É possível que você se lembre de algum brinquedo de infância que mudava de cor quando submetido a uma mudança de temperatura (como quando colocado na água quente ou fria) ou a luz solar. Afinal, fazer os objetos mudarem de cor como um camaleão sempre foi algo fascinante (e não só para crianças).
Aliás, o próprio camaleão em si sempre foi uma criatura intrigante e com uma adaptação peculiar. Nessa tendência de mudança de cor, alguns pesquisadores criaram uma tinta capaz de mudar de cor.
O nome da tinta não poderia ser melhor: “PhotoCromeleon”. Ela usa um processo de corantes fotocrômicos (que mudam de cor de forma reversível quando expostas aos raios ultravioletas) e permite que os objetos mudem de cor de forma reversível infinitamente.

A PhotoCromeleon pode ser usadas em superfícies diversas (capas de celular, sapatos, objetos de decoração e até carros – apesar do problema que você teria para registrar a cor do seu carro). Para os fashionistas, por exemplo, a vantagem é grande, já que você pode usar o mesmo sapato hoje de uma cor e amanhã de outra, sem repetir o look.
A equipe de pesquisadores tem foco no projeto “ColorMod”, que usa uma impressora 3D para fabricar objetos que mudam de cor. A PhotoCromeleon passou a fazer parte do projeto quando eles ficaram frustrados devido à limitação do esquema de cores e resultados de baixa resolução.
Cada pixel do objeto precisava ser impresso e ele podia ter duas cores: transparente ou sua própria cor (como as presilhas de cabelo que mudam de transparente para o roxo quando estão no Sol). Essa é justamente a revolução da PhotoCromeleon, que não é limitada a duas cores. Ela pode ser usada para criar qualquer coisa, com uma grande variedade de cores.
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Como a PhotoCromeleon é pulverizável, ela eliminou a necessidade de impressão de pixel a pixel de cada cor. Ao compreender como cada corante interage com diferentes comprimentos de onda, os pesquisadores passaram a controlar cada canal de cor ao ativar e desativar as fontes de luz correspondentes. A base de cores da tinta é ciano, magenta e amarelo.
Para usar, basta revestir o objeto com a tinta. Então, você o coloca em uma caixa com projetor e luz UV. A luz UV satura as cores de transparente para saturação total e o projetor permite reduzir as cores de acordo com o desejado. Se você não estiver satisfeito, pode apagar tudo e recomeçar. O usuário pode usar um programa que faz o mapeamento antes de passar para a parte da luz. O processo depende da forma e orientação do objeto, mas é relativamente rápido (15 a 40 minutos para testes com capa de telefone, camaleão de brinquedo, capa de celular e carro).
Em aplicação em larga escala, o processo pode revolucionar a indústria e o processo que conhecemos hoje. Em breve, poderemos ter muitas peças coloridas variadas por aí.
Referências: Techxplore.
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Larissa Fereguetti
Engenheira, com mestrado e doutorado. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.