Drones com motor fotovoltaico poderão voar por dias
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: irishtechnews.ie
Há drones que conseguem voar por períodos relativamente bons. Porém, eles poderiam ser melhores, não é mesmo? Para a nossa alegria, alguns pesquisadores da Universidade da Califórnia quebraram um recorde de eficiência fotovoltaica, o que pode fazer com que os drones com motor fotovoltaico fiquem no ar por dias.
Se olharmos para trás vemos que, nos últimos anos, a tecnologia cresceu bastante (parece que foi ontem que usávamos um celular tijolão). Porém, algumas áreas ficaram defasadas e não acompanharam esse crescimento. Uma delas foi relacionada às baterias, que ainda não são assim tão eficientes. Consequentemente, é relativamente difícil manter um drone no ar por grandes períodos sem realizar uma carga.
Imagem: tecnico.ulisboa.pt
As alternativas não são muitas nesse caso: combustível ou baterias mais eficientes são pesados. Então, a solução veio de um grupo de pesquisadores da Califórnia. Com um design inovador, eles pretendem alcançar 50% de eficiência energética com fontes termofotovoltaicas.
Essas termofotovoltaicas são uma fonte de energia alternativa ultraleve. Elas podem ser usadas tanto para drones como para outras tecnologias, como sondas espaciais e até nas residências, oferecendo desde humildes 100 watts até 100 megawatts, segundo Eli Yablonovitch, professor de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação e um dos pesquisadores.
Célula fotovoltaica sendo aquecida. Imagem:techxplore.com
O artigo com a pesquisa foi publicado recentemente na revista Proceedings of National Academy of Sciences. Tudo começou com uma pesquisa de Yablonovitch e seus alunos em 2011. Nessa época, eles quebraram um recorde de eficiência energética e, desde então, não pararam mais.
Em 2011, eles adicionaram um espelho altamente reflexivo na parte de trás de uma célula fotovoltaica. Agora, descobriram que isso pode ser ampliado e o espelho pode ser usado para refletir fótons com pouca energia para reaquecer a fonte termal. Assim, um fóton de alta energia pode ser criado e gerar energia.
Atualmente, a eficiência do sistema está em 29%. A intenção, agora, é adicionar uma camada dielétrica acima do outro do espelho usado. A expectativa é de, com isso, obter 36% de eficiência e, no futuro, com outros ajustes, eles esperam atingir os 50% de eficiência. Isso pode promover um tempo no ar ainda maior para os drones.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Fachadas inteligentes com painéis solares móveis aumentam eficiência energética de edificações
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2minImagem reproduzida de nature.com
As fachadas inteligentes para edifícios, equipadas com painéis solares móveis, estão transformando a forma como geramos e utilizamos energia em ambientes urbanos. Essas soluções inovadoras não apenas aumentam a eficiência energética, mas também melhoram o conforto térmico em edifícios de apartamentos e escritórios, se adaptando de forma dinâmica às condições ambientais.
Imagem reproduzida de nature.com
O projeto apresentado a seguir, neste artigo do Engenharia 360, se baseou em envelopes dinâmicos. A ideia foi desenvolvida e testada em um edifício real e promoveu resultados satisfatórios. Confira!
A inovação nas fachadas inteligentes com envelopes dinâmicos
Os painéis solares não são, certamente, nenhuma novidade para nós – até porque eles vêm sendo instalados em um número crescente de superfícies verticais, especialmente nas fachadas de prédios urbanos altos e envidraçados. Mas, em geral, tais instalações não podem se ajustar às mudanças nas condições climáticas e de luz, dado que estão fixas. Com isso, não há aproveitamento completo da luz disponível.
O ideal mesmo seria seguir o sol, como as plantas fazem discretamente, não é mesmo? Daí derivam os envelopes dinâmicos.
O conceito de envelopes dinâmicos
Arno Schlueter, profissional do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique, junto a uma equipe de arquitetos e engenheiros projetou um “envelope de construção dinâmico” para fazer o melhor uso da luz solar que a edificação recebe. O sistema inclui painéis solares robóticos, aderidos em uma fachada vertical.
Neste caso, um algoritmo calcula a orientação do painel que fornecerá um equilíbrio ideal de geração de eletricidade, aquecimento passivo, sombreamento e penetração da luz do dia. Sim, os pesquisadores pensaram além da geração de energia, fornecendo também conforto térmico.
