NASA TESS, o satélite caçador de planetas da NASA, é um passo gigante de tecnologia voltada para a busca de planetas fora do nosso sistema solar, incluindo aqueles que poderiam sustentar a vida. Recentemente, como comentamos aqui, ele identificou o TOI 700 d, um planeta com condições similares às terrestres. Mas a missão segue.
A missão do TESS é voltada para encontrar exoplanetas que periodicamente bloqueiam parte da luz de suas estrelas hospedeiras, eventos chamados “trânsitos”. O TESS pesquisará 200.000 das estrelas mais brilhantes perto do sol para procurar exoplanetas em trânsito. O lançamento do TESS foi em abril de 2018, a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, mas o trabalho de varredura desse satélite ainda nos impressiona. A investigação do TESS seria feita ao longo de dois anos, o que nos deixou atentos agora, mas ele seguirá trabalhando até 2022, em vista do seu bom estado e desempenho.
Trânsito dos planetas
Os cientistas do TESS esperam que a missão catalogue
milhares de candidatos a planetas e aumente bastante o número atual de
exoplanetas conhecidos. Desses, estima-se que aproximadamente 300 sejam exoplanetas
do tamanho da Terra. A visualização divide o céu, digamos assim, em 26 setores
diferentes, cada um com 24 graus por 96 graus de diâmetro. As poderosas câmeras
observam cada setor por pelo menos 27 dias, olhando as estrelas mais brilhantes
em uma cadência de dois minutos. O vídeo abaixo (em inglês), da época do
lançamento, mostra um pouquinho sobre como o TESS funciona, detectando planetas
ao orbitarem ao redor de sua estrela.
O método de trânsito para detectar exoplanetas procura "baixas" na luz visível das estrelas e exige que os planetas cruzem na frente das estrelas ao longo de nossa linha de visão até eles. Quedas periódicas e repetitivas podem revelar um planeta ou planetas que orbitam uma estrela.
A fotometria de trânsito, que analisa a quantidade de luz que um objeto lança a qualquer momento, pode dizer muito aos pesquisadores sobre um planeta. Com base na depleção de luz um planeta causa em sua estrela, podemos determinar o seu tamanho. Além disso, considerando o tempo da órbita, os cientistas são capazes de determinar a forma que essa trajetória apresenta e quanto tempo leva para que ele circule seu sol.
Trabalho em equipe com telescópios terrestres e espaciais
E nessa brincadeira, o TESS realiza um trabalho de identificação e catálogo de milhares de candidatos a exoplanetas usando esse método de fotometria de trânsito. Após a compilação desta lista, a missão TESS realizará observações de acompanhamento junto com a interpretação de dados de telescópios terrestres, visando confirmar que os candidatos a exoplanetas são verdadeiros e não falsos positivos.
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Usando o tamanho, órbita e massa conhecidos do planeta, o TESS e o acompanhamento terrestre poderão determinar as composições dos planetas. Isso revelará se os planetas são rochosos (como a Terra), gigantes gasosos (como Júpiter) ou algo ainda mais incomum. O acompanhamento adicional de missões terrestres e espaciais, incluindo o Telescópio Espacial James Webb da NASA, também permitirá que os astrônomos estudem a atmosfera de muitos desses planetas.
Em julho do ano passado, a NASA divulgou os highlights da
missão do TESS (vídeo abaixo, em inglês). Os números são impressionantes e a
caçada por exoplanetas vem incluindo planetas dentro e fora de sua zona
habitável. De toda forma, todo esse serviço de catalogação é um avanço para a
ciência e permitirá muito estudo para nós terráqueos.
Os parceiros da equipe do TESS incluem o Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT), o Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa
Espacial, o Centro de Vôo Espacial Goddard da NASA, o Laboratório Lincoln do
MIT, o Laboratório Orbital ATK, o Ames Research Center da NASA, o Centro
Harvard-Smithsonian de Astrofísica e a Space Telescope Science Institute.
Fonte: NASA.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.