Começo esse post pedindo desculpas a você! Sim, pois eu demorei (e muito) para escrever sobre esse assunto por aqui. Conseguir um estágio não é fácil (ainda mais em tempos de crise). Eu estagiei em algumas empresas durante o meu curso, e nem todos esses estágios foram tão ligados tão direcionados ao meu curso, mas eu queria experiência em todas as áreas possíveis, e quando tive boas oportunidades, agarrei.
O que vou relatar abaixo são informações particulares, mas como eu sou da opinião de que tudo que pode acrescentar na vida do próximo deve ser compartilhado, não vou guardar segredos com vocês.
O primeiro grande erro:
Começando pelo fato que não foi nada fácil conseguir esse estágio. Eu fiz a mesma coisa que a maioria de vocês faz: montei um currículo, com as minhas informações básicas, coloquei alguns cursos que tinha realizado durante a vida toda (só para dar um volume), o que resultou em 4 páginas descrevendo as minhas experiências. Mas espera aí, esse foi o meu primeiro grande erro, sabe por quê?
- As empresas que buscam estagiários, não estão buscando excelência no currículo de alguém que ainda não se formou;
- Elas não leem currículos gigantes;
Digo isso por experiência própria, pois depois de um tempo na empresa, passei a se a pessoa que recebia e analisava os currículos de todos os candidatos, e caso eu julgasse interessante, passava para os meus supervisores. Resultado? A cada 10 currículos que eu recebia, se estivesse com sorte, aproveitava um. Lembre-se, você não está concorrendo a uma vaga de gerência na empresa, é apenas uma vaga de estágio, quanto mais direto no assunto você for, melhor.
Antes de ser contratado, percebi estar errando em alguma coisa. Meu currículo era bom, com inglês avançado, domínio em todas as ferramentas do Microsoft Office, AutoCAD, experiência em outras áreas como Marketing e também com diversos cursos de comunicação interpessoal. Após um bate-papo com o meu brother e sócio aqui do Engenharia 360, Eduardo Mikail (que já tinha experiência com estágio), tomei algumas dicas, e a primeira delas foi: diminuir o meu currículo para uma página. Feito.
Alinhando as coisas:
De início, deixei o meu currículo de 4 páginas em mais de CINQUENTA empresas. Sim, isso mesmo! 50 currículos com 4 páginas, o que resultou em mais de 200 páginas impressas. E qual foi o retorno que tive? Simpresmente NENHUM.
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Não recebi nenhuma ligação, nem que fosse para perguntar se eu gostaria de estagiar como auxiliar de cozinha em alguma delas. Após diminuir o meu currículo, decidi me cadastrar então em alguns sites de RH. Passaram-se quase 2 meses, e algumas ligações surgiram.
As recusas:
Passei por 3 entrevistas, mas nenhuma delas me agradou, e cheguei a dizer isso claramente para um dos entrevistadores, que entendeu o meu ponto de vista e me desejou boa sorte. Aaaaah, espera aí Eduardo, mas como assim, você recusou? Sim, mas é claro! Eu tinha metas, objetivos, e interesses a serem cumpridos.
Eu não poderia aceitar mais simplesmente qualquer estágio que fosse só para receber o meu salário no final do mês, afinal, como já disse anteriormente, eu tinha os meus objetivos e não gostaria de estagiar em uma área que não fosse acrescentar no meu aprendizado (como mencionei anteriormente, já havia passado por algumas empresas, agarrado oportunidades boas, mas que não me satisfizeram).
QI
Você sabe o que quer dizer QI? Quem Indica. Isso é muito importante durante um processo seletivo. Não estou falando de empresas de grande porte, mas das pequenas e médio porte. Avisei todos os meus amigos que estava procurando um estágio na minha área, deixei especificado sobre o meu ideal de atuação. Eis que um dia, do nada, recebo uma mensagem de um amigo perguntando se eu tinha interesse em fazer uma entrevista na empresa em que o amigo dele trabalhava. Disse também que a vaga parecia "casar" com o meu perfil e que a empresa precisava fazer uma contratação para preencher a vaga urgentemente.
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Enviei um e-mail com o meu currículo, mas não tive sucesso, nem fui respondido. Passaram-se alguns dias, contactei novamente o meu amigo, e ele me disse que a empresa não havia recebido o e-mail (fui tão infeliz que enviei para o e-mail errado). Enviei novamente o meu currículo, desta vez para o e-mail correto, e tive retorno quase que imediato por telefone: "Eduardo, a vaga já está praticamente preenchida, mas gostaríamos de te conhecer, você pode vir hoje aqui às 14:00?" No mesmo instante, retornei para o cara do outro lado do telefone: "Me passa o endereço, estarei aí as 14:00".
A entrevista:
Marcada para o mesmo dia, não tive nem tempo de me preparar. Fui pego no susto. As 13:30 estava eu lá, aguardando o início da entrevista. Rolou uma tensão padrão, até que alguém entra na sala, me entrega um papel, e pede para eu preencher. Até aí tudo bem, sem novidades, pois eu já tinha feito aquilo algumas vezes anteriormente. Preenchi a ficha com os meus dados, respondi algumas perguntas, e fiquei no aguardo do entrevistador. Surpreendentemente, após alguns minutos, os proprietários da empresa entram. Queriam me conhecer e bater um papo. Após alguns minutos me senti em casa, só faltou pedir uma cerveja, rs.
Papo vai, papo vem, respondia todas as perguntas diretamente, sem dar muitas brechas de que eu estava muito nervoso. Comentei sobre as minhas habilidades, sobre os projetos que já tinha realizado (inclusive sobre este blog e as suas estatísticas - o que os deixou um pouco espantados). Expliquei o que, na minha opinião, eram os meus pontos positivos, e falei claramente sobre os pontos negativos também. Fui muito sincero durante toda a entrevista, que foi, como já comentado acima, praticamente um bate-papo. No final, um dos sócios virou para mim e disse: "Cara, gostei muito de você e vou brigar com os meus dois sócios para te contratar". Eu pensei que fosse mais uma das frases clichês faladas ao final de uma entrevista.
A contratação:
Fiz a entrevista em uma quinta-feira. 4 dias depois, as 08:00 da manhã recebo uma ligação no meu celular, de um número desconhecido. Atendi, e era o cara que havia dito que iria brigar com os seus sócios para me contratar. Ele se apresentou, perguntou se eu lembrava dele, e na sequência me disse: "Quando você pode começar a trabalhar conosco?". E eu meio sem reação, disse: "Hoje". Na sequência, ele falou apenas 6 palavras: "Te espero aqui após o almoço então".
Conclusão:
Trabalhei durante um bom tempo por lá, adquiri grande experiência profissional, e tive que sair para poder me dedicar integralmente ao meu curso, após alguns meses. Após ser contratado, recebi diversas ligações de outras empresas querendo marcar uma entrevista comigo, ou seja, fruto de currículos que eu havia deixado / enviado há meses para eles.
Mas o que eu quero deixar de mensagem para você é o seguinte: estagiar durante o curso é fundamental, mas você não deve se desesperar para conseguir um estágio, o nosso País está em crise, as empresas estão cortando custos e a cada dia que passa as vagas de emprego e estágio estão mais distantes. "Ah, mas e como eu faço para tentar conseguir um estágio?" Primeiro, não cometa os mesmos erros que os meus. Segundo, selecione as empresas em que você gostaria de trabalhar, e não apenas deixe elas te selecionarem. Terceiro, se valorize e mantenha a calma no momento da entrevista. Quarto e último ponto, não deixe que o estágio atrapalhe e/ou atrase o seu curso.
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Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.