Imagem reproduzida de nature.com
Resultados promissores em testes práticos
Em testes realizados em um protótipo instalado no próprio instituto, os painéis solares móveis conseguiram gerar até 50% mais energia do que sistemas estáticos tradicionais. Segundo os pesquisadores, essa solução será especialmente eficaz em climas temperados e secos, o que amplia as perspectivas de sua aplicação em diferentes regiões.
Com os avanços nessa área, é possível que em breve vejamos painéis solares robóticos em fachadas de edifícios urbanos ao redor do mundo. Para quem deseja se aprofundar no tema, o estudo original foi publicado na Nature Energy.
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Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Bactérias Criam Grafeno Estão Revolucionando a Engenharia
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 3minImagem de djvstock em Freepik
A gente já comentou por aqui, no Engenharia 360, sobre como o grafeno vem revolucionando a indústria, da perspectiva dos materiais. Mas a demanda por esse insumo implica a busca por diferentes formas de produção dele, correto? E em um contexto em que biotecnologia se apresenta como um excelente recurso, de forma ousada, a Engenharia recorreu às bactérias para a produção de grafeno!
Conheça o grafeno: propriedades e desafios na produção em larga escala
O grafeno, uma estrutura de carbono bidimensional, destaca-se por sua alta condutividade elétrica, resistência mecânica e flexibilidade. No entanto, produzi-lo em grande escala mantendo suas propriedades únicas tem sido um desafio.
As abordagens convencionais frequentemente consomem tempo e energia, resultando em variações nas propriedades. O uso de bactérias como método inovador oferece uma alternativa promissora para uma produção em larga escala mais eficiente, mantendo as características desejadas do grafeno e ampliando seu potencial de aplicação em diversas áreas industriais e tecnológicas.
Imagem reproduzida de onlinelibrary.wiley.com
Produção de grafeno: método inovador usando bactérias para eficiência e sustentabilidade
O grafeno, sendo um nanomaterial, é de grande interesse na Engenharia devido à sua alta capacidade de conduzir eletricidade, bem como a sua extraordinária força mecânica e flexibilidade. No entanto, o grande obstáculo em adotá-lo para aplicações cotidianas é a sua produção em grande escala, mantendo suas propriedades surpreendentes.
Uma equipe de pesquisadores em nanociência, liderados pela bióloga Dra. Meyer, descreveu seu método para produzir materiais de grafeno usando uma nova técnica: misturar grafite oxidada com… Bactérias! Segundo a equipe, a metodologia constitui uma maneira mais eficiente em termos de custo, economia de tempo e respeito ao meio ambiente, ao ser comparada com os métodos químicos de produção do grafeno.
Imagem reproduzida de phys.org
Como as bactérias estão revolucionando a produção de grafeno em larga escala
A fim de produzir maiores quantidades de materiais de grafeno, a bióloga Meyer e seus colegas começaram com um mero frasco de grafite. Eles esfoliaram o grafite – derramando as camadas de material – para produzir o óxido de grafeno, que eles então misturaram com a bactéria Shewanella. Eles deixam o béquer de bactérias e materiais precursores repousar durante a noite, período em que as bactérias reduziram o óxido de grafite a um material de grafeno.
As bactérias removeram os grupos de oxigênio do material, transformando-o em condutível para eletricidade. Basicamente, fizeram o trabalho.
Aplicações do grafeno produzido por bactérias: avanços em biossensores e tinta condutora
O material de grafeno produzido por bactérias criado no laboratório de Meyer é condutor e também é mais fino e mais estável do que o grafeno produzido quimicamente. Além disso, ele pode ser armazenado por períodos mais longos.
Essas propriedades tornam o grafeno produzido biologicamente adequado para uma variedade de aplicações, incluindo biossensores de transistores de efeito de campo (FET) e tinta condutora. Os biossensores FET são dispositivos que detectam moléculas biológicas e poderiam ser usados para realizar, por exemplo, monitoramento de glicose em tempo real para diabéticos.
Imagem reproduzida de graphenea.com
Grafeno produzido biologicamente: vantagens em estabilidade e condução elétrica
O grafeno obtido por meio desse método biológico demonstrou uma notável estabilidade ao longo do tempo, em comparação com o grafeno produzido por processos químicos. Além disso, sua capacidade de condução elétrica permaneceu consistente, o que é crucial para diversas aplicações industriais e tecnológicas.
