Engenharia 360

Mulheres na tecnologia: a diferença na carreira ainda persiste

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 02/08/2019 | Atualizado em 23/06/2020 3 min
Imagem: engadget.com

Mulheres na tecnologia: a diferença na carreira ainda persiste

por Larissa Fereguetti | 02/08/2019 | Atualizado em 23/06/2020
Imagem: engadget.com
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Nos últimos anos, felizmente, vemos mais mulheres na tecnologia. Porém, o crescimento dessa porcentagem é lento e ainda há quem fique surpreso quando uma mulher afirma que sua profissão é em uma área erroneamente considerada “de meninos”. A Engenharia por si só é uma dessas profissões.

Não há como negar: em conferências de tecnologia, as mulheres são poucas. Os dados confirmam: apenas um quarto das palestrantes de conferências de tenologia nos últimos três anos foram mulheres. Ainda, três quartos das mulheres entrevistadas que participaram de algum painel nessas conferências relataram que já foram a única mulher a estar presente. Então, mesmo com tanto incentivo à diversidade e à inclusão porque que as mulheres ainda são minoria?

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Mulheres na tecnologia
Imagem: codelikeagirl.io

Mulheres na tecnologia: aonde elas estão?

Segunda uma pesquisa feita pela Honeypot, o principal país para mulheres em tecnologia é Portugal. No país, 36,56% dos graduados universitários em cursos de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) são mulheres. Ainda é pouco, mas é maior que nos demais países.

A pesquisa foi realizada em 41 países (e o Brasil não está na lista dos pesquisados). Nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de mulheres graduadas em STEM chega 24,24%.

No quesito salário, mesmo as mulheres que estão atuando na área de tecnologia não ganham tão bem quanto os homens. Em Portugal, os homens ganham 11,1% a mais que as mulheres. Nos Estados Unidos, a porcentagem é de 11,86%. Em alguns países, os números podem chegar a 25%. Normalmente, as mulheres estão em posições “Junior” e tendem a permanecer ali.

Mesmo quando entram no campo da tecnologia, as mulheres são mais propensas a sair. Apesar de todo o incentivo, o ambiente ainda é hostil e a pressão é enorme. Afinal, elas sempre precisam ficar mostrando que podem e que são capazes de fazer o serviço tão bem quanto qualquer homem, o que é uma comparação ilógica. Isso também prova que, na mente da maioria das pessoas, o homem é o padrão e as mulheres tentam chegar lá. O certo, na verdade, seria colocar os dois em um mesmo patamar de igualdade.

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Mulheres na tecnologia
Imagem: codinggirls.com

O que as mulheres na tecnologia querem?

A resposta para essa pergunta é meio óbvia: igualdade. Igualdade não só salarial, como de oportunidades e no tratamento do cotidiano.

Uma mulher não pode ser tratada como alguém menos capaz ou alguém que tem que mostrar que consegue o tempo todo. Também é preciso quebrar os paradigmas arcaicos de que ter uma mulher como chefe afeta a masculinidade de um homem, de que as mulheres não dão conta ou de que cuidar do lar e ter um emprego são ações excludentes.

Enfrentar desde professores e colegas machistas na sala de aula durante a graduação até chefes preconceituosos ainda é, infelizmente, uma realidade na tecnologia e um dos grandes fatores que contribuem para que a mulher abandone a carreira em STEM. Para começar a mudar, é preciso não só que os homens mudem a visão da figura da mulher, como a própria mulher deve começar a compreender que é capaz.

Referências: Interesting Engineering; Honeypot.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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