água e resíduos, e
- novo píer para navios de cruzeiro.
As fases previstas para a construção do Parque
O Parque do Porto está previsto para ser construído em duas etapas. A primeira contempla o trecho da Praça Mauá até a altura do Armazém 7 do porto (perto do AquaRio), onde ficariam as praças flutuantes, as áreas verdes e o novo píer de cruzeiros. E a segunda seria dedicada ao museu a céu aberto (com viés parecido com o famoso Inhotim em Minas Gerais) integrado às áreas das Ilhas de Santa Bárbara e da Pompeba, ambas localizadas na Baía de Guanabara e que passariam a fazer parte dessa nova área pública.
A inspiração para o projeto carioca
Em princípio, o projeto do Parque do Porto é inspirado no icônico Parque do Flamengo, mas apresentando um conceito mais moderno, adaptado às exigências ambientais e urbanísticas do século XXI, sem aterros e - pelo menos em tese - respeitando o meio ambiente. Outra inspiração são as praças flutuantes de Nova York, localizadas sobre o Rio Hudson, ligadas à ilha de Manhattan e fazendo parte do projeto "Little Island". Elas se tornaram uma grande atração na cidade americana.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
Agora, por que praças flutuantes? Bem, essa é a proposta para que o parque possa enfrentar os possíveis desafios da elevação do nível do mar, entre outras questões ambientais, nos próximos anos e décadas.
A intenção é mesmo boa, integrar a orla do Rio de forma harmoniosa com a paisagem marítima. E ainda tem a questão operacional; se der certo, esse novo píer deve facilitar o embarque e desembarque nos navios.
O impacto ambiental e urbano do Parque do Porto
Sem dúvidas, a construção do Parque do Porto poderia melhorar a infraestrutura turística do Rio de Janeiro. Isso é bom! Mesmo que as pessoas digam que a cidade precisa de mais escolas, postos de saúde e etc - e é verdade -, não podemos negar que vários estabelecimentos comerciais se beneficiariam desse turismo, fazendo a economia girar e, assim, criando mais vagas de emprego. E uma população empregada consegue melhorar suas condições de vida, fazendo a cidade evoluir.
Tem muito mais nessa história! A esperança de muitos urbanistas é que, com a concretização da obra, a Zona Portuária possa atrair não só novos visitantes, mas novos moradores também. Inclusive, desde o início do projeto Porto Maravilha, a região tem visto um aumento significativo em lançamentos imobiliários. Um novo parque, uma nova vida urbana mais rica e vibrante, deve agitar o mercado!
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
A preocupação de muitos se limita mesmo ao principal, que é o respeito à natureza. No discurso, é dito que tudo será conduzido para minimizar o impacto ecológico e promover as práticas sustentáveis, até mesmo com a reutilização dos armazéns portuários como medida de aproveitamento de recursos existentes - numa vibe meio Puerto Madero, em Buenos Aires. Porém, sabemos que isto dependerá de uma boa política pública e conscientização da população. Então, será que é possível?
Temos aí um novo paradigma para o desenvolvimento urbano em cidades costeiras!
Depois desta lista de benefícios que apresentamos, você concorda com a ideia do Parque do Porto? Ou acredita que o investimento seria melhor empregado em outras áreas da cidade com poucos espaços de lazer? Escreva sua opinião na aba de comentários logo abaixo!
Veja Também:
Fontes: O Globo, Prefeitura do Rio de Janeiro.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários
Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.