Quando se fala hoje sobre segurança rodoviária, especialmente para caminhões que enfrentam descidas íngremes, já se pensa nas caixas de brita, rampas de fuga ou rampas de escape. Essas áreas são projetadas para ajudar veículos pesados a parar em situações de emergência, como em caso de falha nos freios, em descidas de serras.
O objetivo dessas estruturas é fornecer uma zona segura para desaceleração sem colocar em risco os veículos e seus motoristas, evitando acidentes fatais. De fato, sua implantação vem crescendo ao redor do mundo e ajudando a salvar vidas. Pensando nisso, o Engenharia 360 explora a seguir detalhes sobre a construção e funcionamento de rampas de escape. Confira!
Surgimento das rampas de espace
A ideia das rampas de escape surgiu nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1960. Naquele tempo, houve um aumento expressivo no tráfego de caminhões de grande porte. Os veículos ficavam cada vez maiores e mais pesados, percorrendo longas distâncias e atravessando regiões montanhosas. Proporcionalmente, o número de acidentes também cresceu e isso levou a criação de zonas especiais para desaceleração.
Nos anos de 1980, mais de 170 rampas de escape já operavam nas rodovias norte-americanas. O modelo foi copiado por outros países. No Brasil, a implementação dessas áreas começou no início dos anos 2000, com o foco em estradas com maiores índices de acidentes devido à perda de controle de veículos em descidas acentuadas. Desde então, as tecnologias evoluíram e essas rampas passaram a desempenhar cada vez mais um papel importante na segurança viária.
Funcionamento e tipos de rampas de escape
As rampas de escape são, portanto, a última linha de defesa para motoristas que enfrentam problemas com os freios de seus veículos. Basicamente é assim: quando um caminhão, por exemplo, entra nessa rampa, ele é direcionado para uma área isolada onde pode desacelerar rapidamente. Essa estrutura pode ser feita em sistemas diferentes de engenharia, cada qual com as suas especificidades, incluindo:
- Rampas inclinadas: para trechos acentuados, onde os veículos desaceleram pela força da gravidade - o que pode não funcionar se o mesmo, em alta velocidade, ultrapassar o limite da rampa.
- Rampas com barreira de contenção: para evitar o problema citado no tópico anterior, pode-se instalar galões de água ou muros de contenção no final da pista.
- Caixas de brita (pedriscos ou cascalhos): modelo mais comum, onde as pedras criam grande atrito com as rodas e a parte inferior do veículo, fazendo-o desacelerar e parar - efeito que pode gerar até 4 mil cavalos de potência.
- Caixas de argila expandida: alternativa mais barata, leve e eficaz, funcionando bem para desacelerar caminhões e ainda danificando menos seus componentes.
- Sistemas de cabos de aço: menos comuns, com custo alto e instalação mais manutenção complicada, sendo um sistema elástico para desacelerar veículos mais rapidamente.
- Sistemas alternativos: além das alternativas já citadas, existem outros dispositivos, como cercas metálicas acopladas aos cabos de aço.
A saber, a escolha do tipo de rampa de escape para um projeto de engenharia de rodovia depende de diversos fatores, como o tipo de terreno, o volume de tráfego e a topografia da região.
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Benefícios e riscos das rampas de escape
As rampas de escape têm um impacto significativo na redução de acidentes graves em estradas - isso demonstrado em pesquisas realizadas pela Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA). No Brasil, as instaladas só nas BR-116 e BR-376 já foram responsáveis por salvar 400 vidas entre os anos de 2011 e 2020.
Todos esses números comprovam a eficácia dessa engenharia de proteção. Porém, vale destacar que o modelo enfrenta ainda alguns desafios. Por exemplo, em casos de uso inadequado ou múltiplo (com mais de um caminhão) nessas rampas de escape, há riscos para os motoristas e equipes de resgate. Então, apesar de ser uma boa ideia, faz-se necessário um controle rigoroso no uso dessas áreas.
Perspectivas para o futuro
Atualmente, existe no Brasil a falta de normas técnicas específicas para a construção das rampas de escape, o que dificulta a padronização e implementação em todas as rodovias. A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) está trabalhando para estabelecer diretrizes que garantam a segurança e a eficácia dessas estruturas no futuro.
Espera-se que, em breve, as novas tecnologias sejam incorporadas às estruturas de rampas de escape, como sistemas de monitoramento em tempo real e sensores que detectam veículos em risco.
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Por aqui, ainda há muito espaço para a expansão desses dispositivos, sobretudo em trechos críticos de rodovias, como Serra de Igarapé (MG), Serra do Mar (SP), BR-376 (PR e SC), Fernão Dias (SP e MG). Mas, na verdade, é importante dizer que a instalação de uma área de fuga não é barata; o custo de um projeto pode girar em torno de R$ 15 milhões. No entanto, se é para prevenir acidentes e salvar vidas, o investimento é mais que justificado.
Veja Também: Brita para construção civil: tipos, aplicações e importância
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Eduardo Mikail
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