A vida moderna é cheia de facilidades; mas essas facilidades estão acabando com o nosso planeta. Uma das consequências de nossas ações é detectada em rios e oceanos. Os animais sofrem com a presença dos microplásticos na água, um problema que já afeta a nossa saúde. Os cientistas conseguiram encontrar partículas de plástico no sangue, órgãos e até no cérebro dos humanos. Por isso, a necessidade de soluções efetivas é urgente.
O cenário alarmante inspirou a pesquisa de dois estudantes do Ensino Médio, Justin Huang e Victoria Ou, da cidade de Woodlands, no Texas. Eles desenvolveram um dispositivo capaz de filtrar microplásticos da água. Confira mais sobre essa invenção e sua importância para o meio ambiente no artigo a seguir, do Engenharia 360!
LEIA MAIS
A ameaça dos microplásticos
Os microplásticos são partículas de plástico que surgem da degradação de plásticos ou da fabricação de microesferas de plástico que usamos em produtos de nosso cotidiano, como cosméticos e produtos de limpeza. Infelizmente, elas são contaminantes, se acumulando de forma extremamente persistente no ambiente, se acumulando em fontes de água e alimentos. Isso impacta completamente a cadeia alimentar, afetando a vida por toda parte.
É difícil de acreditar, mas, neste momento, pode haver partículas de plástico depositadas em seu fígado, rins e até no coração. Elas estão até no ar que respiramos e que chega ao nosso pulmão. Então, pense em como isso pode estar afetando a sua saúde. Impressionante, não?!
As evidências da onipresença dos microplásticos são alarmantes! Segundo os cientistas, eles foram identificados em diversos ambientes, incluindo algas nas águas geladas dos polos. Isso é um lembrete de que, independentemente de onde estamos, a poluição fruto de nossas ações é uma ameaça invisível que precisa ser combatida.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
A pesquisa por trás da invenção
Justin Huang e Victoria Ou, ao entenderem a gravidade da situação, decidiram que era hora de agir. Eles resolveram desenvolver um dispositivo capaz de filtrar microplásticos da água. Antes, eles visitaram várias estações de tratamento de águas residuais. Assim, ficaram sabendo que não havia regulamentações específicas para a detecção de partículas de plástico em águas tratadas - surpreendente e preocupante mesmo. Essa falta de normas impulsionou ainda mais o desejo de encontrar uma solução eficaz para o problema.
A ideia é, em tese, bastante simples: utiliza ondas sonoras ultra sônicas para criar uma "parede de som" para afastar as partículas contaminantes, empurrando-as para longe do ponto de saída da água. Toda a investigação se baseou no princípio do uso de ultrassom para remoção de resíduos de líquidos - uma área da ciência com avanços recentes significativos. Mas Justin e Victoria alertam que, até agora, nenhum estudo conseguiu filtrar completamente os microplásticos.
Características do novo dispositivo
Em testes, os dois jovens utilizaram ondas sonoras de alta frequência, que se movem livremente pela água, para remover microplásticos suspensos. Como resultado, foi possível realizar a remoção entre 84% a 94% de partículas em uma única passagem. Inclusive, o dispositivo utilizado tem o tamanho de uma caneta, de fácil manuseio e transporte - a compactação dessa tecnologia permite aplicação em diferentes contextos, de estações de tratamento, indústrias e residências.
Assim, com toda essa eficiência, é provável que essa invenção esteja logo à frente de outras soluções existentes, sendo uma ferramenta promissora para o tratamento de água.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Apresentação na Feira Internacional de Ciências
Justine e Victoria apresentaram sua invenção recentemente na Feira Internacional de Ciências e Engenharia Regeneron (ISEF) em Los Angeles. Seu trabalho foi destaque e chegou a ganhar o Prêmio Gordon E. Moore, no valor de US$ 50.000, um reconhecimento por suas contribuições positivas para as gerações futuras. Além disso, conquistou o primeiro lugar na categoria Ciências da Terra e do Meio Ambiente, patrocinada pelo Google.
A intenção dos jovens é utilizar o dinheiro ganho para aprimorar o dispositivo. De fato, existe mesmo a necessidade de refinar a tecnologia, sobretudo usando equipamentos mais avançados em um laboratório mais completo, de modo a tornar o aparelho de ondas sonoras realmente viável para produção em larga escala. Olhando para o futuro, podemos até imaginar a invenção ajudando, em locais sem monitoramento e diretrizes claras, a reduzir a presença de contaminantes em águas tratadas.
A jornada rumo à sustentabilidade e saúde
A solução tecnológica de Justin Huang e Victoria Ou tem um grande potencial de nos guiar em direção à sustentabilidade e à proteção da saúde pública. Sem dúvidas, a possibilidade de usar esse dispositivo em diversas aplicações (fábricas de tecidos, tanques de peixes, máquinas de lavar, etc.) é empolgante. Mas podemos fazer mais para reverter o cenário do nosso planeta, não é mesmo? Afinal, todos nós temos um papel a desempenhar na luta contra a poluição plástica!
Se quisermos reverter realmente os impactos de nossas ações contra o meio ambiente, devemos reduzir o uso de plásticos descartáveis. Investir e apoiar inovações tecnológicas de empresas e projetos que buscam soluções para a crise. E trabalhar para educar as pessoas sobre a gravidade do problema e como cada um pode contribuir para soluções coletivas.
O Engenharia 360 já fez a sua parte, agora faça a sua! Compartilhe essa história inspiradora com o máximo de amigos que puder!
Veja Também: O ciclo das Partículas de Microplásticos na natureza
Fontes: Ciclo Vivo, Só Notícia Boa.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários
Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.