Houve um tempo em que ser mulher e se interessar por uma carreira em engenharia era quase uma ofensa, afinal engenharia era “coisa de homem”. Houve um tempo em que cada turma de engenharia tinha uma, duas ou três mulheres.
Ao longo dos anos as mulheres foram entrando mais nos espaços, conquistando lugares antes não populados por elas e mostrando que sim, somos tão capazes quanto os homens.
Muitas vezes nos sentimos deslocadas ou sozinhas quando estamos em espaços dominados por homens. Quando eu fui contratada em uma das companhias nas quais trabalhei, havia apenas uma mulher gestora na divisão. Uma. Mas ela estava lá. Numa sala entre dois gerentes, um de cada lado. Em um setor com muitos outros gerentes, todos homens, mas ela estava lá, e inclusive tinha sob sua liderança um time quase todo de homens.
Inicialmente imaginei como ela se sentia naquele contexto, me questionei se seria difícil. Na primeira palestra que a assisti ministrar, ela mostrou essa foto:
Não precisava dizer mais. Foi difícil chegar ali. Mas ela chegou e não desistiu, e por não ter desistido, me ajudou a persistir também. E hoje, além do meu escopo de trabalho, eu participo da rede de mulheres interna da companhia, que promove eventos e ações para promoção da diversidade, no intuito de poder inspirar outras mulheres, assim como um dia fui inspirada: compreender que o caminho não será fácil, mas que eu posso chegar onde eu me propuser a ir.
Escrevo tudo isso para dizer que na busca pela diversidade a sua presença é fundamental. Cada espaço que você ocupa é uma mulher a mais para reforçar que existimos e queremos contribuir com o desenvolvimento deste país.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
Se você está em um ambiente em que há poucas mulheres, seja você a agente de mudança e inspiração para as outras mulheres ao seu redor. Talvez não consigamos enxergar o quanto apenas nossa presença ali, às vezes simplesmente sentadas na nossa cadeira, mostra às outras mulheres que sim, é possível.
E a você, engenheira e futura engenheira, obrigada por nos ajudar a construir empresas cada vez mais bem representadas por mulheres como você: fortes, guerreiras e capazes de fazer a diferença. Afinal, não basta ser mulher, tinha que ser engenheira, não é?
Comentários
Jéssica Dias
Engenheira industrial; formada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; com passagem pelo Instituto de Tecnologia de Rochester; tem experiência em cadeia de suprimentos (supply chain), e já atuou nas funções de Logística, Planejamento e Programação de Materiais.