Biotecnologia e grafeno: uma nova abordagem para aplicações em diversos setores
A integração da biotecnologia na produção de grafeno abre um leque de possibilidades em vários setores. Desde a medicina, com avanços em diagnósticos precisos e dispositivos para monitoramento de saúde, até a indústria de eletrônicos, que pode se beneficiar com componentes mais eficientes e duráveis. Além disso, essa abordagem sustentável pode impactar positivamente o meio ambiente, reduzindo a pegada de carbono na produção de materiais de alta tecnologia.
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Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Estudo mostra que água subterrânea na África é resiliente a mudanças climática
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 3minImagem reproduzida de Arcgis
O Engenharia 360 gostaria de destacar neste artigo que a África vem enfrentando há décadas desafios críticos relacionados à água potável, especialmente na África Subsaariana, onde 1 a cada 3 pessoas não tem acesso à água potável. E a água subterrânea desempenha um papel vital nesse cenário, sendo uma fonte essencial para o abastecimento da população e para sustentar a agricultura, que é diretamente impactada pela escassez hídrica, agravando problemas como a fome.
As águas subterrâneas oferecem vantagens significativas:
Disponibilidade ampla: podem ser encontradas em diversas regiões.
Alta qualidade: normalmente são mais puras do que outras fontes.
Resiliência às secas: servem como uma reserva estratégica, mesmo em períodos de variabilidade climática.
Essa capacidade torna essas fontes indispensáveis para garantir a segurança hídrica em uma região onde a instabilidade climática é uma preocupação crescente. Continue lendo para saber mais!
Imagem reproduzida de National Geographic
Estudo revela resiliência às mudanças climáticas
Uma pesquisa recente publicada na revista Nature trouxe boas notícias: as águas subterrâneas na África podem ser mais resilientes às mudanças climáticas do que se imaginava.
O que acontece é que um dos primeiros fatores que consideramos no abastecimento dos reservatórios é a chuva; com as mudanças climáticas, esse abastecimento pode ficar prejudicado. Porém, o estudo mostra que, enquanto em áreas úmidas a água subterrânea é reabastecida principalmente pela chuva que se infiltra diretamente na superfície da terra, em regiões secas o que acontece é o reabastecimento predominantemente por vazamentos de córregos e lagoas temporárias. Além disso, a geologia local possui um papel na determinação da sensibilidade das taxas de reabastecimento às mudanças no clima.
Imagem reproduzida de kgou
A novidade deste estudo é justamente o fato de que os anteriores usavam modelos em larga escala e desprezavam a contribuição desse abastecimento de águas subterrâneas por córregos e lagoas, subestimando sua renovabilidade em áreas secas e sua resiliência às mudanças climáticas.
Estratégias para melhor gestão hídrica
Compreender esses processos é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de gestão hídrica. Em regiões áridas, investir em:
Monitoramento hidrogeológico: para mapear áreas de maior potencial de recarga.
Infraestrutura adaptativa: que maximize o aproveitamento de córregos e lagoas temporárias.
Planejamento integrado: envolvendo comunidades e governos para uma gestão sustentável da água.
Essas iniciativas podem melhorar o abastecimento de água, garantindo maior resiliência frente à crise hídrica e climática.
Concluindo, a descoberta de que as águas subterrâneas na África são mais renováveis do que se acreditava abre caminho para soluções mais eficazes e sustentáveis. Investir em pesquisas locais e em tecnologias para otimizar o uso dessas fontes é uma necessidade urgente para enfrentar os desafios da escassez de água e da fome no continente.
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Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Engenheiros desenvolvem nanotubos de carbono que transformam calor residual em luz
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Engenheiros mostraram como filmes a base de nanotubos de
carbono podem ser usados na criação de um equipamento que aproveita calor
residual. O aparelho pode aumentar o rendimento de células solares e a
eficiência da recuperação de calor residual em indústrias.
