Engenharia 360

Os metais também têm memória

Imagem padrão usuário
por Lívia Maria Vieira Pereira
| 10/04/2013 | Atualizado em 24/04/2024 2 min

Os metais também têm memória

por Lívia Maria Vieira Pereira | 10/04/2013 | Atualizado em 24/04/2024
Engenharia 360
Metais de memória, também conhecidos como SMA(Shape Memory Alloys, do inglês), tem a capacidade de, se deformados, retornar a sua forma original depois de aquecidos a uma certa temperatura. O mais famoso deles é o Nitinol (liga de níquel e titânio), descoberto em 1962 por William J. Buehler e Frederick Wang, no Laboratório de Material Bélico Naval dos EUA.

Quando aquecidos, os SMA passam para a fase de austenita, quando resfriados para a de martensita, e esse processo pode ser repetido várias vezes, sem afetar a elasticidade do material. A transição austenita-martensita se dá por movimento de discordâncias, o que faz com que o metal recupere sua forma original ao ser aquecido.

fio de nitinol | metais
Funcionamento básico de um fio de Nitinol

O único jeito de mudar a “memória” dele, é deformá-lo ainda a alta temperatura, assim esse estado deformado vai ser o novo estado para o qual ele retornará após resfriado.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Um dos usos dessa tecnologia é o sistema “pré-crash”, desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer (Alemanha), em colaboração com as empresas Siemens VDO e Faurecia. Sensores localizados nas portas laterais de um veículo detectam a colisão iminente e disparam uma carga elétrica que aquece uma mola previamente deformada, feita de SMA. Ela retorna a seu estado original, acionando uma série de parafusos que fixam a porta à estrutura do carro, tornando-a uma parte rigidamente integrada à carroceria. Ela continua se deformando para absorver parte do choque, mas não "entra" carro adentro. Se o choque não ocorrer, a mola se resfria e volta ao seu estado previamente deformado.

Apesar da extensa gama de aplicações, a estrutura dessas ligas é muito complexa, dificultando a previsão do comportamento das mesmas. Esses problemas estão diminuindo com o simulador numérico desenvolvido pelo próprio Instituto Fraunhofer. Com o aprimoramento da tecnologia e criatividade dos engenheiros, as possibilidades para essas ligas não tem limites.

Conteúdo Original  ©engenharia360.com

Nitinol-Blog-da-Engenharia

Veja Também: Engenharia Metalúrgica: minérios em metais e ligas metálicas para aplicações industriais

Comentários

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo