O Engenharia 360 te convida a fazer um lindo passeio pelos Alpes Berneses, na Suíça. Queremos que você conheça uma maravilha da engenharia moderna, o teleférico mais íngreme do mundo. Sua construção foi um feito notável para a engenharia, desafiando os limites do transporte de passageiros em terrenos montanhosos. Confira detalhes sobre esta estrutura extraordinária no artigo a seguir, do Engenharia 360!
As principais características do teleférico Schilthornbahn
O teleférico Schilthornbahn liga a vila de Stechelberg e a estação de Mürren. Pode não parecer, mas sua jornada é bastante segura. Porém, os passageiros precisam enfrentar o medo, pois durante o percurso de 1,2 km (cerca de 4 minutos de viagem) o sistema de transporte atinge uma inclinação impressionante de 159,4%. Sim, ela é bem acentuada, mas, pelo jeito, é um desafio que parece ter sido tirado de letra pela maravilhosa engenharia.
LEIA MAIS
Hoje, esse teleférico na Suíça possui bondinhos que podem levar até 6,8 toneladas ou 85 passageiros - em capacidade máxima, cerca de 800 pessoas por hora. Seu sistema atual é parte da Schilthorn Cableway, que é um trajeto que segue até o pico de Schilthorn, localizado a 2.970 metros acima do nível do mar. No topo, os turistas vão encontrar um restaurante giratório, que oferece vistas panorâmicas dos Alpes.
Os desafios e soluções de engenharia nessa construção
Uma coisa que você precisa saber sobre essa estrutura de Schilthornbahn é que sua inclinação é realmente extrema, afetando a distribuição do peso dentro das cabines. A gravidade é uma força que age ao longo de todos os cabos do teleférico. Então, nessas condições, é normal que o centro de gravidade se desloque, comprometendo a estabilidade e o conforto dos passageiros. E tem mais, outro desafio são as forças de tração dos próprios cabos. Cada um desses detalhes exigiu uma solução criativa de engenharia.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Materiais e ferramentas tecnológicas
Os engenheiros escolheram materiais de alta resistência para esse teleférico, como cabos de aço de última geração, com filamentos trançados para aumentar a resistência e a durabilidade; concreto de alta performance, com fibras de aço, em fórmula resistente a temperaturas abaixo de zero; e compósitos leves, como fibra de carbono e polímeros reforçados. Eles ainda optaram por implementar nesse teleférico um sistema de tensionamento para evitar rompimento ou desgaste prematuro. Também um sistema de tração mais robusto e preciso para garantir que as cabines subam e desçam de forma controlada e segura.
Aliás, essas cabines têm uma ferramenta especial de nivelamento automático para compensar quaisquer mudanças no centro de gravidade, permanecendo sempre em posição confortável para as viagens.
Monitoramento de funcionamento e trasportes
No dia a dia, a suspensão em inclinação é monitorada por um sistema chamado AURO (‘Autonomous Ropeway Operation’ ou operação autônomo), com direito a câmeras e sensores, permitindo operação segura e eficiente sem necessidade de operadores humanos. A saber, ele é capaz de responder com alertas a situações de mudanças climáticas, obstruções nos cabos ou problemas mecânicos.
Para finalizar, esse teleférico na Suíça ainda conta com um robô de carga automatizado, responsável pela movimentação de bagagens e outros materiais. Seu sistema de tração duplo permite que duas cabines operem simultaneamente, uma subindo e outra descendo, otimizando a eficiência do transporte. Ademais, o robô ainda auxiliar no carregamento e descarregamento de contêineres de cargas.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
As perspectivas para o futuro do teleférico Schilthornbahn
A engenharia por trás do teleférico mais íngreme do mundo é uma prova de como a inovação e a criatividade podem superar desafios complexos.
Talvez seja interessante dizer, ao concluirmos este artigo, que o teleférico Schilthornbahn faz parte de um projeto chamado ‘Schilthornbahn 20XX’, que visa a modernização e expansão da infraestrutura de transporte em Schilthorn até 2026, com foco na segurança e redução no tempo de viagem. A ideia é substituir, em breve, o sistema de teleférico antigo por novas estações e um novo teleférico chamado Funifor, inédito na Europa.
A saber, o Funifor se vale de dois cabos de tração paralelos em vez de um único cabo. Isso faria ele ser mais estável, com menos “balanços” em condições de vento forte - situação normal em cenários diversos nas altas montanhas. E a melhor parte é que esse novo teleférico poderia transportar 100 passageiros por viagem, o que o torna uma solução eficiente para transportar grandes grupos de pessoas entre as estações de Mürren e Birg.
Apesar de tudo, os engenheiros vão continuar trabalhando para desenvolver novas tecnologias e materiais para tornar esse e outros teleféricos ao redor do mundo mais seguros, eficientes e sustentáveis. É preciso encontrar novas alternativas para redução do consumo de energia nas operações e utilização de energia renovável para alimentar o sistema e reduzir a pegada de carbono. Outro desafio é melhorar a acessibilidade dos teleféricos para pessoas com mobilidade reduzida.
Veja Também: 5 Incríveis Teleféricos e Bondinhos no Brasil
Fontes: CNN Brasil, Casa Vogue, As Aventuras na História.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Comentários
Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.