Imagem: news.rice.edu
Perda de calor em sistemas:
A gente costuma falar bastante sobre geração de energia por aqui, mas nem sempre mencionamos que há perdas nos sistemas, né? Pois bem, o aproveitamento dessas perdas é do interesse da engenharia, na medida em que promove aumento de eficiência, e também tem um caráter sustentável. Olha só:
Uma simulação realizada por pesquisadores da escola de
engenharia da Rice University mostra uma série de cavidades padronizadas em um
filme de nanotubos de carbono alinhados. Quando otimizado, o filme absorve
fótons térmicos e emite luz em uma banda estreita que pode ser reciclada na
forma de eletricidade.
Imagem: news.rice.edu
Tratando do conceito, fótons térmicos são simplesmente fótons emitidos por um corpo em alta temperatura. Por exemplo, se você olhar para algum objeto quente com uma câmera de infravermelho, você o verá brilhando, por conta dos fótons termicamente excitados. Essa imagem nos é bastante familiar; então, por que esse calor não é aproveitado como energia? Bem, por uma questão de comprimento de banda.
Aproveitamento do calor residual:
A invenção do grupo da Rice University foi um emissor
hiperbólico termal que pode absorver calor intenso que seria outrora eliminado
para atmosfera. Agora, esse calor é retido em uma banda estreita e emitido na
forma de luz. Basicamente, é um caminho mais longo, onde calor é transformado
em luz e a luz é convertida em eletricidade. É uma forma de aproveitar o que
seria residual, ou seja, tido como perda.
Imagem: news.rice.edu
Quer números? Vamos lá: A adição destes emissores às células
solares padrão podem aumentar sua eficiência em cerca de 22%. “Espremer” toda a
energia térmica desperdiçada em uma pequena região espectral, permite transformá-la
em eletricidade de forma muito eficiente, de acordo com a equipe. A previsão
teórica é de 80% de eficiência. Aguardamos para ver acontecer!
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Seria um curso de mestrado na Espanha uma opção tão inviável assim? É comum pensarmos que optar por um curso fora é uma opção extremamente inviável, e muitas pessoas não buscam este caminho.
De acordo com estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística), cerca de 13,1 milhões de pessoas no Brasil estão desempregadas. Diante disto, parte destas pessoas em busca de recolocação no mercado de trabalho, procuram um curso de aprimoramento profissional.
E uma pequena parte destas pessoas optam por um curso fora do país. Embora a razão disto é variável, as vezes família, as vezes questões financeiras. São dados imensuráveis.
Minha experiência:
Quando procurei pelo caminho do mestrado fora, eu já tinha procurado diversas opções de cursos de especialização no Brasil. O curso que eu queria precisava de cinco anos de experiência na área.
Agora, me imaginem a mais ou menos um ano atrás: recém-formada, com experiência só de estágio e as oportunidades de emprego? Elas apareciam sim, porém não com um salário de engenheira. E confesso que as duas oportunidades que eu cheguei a recusar, os valores eram aproximadamente ao valor do meu aluguel em São Paulo.
Portanto, chegou a hora de ser realista para as coisas, junto com a formatura, chega o desejo pela independência. Porém com a situação que o mercado de trabalho se encontra eu iria continuar dependendo financeiramente dos meus pais do mesmo jeito.
Calor de 40 graus no meu Rio de Janeiro, em janeiro deste ano. Estava com os meus pais e uma amiga na piscina. Esta amiga minha estava de mudança para Portugal, ela é formada em direito e vai fazer um mestrado na Universidade de Coimbra. Foi quando meu pai falou: minha filha, porque você não está procurando estas oportunidades na engenharia? Vai junto!
De repente me abriu um mundo de possibilidades: os mestrados na Europa, de uma forma geral, são mais profissionalizantes do que as opções que temos no Brasil. Consequentemente, eu iria conseguir fazer uma especialização exatamente do jeito que eu precisava, e queria, para me capacitar como profissional. E advinha? Sem os cinco anos de experiência que uma Universidade em São Paulo me exigiu.
O Mestrado:
Meu shortlist se resumiu em quatro opções de curso, em que todos eram na área de energia renovável. Assunto que eu estudei pouco na faculdade, mas que me interessa muito. Da mesma forma que a tendência mundial é utilizar apenas energia limpa nos próximos longos anos.
Destas quatro opções de mestrado na Europa, três delas tem parceria com o Innoenergy: uma companhia europeia que tem como foco promover inovação, empreendedorismo e inovação em energia sustentável.
E advinha só? Diferente do Brasil, em que os mestrados possuem, em grande parte, apenas um objetivo acadêmico; Os cursos de mestrado promovidos pelo Innoenergy tem como função introduzir o estudante ao mercado de trabalho! Portanto, como bons engenheiros, precisamos olhar as estatísticas. E olha só: 93% dos alunos com um trabalho relevante depois de formados, sendo que 12% abriram a sua própria startup.
Minha opção foi pela Universitat Politécnica de Catalunya, em Barcelona. O mestrado em energia renovável será em período integral, todos os dias, por dois anos. As aulas serão em inglês, e terão aulas de espanhol a noite para alunos não hispanohablantes.
Será um desafio imenso, em todos os sentidos! Minhas aulas começam em setembro deste ano, e vai ser só o início da realização de um sonho.
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.
Como projetar edifícios comerciais pensando na saúde e qualidade de vida das pessoas
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 3minImagem: new.siemens.com
Ao contrário do que muitos pensam, não é só o nosso lar que deve ser aconchegante. Na verdade, todo tipo de edificação deveria ser planejada pensando na melhoria da qualidade de vida de quem vai habitar ou trabalhar nela e isso inclui os edifícios comerciais.
Segundo Sarah Billington e James Landay, engenheiros da Universidade de Stanford, muitos edifícios comerciais contribuem para problemas como depressão, estresse, falta de motivação e mais. Todos esses fatores contribuem para o absenteísmo no trabalho, o qual e responsável por uma perda aproximada de 226 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Imagem: colliers-one.com
A importância do contato com a natureza nos escritórios
Uma das principais causas do mal-estar nos escritórios é a falta de contato com a natureza, de ventilação natural e luz solar. Muitos trabalhadores ficam enclausurados, tendo como única vista a mesa ao lado. Um estudo revelou que a ausência de elementos naturais nos escritórios é responsável por perdas de até 23 bilhões de dólares anuais.
Em resposta a essa realidade, Billington e Landay lideram um projeto de pesquisa que visa inovar a arquitetura comercial ao incorporar recursos como materiais naturais, plantas e iluminação natural nos edifícios. Esses elementos são conhecidos por melhorar o bem-estar e a produtividade.
Como projetar edifícios comerciais focados nas pessoas
O projeto de edifícios comerciais deve ser centrado no ser humano. Pesquisas mostram que o contato com a natureza reduz a pressão arterial, melhora a saúde mental e o humor. Em hospitais, por exemplo, pacientes com vista para a natureza se recuperam mais rapidamente.
Assim, a estratégia é bem óbvia: trazer elementos da natureza para o ambiente. Isso pode ser proporcionado por meio de paredes modulares que permitam a passagem de ventilação natural, vidros que mudam a iluminação e/ou mostram paisagens, flores nos corredores em direção às escadas, etc. Tuido isso pode ser ampliado com o uso da tecnologia.
Imagem: rs-aa.com
Benefícios e retorno sobre investimento
A pesquisa de Billington e Landay visa medir o bem-estar de uma pessoa em um edifício e o quanto ele muda com a alteração dos elementos do ambiente. Isso envolve não só captar a percepção das pessoas como também fazer medidas no local (ruído, iluminação, qualidade do ar, etc.).
Inicialmente, parece que o projeto trará gastos desnecessários. Porém, ele se revela um investimento valioso. Isso acontece porque, uma vez que as pessoas tendem a adoecer menos, os custos com os funcionários reduz. Ainda, um funcionário mais feliz também tem melhor rendimento e é motivado.
Tendências da arquitetura comercial para o futuro
De modo geral, o projeto dos engenheiros mostra a tendência dos edifícios comerciais do futuro. As edificações tendem a ser não só inteligentes, cheias de tecnologias e sustentáveis, mas também voltadas para quem vai trabalhar ou morar ali. Para isso é preciso centrar o projeto no ser humano (sem esquecer da parte sustentável, claro), ou seja, criar projetos que pensem em quem ocupará o espaço, no conforto e na qualidade de vida.
Essa forma de projetar é, sem dúvida, um diferencial nos projetos que pode fazer toda a diferença no mercado competitivo. Como engenheiro que visa transformar o mundo, aí está o primeiro passo!
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Economize na compra de passagens aéreas com a ajuda da Inteligência Artificial
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 3minImagem de fabrikasimf Freepik
Nos últimos anos, o aumento nos preços das passagens aéreas tem levado os viajantes a buscar promoções e alternativas econômicas. Nesse contexto, a Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma ferramenta eficaz para auxiliar clientes a encontrar as melhores ofertas e ajudar companhias aéreas a otimizar custos. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
Personalização de preços de despacho de bagagem com IA
Tradicionalmente, as companhias aéreas aplicam preços fixos para serviços como despacho de bagagens. Contudo, nem todos os passageiros possuem as mesmas necessidades ou orçamentos. A IA permite personalizar essas tarifas, ajustando-as às preferências individuais dos clientes, o que pode aumentar a satisfação e a fidelidade dos passageiros.
Imagem de Freepik
Aprendizado de máquinas e redes neurais para o cálculo de valores
Para criar essa tecnologia, os pesquisadores implementaram técnicas de aprendizado de máquina e redes neurais. Eles monitoraram e avaliaram a demanda com base nas preferências dos passageiros. Os modelos consideram diversos fatores, incluindo preço, origem do voo e duração da viagem, para determinar valores mais adequados.
Um exemplo prático seria quando um viajante que planeja uma estadia curta pode não estar disposto a pagar taxas elevadas pelo despacho da bagagem. Contudo, se a companhia oferecer um desconto justo, isso pode incentivar o cliente a optar pelo serviço. Essa abordagem resulta em benefícios mútuos: o cliente economiza e a companhia aérea aumenta sua receita.
Os pesquisadores realizaram testes com esses modelos durante seis meses. Durante o processo de compra, os clientes que se logaram em uma plataforma específica foram selecionados aleatoriamente para receber descontos em serviços auxiliares.
Resultados da implementação da Inteligência Artificial
A adoção da Inteligência Artificial no setor aéreo tem mostrado resultados promissores. Estudos indicam que o uso da IA está reduzindo os custos operacionais das companhias aéreas em até 30%, graças à automação e à personalização dos serviços, abrangendo desde o gerenciamento de assentos até a manutenção preditiva. Essa economia pode representar cerca de US$ 42 bilhões para o setor até 2035 (dados de 2023 e 2024).
Além disso, a personalização baseada em IA tem potencial para revolucionar a experiência de viagem, oferecendo recomendações adaptadas às preferências e necessidades individuais dos passageiros.
O mercado global de IA no setor aéreo está em rápida expansão. Projeções indicam que esse mercado, atualmente avaliado em US$ 1,6 bilhão, pode atingir US$ 40,4 bilhões até 2033, com uma taxa de crescimento anual média de 38,1% entre 2024 e 2033.
A integração da IA nas operações das companhias aéreas não apenas contribui para a redução de custos, mas também melhora a experiência do cliente, oferecendo serviços mais personalizados e eficientes. Essa tendência reflete uma transformação significativa no setor, impulsionada pela tecnologia e pela busca por maior competitividade e satisfação dos passageiros.
Perspectivas para o futuro da IA na aviação
A personalização de preços é apenas um dos muitos benefícios da IA no setor de aviação. No futuro, podemos esperar que a IA seja utilizada para:
Otimizar rotas: A IA pode analisar dados sobre condições climáticas, tráfego aéreo e demanda para identificar as rotas mais eficientes e econômicas.
Melhorar a experiência do cliente: Chatbots com IA podem oferecer suporte aos clientes 24 horas por dia, 7 dias por semana, respondendo a dúvidas e resolvendo problemas de forma rápida e eficiente.
Prever a demanda: A IA pode analisar dados históricos e em tempo real para prever a demanda por voos e ajustar a capacidade da frota de forma mais precisa.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Novo método pode aumentar a eficiência da energia solar
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
A energia solar tem ganhado cada vez mais espaço e, nesse cenário, as células solares vêm sendo estudadas para aumento de sua eficiência. As células solares tradicionais, baseadas em silício, têm um limite absoluto. Basicamente, um fóton de luz só deve ser capaz de soltar um único elétron, mesmo que esse fóton esteja carregando o dobro da energia necessária para isso. Agora, no entanto, pesquisadores apresentaram uma nova maneira de obter fótons de alta energia, capazes de liberar dois elétrons em vez de um, podendo romper o limite teórico de eficiência de células solares.
Imagem: caltech.edu
Fótons e a liberação de energia:
As células convencionais de energia de silício apresentam uma eficiência máxima teórica de cerca de 29,1% de conversão de energia solar. A nova abordagem, desenvolvida ao longo de vários anos por pesquisadores do MIT e de outras organizações, pode romper realisticamente esse limite.
A chave para obter dois elétrons de um fóton vem de uma classe de materiais que possuem “estados excitados” apropriadamente chamados de éxcitons. Isto foi mencionado em uma press release do MIT por Marc Baldo, membro do grupo de pesquisa e professor de engenharia elétrica e ciência da computação.
Em excitons, “pacotes” de energia se propagam como os elétrons de um circuito, de modo que você pode usá-los para mudar a energia, por exemplo, cortando-os ao meio ou combinando-os.
Imagem: nature.com
Pode parecer um pouco abstrato, mas os pesquisadores realizaram um processo chamado fissão de singleto, que permite que os fótons da luz do sol sejam divididos em dois pacotes separados e independentes de energia. Em primeiro lugar, o material absorve um fóton, formando um exciton que rapidamente sofre fissão em dois estados excitados, cada um com metade da energia do estado original.
Melhorando as células solares de silício:
A verdadeira realização, no entanto, foi que os cientistas foram capazes de acoplar essa energia ao silício, um material que não é excitável. Isso foi permitido por uma fina camada intermediária de oxinitreto de háfnio, apenas alguns átomos de espessura, na superfície do silício.
A camada de oxinitreto de háfnio agia como uma ponte para os estados excitados, possibilitando que os fótons de alta energia individuais liberassem dois elétrons na célula de silício.
Imagem: nature.com
Isso, em teoria, produz uma saída muito maior da energia recebida da luz solar. Isso constituiria um aumento na potência produzida pela célula solar de um máximo teórico de 29,1%, até um novo máximo de cerca de 35%.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: smallbiztrends.com
Se você parar para pensar, é possível ficar espantado com a quantidade de possibilidades que a impressão 3D proporciona. Quem tem um “brinquedinho” desses sabe que ele é capaz de imprimir praticamente tudo: casas, órgãos, comida, etc. Porém, como quase tudo tem limites (pela esquerda ou pela direita), há alguns mitos sobre impressão 3D que você precisa desvendar.
Imagem: smallbiztrends.com
1. Armas impressas em 3D não são realmente uma ameaça
Embora se fale em armas impressas em 3D há anos, elas não representam um grande perigo. Caso contrário, seria algo bastante comum. A verdade é que imprimir uma arma funcional em 3D é mais difícil do que parece. Ainda, é bem provável que você precise usar peças metálicas e munição.
2. O meio ambiente não está em risco
Acredita-se que, com a popularização da impressão 3D, o consumo do plástico e o descarte vai aumentar. Porém, a tendência é justamente o contrário: com a fabricação sob medida, o desperdício é muito menor. Além disso, os materiais impressos podem ser biodegradáveis e provenientes de reciclagem e produtos naturais.
Imagem: ultimaker.com
3. A impressão 3D não vai roubar seu emprego
Quando refletimos sobre o assunto, parece que essa tecnologia vai destruir o emprego de muita gente em diversos setores. Porém, precisamos pensar na quantidade de empregos novos que ela vai gerar. Afinal, basta uma ideia criativa e uma impressora 3D para virar um empreendedor de sucesso.
4. Os produtos piratas não vão aumentar
Com uma impressora 3D em casa, quem precisaria comprar alguns objetos quando é possível reproduzi-los? Esse pensamento parece lógico até nós mostrarmos o outro lado dele: imprimir em casa é mais caro que uma produção em massa. Então, em grande parte das vezes, comprar o produto continuará sendo mais barato que imprimir. Além disso, as empresas podem usar blockchain para rastrear seus projetos e produtos, tornando o processo mais seguro.
5. Não é muito caro nem complicado
Claro que é trabalhoso desenhar, montar o projeto, configurar a impressora e etc., mas é uma questão de prática. Além disso, há vários projetos disponíveis na internet. Com relação ao preço, ele é variável e depende das funções que você quer e da qualidade do produto. É possível achar impressoras que custam desde o preço de um celular até o preço de um carro (dos mais variados modelos). Porém, a tendência é de que fique cada vez mais acessível ao longo do tempo.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
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